quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pesquisa pode originar a cura para alergia a gatos

Novo estudo identificou o receptor celular que reconhece e desencadeia uma reação alérgica à substância presente na saliva e na pele dos gatos. Em testes iniciais, remédio que bloqueia a ação do receptor conseguiu evitar alergias

   Uma descoberta científica pode levar à cura da alergia a gatos. Isso porque uma equipe internacional de pesquisadores identificou o receptor celular responsável por reconhecer as substâncias microscópicas que se desprendem da pele e saliva desses animais e, assim, desencadeiam uma reação alérgica do organismo. E, em testes feitos em laboratórios, os especialistas observaram que uma droga que inibe esse receptor é capaz de evitar episódios de alergia.

Gatos: a principal causa da alergia a esses animais é uma proteína denominada Fel d 1,
 encontrada em partículas de pele e saliva (Thinkstock)

   O novo estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Inglaterra, Suécia e Estados Unidos, e os seus resultados, publicados no periódico Journal of Immunology.
   Os sintomas característicos da alergia – espirros, coceira e dificuldade para respirar – são causados por uma resposta exagerada do sistema imunológico a alguma substância externa ao corpo. O sistema de defesa do organismo acaba causando a alergia quando identifica perigo em um elemento, como as partículas da pele dos animais, e inicia uma resposta contra ele.
   Sabe-se que a causa mais comum da alergia a gatos é uma proteína denominada Fel d 1, encontrada em partículas microscópicas que se desprendem da pele e saliva desses animais — uma espécie de caspa invisível a olho nu.
   No novo estudo, os pesquisadores identificaram que um receptor chamado TLR4 é a parte do sistema imunológico responsável por reconhecer essa proteína. O organismo de algumas pessoas, porém, possui um sistema imunológico mais sensível à proteína do gato. Nesses casos, o corpo, depois de reconhecer a proteína, desencadeia uma resposta imunológica exagerada.
   Solução — A partir desse achado, os autores da pesquisa resolveram fazer um teste de laboratório. Em células humanas, a equipe utilizou um medicamento que limita a resposta do TLR4 e, com isso, conseguiu bloquear os efeitos da proteína Fel d 1 nas células, evitando uma reação do sistema imunológico. Para os pesquisadores, essa descoberta pode abrir caminho para novos tratamentos para pessoas alérgicas a gatos e, possivelmente, também a cachorros.

FONTE: revista Veja

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cientistas dizem estar perto de criar exame de sangue para Alzheimer

Nova técnica mostra diferenças entre minúsculos fragmentos de material genético que flutuam no sangue.

   Cientistas alemães afirmam que acreditam estar próximos de criar um novo exame de sangue para diagnosticar o Mal de Alzheimer.
   Ainda não há um exame definitivo para a doença, e os médicos atualmente contam apenas com testes de cognição e exames de imagens do cérebro para identificar o problema.
   Um dos grandes desafios relacionados à doença é identicar novas formas de conseguir um diagnóstico precoce.

Pesquisadores dizem estar perto de identificar
Alzheimer com exame de sangue (Foto: Getty/BBC)


   Com isso, espera-se que, no futuro, talvez até anos antes dos primeiros sintomas, os tratamentos possam começar antes que grandes partes do cérebro sejam comprometidas. Mas, para isso, novos exames serão necessários.
   A nova técnica, divulgada na revista especializada "Genome Biology", apontou diferenças nos minúsculos fragmentos de material genético flutuando no sangue que poderiam ser usados para identificar pacientes com a doença.
   Até o momento, apenas 202 pessoas passaram por este exame, mas a precisão neste grupo foi de 93%.

Níveis diferentes

   A equipe da Universidade de Saarland, na Alemanha, analisou 140 microRNAs fragmentos de código genético em pacientes com Alzheimer e em pessoas saudáveis.   Eles encontraram 12 microRNAs no sangue que estavam presentes em níveis diferentes nas pessoas que tinham Alzheimer. Estas amostras se transformaram na base do exame.
   Os primeiros testes do exame mostraram que ele "conseguiu diferenciar com grande precisão de diagnóstico os pacientes com Alzheimer e as pessoas saudáveis".
   No entanto, mais pesquisas são necessárias para melhorar a precisão do exame e verificar se é possível usá-lo em hospitais.
   Eric Karran, de uma organização de caridade britânica especializada em Alzheimer, a Alzheimer Research UK, afirmou que o exame dos cientistas alemães pode representar uma nova abordagem para estudar as mudanças no sangue de pacientes com a doença e também indica que o microRNA tenha influência nos quadros de Alzheimer.
   No entanto, para Karran, ainda serão necessários alguns anos para se chegar ao ponto de diagnosticar a doença com um simples exame de sangue.
   "Um exame de sangue para ajudar a detectar o Alzheimer pode ser uma adição útil ao arsenal de diagnóstico de um médico, mas este exame deve ser muito bem corroborado antes de ser considerado para o uso."
   "Precisamos ver se essas descobertas são confirmadas em amostras maiores, e é preciso mais trabalho para melhorar a habilidade do exame de diferenciar Alzheimer de outras doenças neurológicas", acrescentou.

