segunda-feira, 15 de julho de 2013

Cientistas descobrem nova espécie de inseto minúsculo no Alasca

Imagem do animal foi divulgada na internet para ajudar a identificá-lo.Espécie 'Caurinus tlagu' se alimenta de plantas, dizem pesquisadores.


Inseto da espécie recém-descrita 'Caurinus tlagu' (Foto: Divulgação/"ZooKeys")


Cientistas descobriram uma nova espécie de inseto em uma ilha do Alasca. O minúsculo animal, que mede apenas 2 milímetros, tem a aparência de uma pulga e recebeu o nome científico de Caurinus tlagu.
A descrição do animal foi publicada na última semana na revista científica online "ZooKeys". O inseto pertence à ordem dos mecópteros, que possui mais de 500 espécies identificadas.
Os pesquisadores da Universidade do Alasca em Fairbanks, responsáveis pela descoberta, contam que a internet foi uma ferramenta importante na hora de descobrir se de fato o inseto era representante de uma nova espécie.
Uma imagem foi publicada na rede social Facebook pelos cientistas para que seus colegas entomólogos pudessem dar opiniões sobre o animal. A maioria das avaliações, no entanto, estava errada, disseram os pesquisadores ao "ZooKeys". Só um cientista, da Universidade Estadual de Montana, reconheceu o inseto como sendo pertencente ao gênero Caurinus.
"Nós analisamos milhares de insetos retirados do gelo para as nossas coleções, no Museu da Universidade do Alasca, todo ano. É raro vermos alguma coisa que nos chama a atenção", afirmou a pesquisadora Jill Stockbridge ao site do "ZooKeys".
O inseto minúsculo se alimenta de plantas, de acordo com os cientistas.

FONTE: G1

domingo, 14 de julho de 2013

Fezes de minhoca podem conter a chave para entender o clima no planeta

Cientistas descobriram que bolas de cristal presentes nas fezes dos vermes variam conforme temperatura

Pode parecer inusitado, mas o cocô da minhoca pode conter a chave para desvendar informações sobre a mudança do clima no planeta.
Cientistias britânicos descobriram que as fezes das minhocas podem ser utilizadas para medir temperaturas do passado, abrindo uma janela para as características climáticas de outras épocas.
O estudo mostra que a química das pequenas bolas de cristais calcificados expelidas pelas minhocas no solo variam de acordo com a temperatura.
A pesquisa foi divulgada na publicação científico Geochimica et Cosmochimica Acta .



Cientistas das Universidades de Reading e de York, no norte da Inglaterra, afirmam que os nódulos de carbonato de cálcio ─ resquícios de fezes de minhocas ─ encontrados em sítios arqueológicos fornecem um panorama único das temperaturas locais na Antiguidade.
Já que a forma dos isótopos de oxigênio dentro dos cristais calcificados variam de acordo com a temperatura, eles registram informações importantes do momento presente enquanto crescem dentro das minhocas.
Os grânulos calcificafos medem até 2 milímetros e tem coloração diferenciada, o que facilita encontrá-los em sítios arqueológicos.

