Estudo coordenado pela Fiocruz recrutará 400 voluntários no RJ e em SP.Objetivo é dar proteção adicional a grupos vulneráveis.
Pílula do Truvada, que deve ser testado como estratégia de prevenção contra o HIV (Foto: Paul Sakuma/AP) |
A viabilidade da estratégia de prevenção já havia sido demonstrada pelo estudo internacional iPrEx (Iniciativa de Profilaxia Pré-exposição), do qual o Brasil também participou. A pesquisa concluiu que o uso diário de antirretroviral por homens saudáveis que fazem sexo com homens conseguiu prevenir novas infecções com eficácia que variou de 43% a 92%, dependendo da adesão ao medicamento.
A infectologista Brenda Hoagland, que coordena o projeto no âmbito da Fiocruz, observa que, nos Estados Unidos, o uso preventivo do medicamento Truvada por pessoas HIV negativas já é aprovado. No Brasil, o Truvada é aprovado somente para o tratamento da doença (apesar de não ser adotado pelo SUS). “Se conseguirmos mostrar com o estudo que é possível implementar essa estratégia no Brasil, o Truvada terá que obter um outro registro para prevenção, não só para tratamento”, diz Brenda.
Segundo a pesquisadora, o resultado do estudo poderá ser um instrumento que o Ministério da Saúde utilizará para definir se deve ou não adotar a estratégia no país e qual seria a melhor maneira de fazê-lo.
A previsão é que o estudo se inicie entre agosto e setembro, quando começará o processo de recrutamento dos voluntários, de acordo com Brenda. No total, serão 400 voluntários, 200 no Rio de Janeiro e 200 em São Paulo. O perfil buscado são homens com mais de 18 anos, HIV negativos e que fazem sexo com homens. Interessados em participar podem obter mais informações no telefone (21) 2260-6700. Os participantes serão acompanhados durante um ano.
“É importante esclarecer que, de maneira alguma, o objetivo dessa estratégia é substituir a camisinha. Esse medicamento não previne outras DSTs. Trata-se de uma forma adicional de prevenção para grupos que estão mais vulneráveis”, diz Brenda. A coordenação geral do projeto é da pesquisadora Beatriz Grinsztejn, também da Fiocruz.
FONTE: G1
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