FONTE: G1

‘Hormônio do amor’ pode aumentar o medo e a ansiedade

Pesquisa americana descobre que a oxitocina reforça memórias sociais negativas, podendo aumentar a ansiedade, o medo e o stress

   A oxitocina é conhecida como o “hormônio do amor”. Descoberta no início do século 20, essa molécula está diretamente relacionada à empatia, à moral e ao laço afetivo entre uma mãe e seu bebê. Nos últimos anos, descobriu-se ainda que a oxitocina é liberada durante o sexo e que ela tem um papel preponderante na confiança e cooperação entre animais. Seu viés positivo levou a diversos testes clínicos para o uso farmacológico desse hormônio, como o tratamento da ansiedade exacerbada. Mas agora, uma nova pesquisa vem engrossar o ainda pequeno número de evidências que apontam para um lado obscuro da oxitocina. De acordo com um estudo da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, esse hormônio pode causar sofrimento, como uma sensação aumentada de medo e de stress. O estudo foi publicado no periódico Nature Neuroscience.

Oxitocina: conhecido pelo seu papel positivo na empatia social, o
 hormônio também está relacionado com sensações de ansiedade e stress (Thinkstock)

   Segundo o estudo americano, a oxitocina aparenta ser o motivo pelo qual situações estressantes, como sofrer bullying na escola ou mesmo ser atormentado pelo chefe, podem desencadear sentimentos ruins depois de um tempo do evento. Para isso, o hormônio age fortalecendo a experiência social em uma área específica do cérebro. Em outras palavras, isso significa que se um acontecimento social é negativo ou estressante, o hormônio acaba por intensificar essa memória.
   Pesquisa — Como o stress social crônico é uma das principais causas de ansiedade e depressão, conhecer esse lado “negro” do hormônio se torna fundamental. Ainda mais por causa do grande número de estudos clínicos sobre seu uso terapêutico no controle da ansiedade. “Ao compreender o sistema duplo da oxitocina em desencadear e reduzir a ansiedade, dependendo do contexto social, podemos melhorar os tratamentos com esse hormônio”, diz Jelena Radulovic, autora sênior do estudo e professora na Escola de Medicina Feinberg, da Universidade Northwestern.
   Os pesquisadores descobriram que a oxitocina fortalece memórias sociais negativas e ansiedades futuras ao desencadear uma importante molécula de sinalização, conhecida como ERK. Essa molécula se torna ativa por seis horas depois de ocorrida uma experiência social negativa. Já a sensação de medo acontece porque a ERK estimula uma região cerebral envolvida em respostas emocionais e com o stress.
   A nova pesquisa é semelhante a três estudos recentes com o hormônio — todos começam a apresentar interpretações complexas do papel do hormônio nas emoções. Esses experimentos foram realizados em uma região cerebral na qual é encontrado o mais alto índice de oxitocina, além de ter uma quantia alta de receptores do hormônio.

FONTE: revista VEJA

sábado, 27 de julho de 2013

Estudo descobre falha genética que pode causar alergias

Segundo cientistas americanos, a origem das reações alérgicas pode ser uma mutação que altera o funcionamento dos sistema imunológico


  Alergias são conhecidas como o resultado de uma complexa interação entre a genética e o meio ambiente, mas até agora nenhum gene específico havia sido responsabilizado por esta condição. Porém, um novo estudo americano apontou, pela primeira vez, para um falha genética que pode ser a origem de diversas alergias. Apesar de ainda estar em estágio inicial, a pesquisa pode, no futuro, abrir caminho para a descoberta de um tratamento mais eficiente para doenças alérgicas.

Mutações nos genes responsáveis pela proteína TGF-beta podem explicar surgimento de alergias (Thinkstock)

   Publicado nesta quarta-feira no periódicoScience Translational Medicine, o estudo mostra que uma mutação genética responsável por fazer com que sinais anormais sejam emitidos por uma proteína chamada Fator de Crescimento Transformante Beta (TGF-beta) pode alterar a forma como o sistema imunológico responde a determinados alimentos e fatores ambientais, que provocam alergia. O mau funcionamento da TGF-beta também está relacionado à Síndrome de Loeys-Dietz (LDS) e à Síndrome de Marfan, doenças genéticas que se caracterizam pelo afrouxamento dos vasos sanguíneos.
  “Nós temos evidências de que o mesmo defeito na TGF-beta, que é responsável pelas síndromes de Loeys-Dietz e Marfan, também está por trás de uma cascata de eventos que culmina no desenvolvimento de doenças como asma, alergia a alimentos e eczemas (inflamações da pele )", afirma Pamela Frischmeyer-Guerrerio, principal autora do estudo e imunologista do Departamento de Pediatria da Universidade Johns Hopkins. O interesse dos cientistas pela TGF-beta começou anos atrás, quando se descobriu que pacientes com LDS tinham mais alergias do que a média da população.
  Pesquisa – Participaram do estudo 58 crianças e adolescentes com LDS, de 7 a 20 anos, sendo que a maioria delas apresentava um histórico de doença alérgica. Como a TGF-beta é responsável também pela maturação das células do sistema imunológico, os pacientes com LDS apresentam um número maior dessas células no organismo. Porém, em vez de reduzir a inflamação, os pesquisadores descobriram que essas células estavam emitindo moléculas sinalizadoras que provocavam as reações alérgicas. A mesma situação foi observada em pacientes alérgicos que não tinham LDS, o que indica que a proteína TGF-beta pode ser responsável pelas alergias mesmo em pessoas que não apresentam doenças genéticas.
  O estudo mostrou, ainda, que pacientes tratados com um medicamento para pressão arterial, conhecido como losartan, apresentaram uma redução nessa proteína, o que sugere que o fármaco pode ser um caminho para o tratamento de alergias. Segundo os pesquisadores, o próximo passo é estudar se o losartan é capaz de reverter sintomas alérgicos em animais.