Darwin

Emma Versteegh, pesquisadora líder do estudo, disse que "as minhocas da terra produzem excrementos todos os dias, então elas mantêm uma série continua de variações de temperatura, assim como de variações geográficas".
As pequenas bolas de cálcio secretadas pelas minhocas foram identificadas pelo naturalista britânico Charles Darwin em 1881.
As equipes de York e Reading estão concentrando os estudos em amostras que datam de milhões de anos atrás, que foram coletadas em Silbury Hill, a um túmulo neolítico próximo a Stonehenge, na Inglaterra.
O modelo de estudo adotado pelos cientistas britânicos vai permitir identificar o clima e suas variações de temperatura em sítios arqueológicos de milhões ou, ainda, de centenas de milhões de anos.
Charles Darwin discutiu o tema em seu último estudo: The formation of vegetable mould, through the action of worms, with observations on their habits (em livre tradução para o português, "A formação do solo enriquecido com matéria orgânica, por meio da ação das minhocas, com observação de seus hábitos").
Os nódulos de cálcio formam-se numa glândula visível na parte de baixo das minhocas ou em uma área mais próxima da cabeça.
Darwin sugeriu que as minhocas da terra provavelmente utilizariam os grânulos de cálcio para neutralizar o ácido de seu sistema digestivo, e, de acordo com estudos mais recentes, ele estava certo.
Mark Hodson, pesquisador também envolvido no projeto, descreve os grânulos como "uma pastilha contra a indigestão produzida por elas mesmas".
Para os pesquisadores britânicos, os grânulos contidos nas fezes da minhoca poderiam ser comparados com outros métodos científicos, como a análise do centro das camadas de gelo polar, de sedimentos do fundo do mar e dos anéis de troncos de árvores.
Mas a análise das fezes permite traçar uma variação mais sensível em relação ao tempo, bem como geograficamente mais específica, criando uma nova maneira de entender o clima no passado.

Fonte: BBC

terça-feira, 9 de julho de 2013

Estudo avaliará adoção de uso preventivo de pílula anti-HIV no país

Estudo coordenado pela Fiocruz recrutará 400 voluntários no RJ e em SP.Objetivo é dar proteção adicional a grupos vulneráveis.


Pílula do Truvada, que deve ser testado como estratégia de prevenção contra o HIV (Foto: Paul Sakuma/AP)

Uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai avaliar a melhor forma de implantar, no Brasil, a estratégia do uso do antirretroviral Truvada como forma adicional de evitar a infecção pelo HIV. Também participam do projeto - chamado PrEP Brasil - a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids de São Paulo.
A viabilidade da estratégia de prevenção já havia sido demonstrada pelo estudo internacional iPrEx (Iniciativa de Profilaxia Pré-exposição), do qual o Brasil também participou. A pesquisa concluiu que o uso diário de antirretroviral por homens saudáveis que fazem sexo com homens conseguiu prevenir novas infecções com eficácia que variou de 43% a 92%, dependendo da adesão ao medicamento.
A infectologista Brenda Hoagland, que coordena o projeto no âmbito da Fiocruz, observa que, nos Estados Unidos, o uso preventivo do medicamento Truvada por pessoas HIV negativas já é aprovado. No Brasil, o Truvada é aprovado somente para o tratamento da doença (apesar de não ser adotado pelo SUS). “Se conseguirmos mostrar com o estudo que é possível implementar essa estratégia no Brasil, o Truvada terá que obter um outro registro para prevenção, não só para tratamento”, diz Brenda.
Segundo a pesquisadora, o resultado do estudo poderá ser um instrumento que o Ministério da Saúde utilizará para definir se deve ou não adotar a estratégia no país e qual seria a melhor maneira de fazê-lo.
A previsão é que o estudo se inicie entre agosto e setembro, quando começará o processo de recrutamento dos voluntários, de acordo com Brenda. No total, serão 400 voluntários, 200 no Rio de Janeiro e 200 em São Paulo. O perfil buscado são homens com mais de 18 anos, HIV negativos e que fazem sexo com homens. Interessados em participar podem obter mais informações no telefone (21) 2260-6700. Os participantes serão acompanhados durante um ano.
“É importante esclarecer que, de maneira alguma, o objetivo dessa estratégia é substituir a camisinha. Esse medicamento não previne outras DSTs. Trata-se de uma forma adicional de prevenção para grupos que estão mais vulneráveis”, diz Brenda. A coordenação geral do projeto é da pesquisadora Beatriz Grinsztejn, também da Fiocruz.