FONTE: rwvista Veja

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Novos estudos fornecem boas notícias sobre mal de Alzheimer

Frequência da doença, que afeta principalmente idosos, pode ser menor que o previsto e risco cairia com adiamento da aposentadoria, revelam estudos


Idosa em atendimento médico: estudo concluiu que cada ano adicional de trabalho,
após completar os 60 anos, pode reduzir em quase 3% o risco de sofrer do Mal de Alzheimer

   Paris - A frequência do mal de Alzheimer, doença cerebral incurável que afeta, sobretudo, os idosos, pode ser menor do que o previsto, e seu risco cairia com o adiamento daaposentadoria, revelam estudos.   Melhor ainda, as pessoas com mais de 90 anos estariam inclusive mais alertas mentalmente que os nonagenários há 10 anos, indica um estudo realizado há pouco tempo por pesquisadores da Dinamarca.
   Embora ainda não exista um tratamento eficaz para curar ou atrasar o Alzheimer - uma doença neurodegenerativa que provoca perda de memória, uma diminuição das funções cerebrais e até uma modificação da personalidade -, estas pesquisas trazem agora novas esperanças.
   Segundo um estudo britânico publicado na revista científica The Lancet, a porcentagem de pessoas de 65 anos ou mais velhas que sofrem de Alzheimer teria baixado na Grã-Bretanha quase 25% em um período de 20 anos, passando de 8,3% para 6,5%.
   Os pesquisadores, dirigidos pela doutora Carol Brayne, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge, compararam dois grupos de 7.000 pessoas nas mesmas regiões da Inglaterra e de Gales. O primeiro estudo foi realizado no início dos anos 1990 e o segundo entre 2008 e 2011.
   Com base nas estatísticas obtidas nos dois estudos, os especialistas concluíram que o número de pessoas com mal de Alzheimer na Grã-Bretanha chegou a 884.000 em 2008, mas caiu a 670.000 em 2011.
   Os números geraram otimismo ao sugerir que 114.000 pessoas a menos estariam sofrendo esta terrível doença no Reino Unido.
   A notícia é importante e vai contra uma série de projeções atuais: a maioria dos governos europeus se prepara para elaborar programas específicos contra o Alzheimer baseados em projeções que sugerem uma forte alta do número de doentes.
   Segundo estimativas fornecidas em março pelos protagonistas de um projeto europeu de cooperação sobre o mal de Alzheimer, mais de 10 milhões de pessoas com mais de 65 anos podem sofrer de Alzheimer em 2040 na Europa, contra 6,3 milhões em 2011.
   Outra boa notícia vem de estudos que apontam que adiar a data da aposentadoria contribuiria para atrasar o Alzheimer.
   Esta é a conclusão de um estudo realizado pelo Instituto Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), cujos resultados preliminares foram apresentados nesta semana em Boston, no nordeste dos Estados Unidos, durante a Conferência da Associação Internacional do Alzheimer.
   Este estudo, realizado com 429.000 pessoas, concluiu que cada ano adicional de trabalho depois de completar os 60 anos reduziria em quase 3% o risco de sofrer desta doença cerebral irreversível, que destrói progressivamente a memória e as habilidades cognitivas.
   "Nossos dados demonstram que uma idade tardia de aposentadoria está associada a uma diminuição altamente significativa do risco de demência", ressaltou Carole Dufouil, que dirigiu o estudo do Inserm.
   Estudos epidemiológicos anteriores demonstraram que pessoas que têm um nível avançado de estudo ou de atividades estimulantes no plano cognitivo têm menor risco de desenvolver o mal de Alzheimer.
   "A hipótese levantada com mais frequência é a de que os estímulos (intelectuais) contribuiriam para preservar a reserva cognitiva, atrasando, assim, as consequências clínicas de anomalias cerebrais", explicou a pesquisadora francesa.
   Além da estimulação cognitiva, a atividade profissional permite manter uma rede social, fator também associado por certos estudos a "um menor risco de demência", completou a pesquisadora.

FONTE: EXAME.com

Como funcionam as bombas de gás lacrimogêneo

Bombas de gás lacrimogêneo podem matar, apontam estudos; Brasil é um dos principais fabricantes  por Murilo Roncolato

Manifestantes fotografaram as bombas utilizadas na Turquia, como a GL 310 – a chamada “bailarina”,
por se movimentar após a combustão, impedindo de ser capturadas e arremessadas de volta

      Por mais estranho que pareça, protestos costumam seguir uma certa “ordem”. Os manifestantes marcam hora, local, aguardam até terem um número satisfatório de pessoas e marcham em linha, como um grande bloco. Normalmente, há uma rota determinada a se seguir até o ponto final. Seria assim, em ordem, se não fosse o imprevisível. Às vezes algo dá errado e a tal ordem pode não ser a esperada pela polícia. É aí que entra em cena o elemento símbolo dessa incompatibilidade de gênios: a bomba de gás lacrimogêneo. 
Nesta semana, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e demais capitais que seguem a série de protestos recentes, motivados inicialmente pelo aumento da tarifa do transporte público, viram o que acontece quando algo “dá errado”. A polícia age sob a orientação de dispersar a multidão e reassumir o controle da situação. Cassetetes e balas de borracha compõem o elenco. Mas o protagonista, a bomba de gás, é a responsável por instalar o caos e a correria. 
O armamento utilizado nesse tipo de situação deve ser o não-letal e o seu uso deve ser moderado. Nesses dois pontos há um problema: há frentes que argumentam que bombas de gás lacrimogêneo podem ser letais, e o modo como ela é utilizada pela polícia é o principal fator a favor da tese. 
Bombas de gás lacrimogêneo são estruturas de metal disparadas por armas lançadoras que, após explodir, liberam um gás basicamente composto de 2-clorobenzilideno malononitrilo, o chamado gás CS. Trata-se de uma substância sólida que misturada a solventes toma a forma de aerosol ácido, que em contato com os olhos causam lacrimajemento intenso e queimação. 
Por se tratar de um gás lacrimogêneo, as reações deveriam parar por aí, mas a lista do Centro de Controle e Prevença de Doenças dos Estados Unidos segue. O nariz libera coriza, a boca sofre irritação, a vítima baba e sente náuseas; se respirado, o gás provoca tosse e asfixia. Em exposição prolongada, estimada em uma hora, os efeitos podem ser ainda mais graves levando a vítima a desenvolver lesões na córnea ou cegueira, garganta e pulmões podem sofrer queimaduras avançadas e a asfixia pode ser completa. 
O gás lacrimogêneo é enquadrado como um agente psicoquímicos, considerado um “incapacitante” pelo Exército brasileiro, o que o diferencia dos agentes causadores de mortes, como os neurotóxicos (afetam o cérebro), os hemotóxicos (corrente sanguínea) e os sufocantes. Segundo um artigo do Instituto Militar de Engenharia (IME), de 2012, essa diferenciação pode não ser tão exata assim. “A linha que separa os agentes causadores de baixas e os incapacitantes é tênue, pois em altas concentrações qualquer agente incapacitante pode causar baixas.” 
Um número considerável de mortes relacionadas a bombas de gás lacrimogêneo já foi registrado. Uma mulher de 36 anos morreu por insuficiência respiratória e parada cardíaca durante um protesto na Palestina, em 2012. No Bahrein, 36 mortes foram catalogadas (inclusive a de um garoto de 14 anos) pelo organização internacional Physicians for Human Rights, que ao lado da Facing Tear Gas e da Anistia Internacional são as maiores ONGs à frente do confronto contra a bomba de gás, para a qual defendem o enquadramento como arma química. 
A outra crítica não é pelo conteúdo, mas pela forma. As bombas de gás são disparadas por armas que proporcionam um alcance de até 150 metros. Legalmente, o disparo deve ser feito sob um ângulo de 45º para que a explosão da bomba se dê no ar, antes de entrar em contato com o alvo. O que acontece é que nem sempre essa regra é respeitada, e a bomba acaba virando uma grande “bala”. Em dezembro de 2011, Mustafa Tamimi, de 28 anos, foi morto após ser atingido por uma bomba de gás no rosto. 
Em Istambul, na Turquia, a fumaça branca já compõem a paisagem típica da cidade. Por lá, o uso de bomba de gás tem sido “inapropriado”, segundo a Anistia Internacional. Bombas já foram lançadas dentro de hotel, na cara de manifestantes ou em forma de spray diretamente no rosto de manifestantes pacíficos, como a “mulher de vermelho”, símbolo da repressão turca. 

Produção brasileira

A Facing Tear Gas mobiliza sua campanha contra governos e empresas fabricantes desse tipo de armamento. No mundo, eles destacam seis. Uma delas é a brasileira Condor, baseada no Rio de Janeiro, responsável pelas bombas de gás utilizadas na Turquia. Lá manifestantes fotografaram as bombas utilizadas na Turquia, entre elas estão a GL 310 – a chamada “bailarina”, por se movimentar após a combustão, impedindo de ser capturadas e arremesadas de volta 
A empresa exporta 30% da sua produção. Já vendeu mais de US$ 10 milhões para a Turquia em 2011 e US$ 12 milhões para os Emirados Árabes Unidos em abril deste ano. Por aqui, a Condor selou contrato de R$ 49,5 milhões para fornecimento de armas não-letais para uso da polícia durante os eventos esportivos, segundo a agência Pública. A exportação de material bélico é incentivada pelo governo brasileiro, que isentou o setor de impostos desde 2011. 
A venda indiscriminada de armas a países sob ditadura é alvo de críticas. O Itamaraty afirmou ter iniciado uma investigação sobre a Condor após um bebê ter sido morto por substâncias do gás vendido pela empresa no Bahrein. A empresa alega respeitar os padrões internacionais de segurança.

FONTE: REVISTA GALILEU

terça-feira, 23 de julho de 2013

Pesquisa com células-tronco traz esperança para tratamento da cegueira

O pesquisador-chefe pretende começar a fazer os testes clínicos em cinco anos

Cientistas britânicos realizaram experimentos com células-tronco que podem trazer esperança para o tratamento da cegueira. O estudo, publicado na revista científicaNature Biotechnology , mostra que deficiências na parte do olho que detecta a luz podem ser reparadas.
Os fotorreceptores são células da retina que detectam a luz e as convertem em sinais elétricos enviados ao cérebro. No entanto, essas células podem morrer em alguns casos de cegueira, como na doença de Stargardt e na degeneração macular, uma condição médica geral dos adultos mais velhos, que resulta em uma perda de visão no centro do campo visual.
Agora, experimentos realizados com ratos por uma equipe do Moorfields Eye Hospital e University College London, mostrou que o mau funcionamento desses fotorreceptores pode ser tratado com células-tronco.