FONTE: G1

terça-feira, 2 de julho de 2013

Os répteis, chamados de Bunostegos, tinham o tamanho de uma vaca e crânios nodosos




Um réptil com um crânio anormal cheio de protuberâncias percorria parte do norte da África há mais de 200 milhões de anos, quando essa região estava no centro do supercontinente conhecido como Pangeia.Um exame do crânio, que pertencia ao grupo de pareiassauros chamados de Bunostegos, apoia a teoria de que a região – hoje ao norte do Níger – tinha o clima de um deserto isolado naquela época.
"Esses animais são diferentes de todos os outros daquele período", disse um dos pesquisadores, Christian Sidor, biólogo da Universidade de Washington e curador de paleontologia de vertebrados no Museu de História Natural e Cultura Burke da mesma universidade. "A ideia é que eles tenham se separado por causa do clima."O réptil, que possuía o tamanho de um vaca, é um pareiassauro de um grupo de herbívoros encontrados em toda a Pangeia durante o Permiano Médio e Tardio, há cerca de 252 a 266 milhões de anos.
A maioria dos pareiassauros tinha protuberâncias ósseas no crânio, mas os Bunostegos possuem os crânios mais nodosos já encontrados. Os pesquisadores, que publicaram suas descobertas no periódico The Journal of Vertebrate Paleontology, acreditam que as protuberâncias se assemelhavam aos chifres cobertos de pele da cabeça da girafa moderna.
Dados geológicos sugerem que a região era extremamente seca.
"Havia provavelmente uma espécie de oásis onde esses animais viviam", disse Sidor. "Havia água corrente lá, mas isso provavelmente era efêmero."

FONTE: IG

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cientistas buscam novas ferramentas para caçar novos vírus

Surtos provocados por variações de vírus já conhecidos colocam autoridades de saúde em alerta: mundo não pode ser dar ao luxo de relaxar, dizem especialistas

   Uma nova gripe, H7N9, matou pelo menos 36 pessoas desde que foi encontrada pela primeira vez na China há dois meses. Um novo vírus da família SARS vitimou outras 22 pessoas desde que foi encontrado na Península Arábica no verão passado.   Nos últimos anos, talvez isso pudesse ter sido motivo para pânico. No entanto, as vendas de frango e carne de porco não caíram, como ocorreu durante surtos de gripes ligadas a suínos e aves. O número de viagens para Xangai e Meca não diminuiu, nem houve alertas pelo fechamento de fronteiras nacionais.
   Será que essa reação relativamente calma é adequada? Ou o surgimento simultâneo de duas novas doenças sugere algo mais grave? Na verdade, dizem os especialistas, a resposta para ambas às perguntas pode muito bem ser sim.
  “Fizemos um excelente trabalho a nível mundial nos últimos 10 anos”, diz William B. Karesh, veterinário especialista em vida selvagem e chefe de políticas de saúde da EcoHealth Alliance, que monitora epidemias entre animais e seres humanos.
Coronavírus: novas doenças e vírus estão surgindo cada vez mais rápido, colocando autoridades de saúde em alerta