Sistema imunológico do olho é fraco, diminuindo rejeição de transplante

Retina em laboratório

A equipe usou uma nova técnica que reconstruiu uma retina em laboratório, extraindo dela milhares de células-tronco que foram amadurecidas para serem transformadas em fotorreceptores e injetadas nos olhos de ratos cegos.
A pesquisa concluiu que essas células puderam se conectar com a arquitetura do olho e começar a funcionar. No entanto, a eficiência das novas células ainda é baixa. Apenas mil de um total de 200 mil células transplantadas foram absorvidas de fato pelo olho.
O pesquisador-chefe, Robin Ali, disse à BBC que os resultados são prova de que os fotorreceptores podem ser transplantados de uma fonte de células-tronco embrionárias e abrem caminho para testes em humanos.
"Estamos tão animados. É possível dizer que cinco anos são um prazo realista para começar os teste clínicos", disse Ali.
O olho é um dos campos mais avançados em pesquisas usando células-tronco.
As células sensoras da luz precisam transmitir sinais elétricos para apenas mais uma célula antes que a mensagem chegue ao cérebro, ao passo que, no caso do tratamento da demência, as células devem se conectar com muitas outras em várias regiões do cérebro.
O sistema imunológico do olho é também muito fraco, diminuindo as chances de rejeição do transplante. Além disso, poucas células já podem fazer a diferença.
Dezenas de milhares de células-tronco são suficientes para melhorar a visão, enquanto que o mesmo número não seria capaz de regenerar órgãos maiores, como o fígado.
Chris Mason, do University College London, disse à BBC que a pesquisa é um grande avanço, mas a eficiência ainda é baixa para uso clínico.

FONTE: IG

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Folhas artificiais podem interromper aquecimento global

Cientistas apresentam em até um ano tecnologia que cria combustível que reduz descargas de carbono na atmosfera.

'Folhas artificiais' poderão produzir combustível do futuro através da 'fotossíntese artificial' (Foto: BBC)


Algumas das mais altas árvores do mundo imperam nas montanhas do norte da Califórnia, nos Estados Unidos. A vegetação chega às alturas apenas pela fotossíntese, processo que combina luz e ar para gerar energia necessária ao crescimento.
Imagine se o planeta também pudesse viver desta forma e abrir mão dos chamados combustíveis fósseis. O problema do aquecimento global poderia estar resolvido.
É exatamente nisso que este grupo de cientistas está trabalhando nos EUA, em uma verdadeira competição internacional para encontrar um novo tipo de energia verde.
Na prática o processo, chamado de 'fotossíntese artificial', significa que plantas fabricadas pelo homem podem vir a ser o combustível do futuro.

FONTE: G1

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Terra teve o quinto junho mais quente da história, de acordo com estudo

A temperatura média global registrada no mês passado foi de 16,14ºC.Recordes de calor foram registrados no Canadá, Rússia, Japão e Filipinas.


Jovem se refresca em Londres. Na segunda-feira (15), temperatura chegou a 28°C (Foto: Matt Dunham/AP)

A Terra teve, no mês passado, o quinto junho mais quente já registrado, de acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (18) pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA.
A temperatura média global do mês passado, de 16,14ºC, empatou com a de 2006 e foi 0,64ºC acima da média 15,5ºC registrada no século 20, segundo a pesquisa.
Recordes de calor para o mês foram registrados na maior parte do norte do Canadá, no oeste da Rússia, sul do Japão, nas Filipinas, no sudoeste da China e nas regiões sul e central da África em junho.
Em meio ao calor, as chuvas têm sido variadas este ano. A costa leste dos EUA teve mais chuva do que a média em junho, enquanto a Califórnia teve o ano mais seco já registrado, disse o levantamento.
Enquanto grande parte do mundo sofreu com o calor, a Ásia Central, Índia e a Europa Ocidental contrariaram a tendência, com temperaturas mais frias do que o normal.

FONTE:G1

Cientistas encontram vírus gigantes com maiores genomas já vistos

'Pandoravírus' foram achados no Chile e na Austrália.Suas características contrariam ideia de que vírus são seres muito simples.


Um dos pandoravírus vistos ao microscópio eletrônico
(Foto: Divulgação/ Science/ Chantal Abergel e Jean-Michel Claverie)

Dois tipos de vírus gigantes descritos na edição desta semana na revista “Science” podem representar um grupo totalmente inusitado na árvore da evolução dos seres vivos. Os dois foram identificados na Austrália e no Chile, e ganharam o nome de pandoravírus, porque os cientistas consideram que sua descoberta é como abrir uma caixa de Pandora, cheia de surpresas.
Na revista, os autores franceses Jean-Michel Claverie e Chantal Abergel, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em francês), apresentam suas descobertas destacando que os pandoravírus não têm "semelhança genômica ou morfológica com nenhuma família de vírus previamente definida".
Um dos pandoravírus foi identificado no mar, perto da costa central do Chile, e chega a ter 1 micrômetro de tamanho (1 milésimo de milímetro). O outro, um pouco menor, estava no barro de um lago de água doce perto de Melbourne, na Austrália.
Além de terem tamanho que chega a cem vezes o de outros vírus, os dois exemplares têm o DNA mais longo já visto entre seus pares, maior até que o de alguns tipos de bactérias. Isso é um forte argumento contra a ideia de que os vírus são seres simples demais para serem considerados vivos.

FONTE: G1

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Cientistas 'silenciam' cromossomo que causa síndrome de Down


Resultado foi obtido em cultura de células-tronco, informa a 'Nature'.Método pode ajudar pesquisa de formas de tratamento para sintomas.

Em pesquisa publicada na "Nature", nesta quarta-feira (17), cientistas afirmam ter encontrado uma maneira de "silenciar" o cromossomo que provoca a síndrome de Down.
Jeanne Lawrence e seus colegas da Escola Médica da Universidade de Massachusetts usaram uma enzima para introduzir um gene RNA chamado XIST em células-tronco derivadas de pessoas portadoras da síndrome.
O procedimento foi feito numa cultura de células, em laboratório, e não em pessoas. O XIST "encobriu" o terceiro exemplar do cromossomo 21, cuja existência origina a síndrome de Down, fazendo com que seus genes deixassem de atuar. A existência de três cromossos 21 caracteriza síndrome, também conhecida como "trissomia do cromossomo 21".
Ao comparar células com e sem o cromossomo "silenciado", os autores da pesquisa observaram que o XIST ajudou a corrigir padrões incomuns de crescimento e diferenciação observados nas células que têm Down.
Esse método pode ajudar a definir as mudanças moleculares envolvidas na síndrome. A pesquisa se baseou em um fenômeno ocorre naturalmente: durante o desenvolvimento do bebê, o XIST "desliga" um dos dois cromossomos X presentes em embriões femininos, garantindo que as meninas não tenham uma "dose dupla" da ação desses cromossomos.

Bebê com síndrome de Down brinca com a mãe
(Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP)

A equipe de Lawrence entrelaçou o XIST sobre uma das três cópias do cromossomo 21 em células de pessoa com Down. Eles também criaram uma “chave” genética que lhes permite ligar e desligar o XIST por meio da aplicação de um antibiótico. Com isso, conseguiram neutralizar a expressão dos genes que se consideram ser causadores de problemas de desenvolvimento associados com a síndrome.
Como os cientistas usaram células-tronco pluripotentes, ou seja, que podem se transformar em células de diversos tecidos do corpo, os autores esperam que futuramente serão capazes de estudar em nível celular como a síndrome de Down se manifesta em cada parte do corpo.
Com isso, o estudo pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos para os diferentes sintomas degenerativos da síndrome. Um problema da técnica apresentada é que o XIST não silencia por completo o cromossomo 21. Isso pode comprometer os resultados dos estudos que comparam células com e sem o gene “silenciador” ativado.

FONTE: G1

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Terapia genética usa vírus do HIV para curar doenças raras

Duas doenças genéticas foram curadas a partir de um tratamento que utiliza versões alteradas do HIV para corrigir o DNA dos pacientes

O HIV é capaz de alterar o DNA das células humanas para se reproduzir.
Os pesquisadores utilizaram essa habilidade para curar doenças (Thinkstock)

O HIV é responsável pela morte de 1,7 milhão de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus é especialmente perigoso pois se reproduz ao atacar células do sistema imunológico humano, alterando seu DNA e as obrigando a fabricar cópias de si mesmas — o que deixa o corpo vulnerável a uma série de doenças. Pesquisadores italianos anunciaram, na quinta-feira, o desenvolvimento de uma nova técnica, que utiliza essa habilidade do HIV para, na verdade, curar pacientes. Em duas pesquisas publicadas na revista Science, eles afirmam que utilizaram versões alteradas do vírus para corrigir o genoma de seis crianças e livrá-las de doenças que, até então, não teriam tratamento.As crianças carregavam duas doenças genéticas — herdadas dos pais e carregadas no DNA por toda a vida — conhecidas como Síndrome de Wiskott-Aldrich e Leucodistrofia Metacromática. Enquanto na primeira o corpo é incapaz de produzir uma proteína necessária para o correto funcionamento do sistema imunológico, a segunda afeta o desenvolvimento do sistema nervoso — e ambas podem levar à morte. Como o defeito está nos genes, essas doenças eram consideradas, até pouco tempo, incuráveis.
Nas últimas décadas, no entanto, os pesquisadores têm desenvolvido um método capaz de corrigir diretamente genes defeituosos: a terapia genética. Para isso, retiram células-tronco da medula óssea dos pacientes. Em um laboratório, os cientistas utilizam um vírus para entrar na célula e alterar seu DNA, inserindo o gene desejado. Os pacientes, então, recebem de volta as células-tronco, e passam a produzir a proteína necessária. Como o vírus é alterado geneticamente, ele não é capaz de atacar o organismo.As terapias genéticas costumam funcionar muito bem em testes com animais e em laboratório, mas apresentam problemas quando são transferidas para a clínica. Algumas vezes, o gene terapêutico é produzido em quantidades muito pequenas ou por um período muito curto, abreviando o tratamento. Outras vezes, a terapia acaba por levar ao desenvolvimento de câncer. Para tentar contornar esses problemas, os pesquisadores italianos estudaram a utilização de um tipo especial de vírus: os lentivirus, que agem lentamente e são capazes de deixar, de modo permanente, seu DNA na célula hospedeira. O HIV é, justamente, um dos lentivirus mais conhecidos e estudados.
Os cientistas começaram os tratamentos com o vírus do HIV alterado em 2010. Os resultados publicados nesta quinta-feira levam em conta apenas os primeiros seis pacientes — três de cada doença — que receberam a terapia. “Três anos depois do começo das pesquisas clínicas, os resultados obtidos nos primeiros pacientes são muito encorajadores: a terapia não é apenas segura, mas também efetiva e capaz de mudar a história clínica dessas doenças sérias”, diz Luigi Naldini, pesquisador do Instituto San Raffaele Telethon para Terapia Genética (TIGET, na sigla em inglês), na Itália, envolvido nos dois estudos.
Sistema imunológico — As crianças com a Síndrome de Wiskott-Aldrich herdam uma mutação genética no gene que codifica a proteína WASP — essencial para o funcionamento correto do sistema imunológico. Assim, elas se tornam mais vulneráveis ao desenvolvimento de infecções, doenças autoimunes e câncer, além de ter um defeito nas plaquetas que causa sangramento frequente.
A terapia mais utilizada para tratar essa condição costuma ser o transplante de medula óssea de um doador compatível. Em alguns casos — quando as células doadas são muito compatíveis — a cura é atingida. No entanto, quem não conseguia encontrar um doador tinha de carregar a condição por toda a vida.
Na nova técnica, os pesquisadores retiraram as células-tronco da medula óssea dos próprios pacientes — o que elimina a possibilidade de rejeição. No laboratório, eles usam o vetor criado a partir do HIV para inserir o gene WASP normal em seu interior. Quando são reinseridas no corpo, as novas células são capazes de produzir a proteína correta, restaurando o sistema imunológico do paciente.
Segundo os cientistas, entre 20 e 30 meses após o início do tratamento, os sintomas da doença sumiram ou diminuíram consideravelmente. “Nesses pacientes, as células-tronco corrigidas substituíram as células doentes, criando um sistema imune funcional, com plaquetas normais. Graças à terapia genética, essas crianças não convivem mais com sangramentos severos e infecções. Agora elas podem correr, brincar e ir à escola”, diz Alessandro Aiuti, pesquisador do TIGET responsável pelo estudo.
Agindo no cérebro – Já a Leucodistrofia Metacromática é causada por mutações no gene ARSA, importante para o sistema nervoso. Os bebês com essa doença são aparentemente saudáveis no nascimento, mas em algum ponto de seu desenvolvimento eles começam a perder gradualmente as habilidades cognitivas e motoras, sem nenhum tratamento capaz de frear o processo neurodegenerativo — que acabará por matar a criança.
A partir de uma técnica parecida, os pesquisadores italianos inseriram genes ARSA funcionais nas células-tronco desses pacientes e as devolveram ao corpo. Ali, elas começaram a produzir as enzimas funcionais e a se reproduzir, atingindo o cérebro das crianças, o local mais afetado pela doença.
Dois anos após o início dos tratamentos, os pesquisadores afirmam que a terapia genética foi capaz de frear a progressão da doença. “Nesse caso, o mecanismo terapêutico foi mais sofisticado: as células-tronco corrigidas atingiram o cérebro por meio do sangue e liberaram a proteína correta, que é acumulada pelas células nervosas sobreviventes. Nós tivemos que criar células capazes de produzir uma quantidade de proteínas muito maior que o normal, para neutralizar o processo neurodegenerativo em andamento”, diz Alessandra Biffi, pesquisadora do TIGET.



FONTE: VEJA

Cientistas descobrem nova espécie de inseto minúsculo no Alasca

Imagem do animal foi divulgada na internet para ajudar a identificá-lo.Espécie 'Caurinus tlagu' se alimenta de plantas, dizem pesquisadores.


Inseto da espécie recém-descrita 'Caurinus tlagu' (Foto: Divulgação/"ZooKeys")


Cientistas descobriram uma nova espécie de inseto em uma ilha do Alasca. O minúsculo animal, que mede apenas 2 milímetros, tem a aparência de uma pulga e recebeu o nome científico de Caurinus tlagu.
A descrição do animal foi publicada na última semana na revista científica online "ZooKeys". O inseto pertence à ordem dos mecópteros, que possui mais de 500 espécies identificadas.
Os pesquisadores da Universidade do Alasca em Fairbanks, responsáveis pela descoberta, contam que a internet foi uma ferramenta importante na hora de descobrir se de fato o inseto era representante de uma nova espécie.
Uma imagem foi publicada na rede social Facebook pelos cientistas para que seus colegas entomólogos pudessem dar opiniões sobre o animal. A maioria das avaliações, no entanto, estava errada, disseram os pesquisadores ao "ZooKeys". Só um cientista, da Universidade Estadual de Montana, reconheceu o inseto como sendo pertencente ao gênero Caurinus.
"Nós analisamos milhares de insetos retirados do gelo para as nossas coleções, no Museu da Universidade do Alasca, todo ano. É raro vermos alguma coisa que nos chama a atenção", afirmou a pesquisadora Jill Stockbridge ao site do "ZooKeys".
O inseto minúsculo se alimenta de plantas, de acordo com os cientistas.

FONTE: G1

domingo, 14 de julho de 2013

Fezes de minhoca podem conter a chave para entender o clima no planeta

Cientistas descobriram que bolas de cristal presentes nas fezes dos vermes variam conforme temperatura

Pode parecer inusitado, mas o cocô da minhoca pode conter a chave para desvendar informações sobre a mudança do clima no planeta.
Cientistias britânicos descobriram que as fezes das minhocas podem ser utilizadas para medir temperaturas do passado, abrindo uma janela para as características climáticas de outras épocas.
O estudo mostra que a química das pequenas bolas de cristais calcificados expelidas pelas minhocas no solo variam de acordo com a temperatura.
A pesquisa foi divulgada na publicação científico Geochimica et Cosmochimica Acta .



Cientistas das Universidades de Reading e de York, no norte da Inglaterra, afirmam que os nódulos de carbonato de cálcio ─ resquícios de fezes de minhocas ─ encontrados em sítios arqueológicos fornecem um panorama único das temperaturas locais na Antiguidade.
Já que a forma dos isótopos de oxigênio dentro dos cristais calcificados variam de acordo com a temperatura, eles registram informações importantes do momento presente enquanto crescem dentro das minhocas.
Os grânulos calcificafos medem até 2 milímetros e tem coloração diferenciada, o que facilita encontrá-los em sítios arqueológicos.

Darwin

Emma Versteegh, pesquisadora líder do estudo, disse que "as minhocas da terra produzem excrementos todos os dias, então elas mantêm uma série continua de variações de temperatura, assim como de variações geográficas".
As pequenas bolas de cálcio secretadas pelas minhocas foram identificadas pelo naturalista britânico Charles Darwin em 1881.
As equipes de York e Reading estão concentrando os estudos em amostras que datam de milhões de anos atrás, que foram coletadas em Silbury Hill, a um túmulo neolítico próximo a Stonehenge, na Inglaterra.
O modelo de estudo adotado pelos cientistas britânicos vai permitir identificar o clima e suas variações de temperatura em sítios arqueológicos de milhões ou, ainda, de centenas de milhões de anos.
Charles Darwin discutiu o tema em seu último estudo: The formation of vegetable mould, through the action of worms, with observations on their habits (em livre tradução para o português, "A formação do solo enriquecido com matéria orgânica, por meio da ação das minhocas, com observação de seus hábitos").
Os nódulos de cálcio formam-se numa glândula visível na parte de baixo das minhocas ou em uma área mais próxima da cabeça.
Darwin sugeriu que as minhocas da terra provavelmente utilizariam os grânulos de cálcio para neutralizar o ácido de seu sistema digestivo, e, de acordo com estudos mais recentes, ele estava certo.
Mark Hodson, pesquisador também envolvido no projeto, descreve os grânulos como "uma pastilha contra a indigestão produzida por elas mesmas".
Para os pesquisadores britânicos, os grânulos contidos nas fezes da minhoca poderiam ser comparados com outros métodos científicos, como a análise do centro das camadas de gelo polar, de sedimentos do fundo do mar e dos anéis de troncos de árvores.
Mas a análise das fezes permite traçar uma variação mais sensível em relação ao tempo, bem como geograficamente mais específica, criando uma nova maneira de entender o clima no passado.

Fonte: BBC

terça-feira, 9 de julho de 2013

Estudo avaliará adoção de uso preventivo de pílula anti-HIV no país

Estudo coordenado pela Fiocruz recrutará 400 voluntários no RJ e em SP.Objetivo é dar proteção adicional a grupos vulneráveis.


Pílula do Truvada, que deve ser testado como estratégia de prevenção contra o HIV (Foto: Paul Sakuma/AP)

Uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai avaliar a melhor forma de implantar, no Brasil, a estratégia do uso do antirretroviral Truvada como forma adicional de evitar a infecção pelo HIV. Também participam do projeto - chamado PrEP Brasil - a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids de São Paulo.
A viabilidade da estratégia de prevenção já havia sido demonstrada pelo estudo internacional iPrEx (Iniciativa de Profilaxia Pré-exposição), do qual o Brasil também participou. A pesquisa concluiu que o uso diário de antirretroviral por homens saudáveis que fazem sexo com homens conseguiu prevenir novas infecções com eficácia que variou de 43% a 92%, dependendo da adesão ao medicamento.
A infectologista Brenda Hoagland, que coordena o projeto no âmbito da Fiocruz, observa que, nos Estados Unidos, o uso preventivo do medicamento Truvada por pessoas HIV negativas já é aprovado. No Brasil, o Truvada é aprovado somente para o tratamento da doença (apesar de não ser adotado pelo SUS). “Se conseguirmos mostrar com o estudo que é possível implementar essa estratégia no Brasil, o Truvada terá que obter um outro registro para prevenção, não só para tratamento”, diz Brenda.
Segundo a pesquisadora, o resultado do estudo poderá ser um instrumento que o Ministério da Saúde utilizará para definir se deve ou não adotar a estratégia no país e qual seria a melhor maneira de fazê-lo.
A previsão é que o estudo se inicie entre agosto e setembro, quando começará o processo de recrutamento dos voluntários, de acordo com Brenda. No total, serão 400 voluntários, 200 no Rio de Janeiro e 200 em São Paulo. O perfil buscado são homens com mais de 18 anos, HIV negativos e que fazem sexo com homens. Interessados em participar podem obter mais informações no telefone (21) 2260-6700. Os participantes serão acompanhados durante um ano.
“É importante esclarecer que, de maneira alguma, o objetivo dessa estratégia é substituir a camisinha. Esse medicamento não previne outras DSTs. Trata-se de uma forma adicional de prevenção para grupos que estão mais vulneráveis”, diz Brenda. A coordenação geral do projeto é da pesquisadora Beatriz Grinsztejn, também da Fiocruz.

FONTE: G1

terça-feira, 2 de julho de 2013

Os répteis, chamados de Bunostegos, tinham o tamanho de uma vaca e crânios nodosos




Um réptil com um crânio anormal cheio de protuberâncias percorria parte do norte da África há mais de 200 milhões de anos, quando essa região estava no centro do supercontinente conhecido como Pangeia.Um exame do crânio, que pertencia ao grupo de pareiassauros chamados de Bunostegos, apoia a teoria de que a região – hoje ao norte do Níger – tinha o clima de um deserto isolado naquela época.
"Esses animais são diferentes de todos os outros daquele período", disse um dos pesquisadores, Christian Sidor, biólogo da Universidade de Washington e curador de paleontologia de vertebrados no Museu de História Natural e Cultura Burke da mesma universidade. "A ideia é que eles tenham se separado por causa do clima."O réptil, que possuía o tamanho de um vaca, é um pareiassauro de um grupo de herbívoros encontrados em toda a Pangeia durante o Permiano Médio e Tardio, há cerca de 252 a 266 milhões de anos.
A maioria dos pareiassauros tinha protuberâncias ósseas no crânio, mas os Bunostegos possuem os crânios mais nodosos já encontrados. Os pesquisadores, que publicaram suas descobertas no periódico The Journal of Vertebrate Paleontology, acreditam que as protuberâncias se assemelhavam aos chifres cobertos de pele da cabeça da girafa moderna.
Dados geológicos sugerem que a região era extremamente seca.
"Havia provavelmente uma espécie de oásis onde esses animais viviam", disse Sidor. "Havia água corrente lá, mas isso provavelmente era efêmero."

FONTE: IG