   “Em comparação à H5N1 e SARS, estamos resolvendo o problema dessas doenças muito, muito rápido.”
   Mas ele acrescenta que “as pessoas se tornaram insensíveis ao longo do tempo – pensando ‘Ah, OK, outra doença’”.
   Já os cientistas dizem que o mundo não pode se dar ao luxo de relaxar. A ameaça é real. Novas doenças estão surgindo mais rápido do que nunca.
  O parasitologista Peter Daszak, presidente da EcoHealth Alliance, chegou mesmo a citar um número: 5,3 novas doenças a cada ano, com base em um estudo que utilizou dados de 1940 a 2004. Ele e seus coautores culparam o crescimento populacional, o desmatamento, o uso excessivo de antibióticos, a agricultura industrial, o comércio de animais vivos, a caça de animais selvagens, as rápidas viagens aéreas e outros fatores.
   Alguns aspectos dos novos vírus são assustadores. O coronavírus árabe – agora oficialmente denominado MERS, que quer dizer síndrome respiratória do Oriente Médio – matou cerca de metade das pessoas que infectou, enquanto a SARS matou menos de um quarto; em laboratório, o vírus se replica mais rápido do que a SARS, penetra as células do pulmão mais facilmente e inibe a formação de proteínas que avisam ao corpo que ele está sob ataque.
   Em seu discurso de encerramento na reunião anual dos ministros da saúde do mundo realizada recentemente, Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde, disse que o vírus era agora a sua “maior preocupação”.
   Até especialistas descobrirem onde ele se esconde e como infecta os seres humanos, “estamos de mãos atadas no que diz respeito à prevenção”, disse ela. “São os sinais de alerta, e nós temos que reagir”.
   A gripe H7N9 foi fatal em um quarto dos casos conhecidos – a gripe espanhola de 1918 matou apenas dois por cento de suas vítimas – e já tem uma mutação perigosa, que facilita a replicação nas temperaturas do corpo humano.
    Ainda assim, a melhoria da vigilância significa que tais ameaças estão sendo encontradas mais cedo, possibilitando que haja tempo para desenvolver contramedidas, como vacinas, e diminuindo a probabilidade de que um vírus como o da gripe de 1918 volte a matar milhões de pessoas.
   Isso também significa que o fato de surtos de doenças desaparecerem de maneira despercebida agora disparam alarmes, para melhor e para pior. Cinquenta anos atrás, até mesmo o temido H5N1 da gripe aviária, que surgiu em 2003 e mata cerca de metade de suas vítimas, pode ter se perdido. É tão raro ela passar para seres humanos que até o momento permanece basicamente um problema aviário: ela já matou milhões de frangos e alguns rebanhos de aves selvagens, mas em uma década inteira ceifou apenas 364 vidas humanas, e só sabemos disso porque é possível distingui-la de outras gripes por genotipagem.
   A capacidade do mundo de detectar novas doenças se acelerou tanto por razões técnicas quanto por razões políticas. Em primeiro lugar, hoje o sequenciamento genético é feito rapidamente em muitos laboratórios.
   Em segundo lugar, hoje é possível ter acesso imediato a descrições precisas de sintomas. Serviços de notícias on-line, como o ProMED, dispondo de cientistas-membros em todo o mundo, emitem diversos relatórios diários a respeito de surtos de doenças de todo tipo, desde a murcha bacteriana da banana até o Ebola humano, passando pela febre catarral ovina. Além disso, sequências genéticas de novos vírus são frequentemente colocadas em bases de dados públicas, de modo que o percurso que percorrem pode ser rastreado.   Os cientistas descobriram, por exemplo, que uma convenção da juventude católica realizada em Sydney, Austrália, em 2008 atraiu cepas de influenza que semearam novos surtos em todo o hemisfério norte.
   Em terceiro lugar, e não menos importante, os países que costumavam esconder os surtos ocorridos em seu território agora admitem quando são acometidos por eles. Seria praticamente impossível agora, por exemplo, repetir o que aconteceu na África na década de 1980, quando presidentes do continente insistiram durante anos que não havia ninguém com AIDS na região.
   Ocultar um surto significa hoje uma violação dos regulamentos da Organização Mundial de Saúde, adotados logo após a epidemia da SARS. As regras exigem que os membros divulguem qualquer evento de saúde pública que possa se espalhar para além de suas fronteiras.
   Tanto a H7N9 quanto a MERS se encaixam nessa descrição. Ambas não são facilmente transmissíveis, embora seja quase certo que as duas infectaram membros de uma mesma família, enfermeiros ou colegas de quarto do hospital depois de uma longa exposição. A maior parte das mortes causadas por ambas foram de pacientes idosos com problemas de saúde. O que é mais preocupante é o fato de que ninguém sabe de que maneira esses vírus infectam suas vítimas.
   A H7N9 é uma gripe aviária que é uma mistura de genes de galinhas domésticas e aves aquáticas selvagens. Mas muitos chineses acometidos pela H7N9 não tiveram contato, até onde se sabe, com aves, e a doença foi encontrado em aves em pouquíssimos casos. Ao contrário da H5N1, ela não dizima bandos de aves, de modo que é difícil de rastrear o seu percurso. Seu padrão de propagação se concentrou basicamente no entorno de Xangai, sugerindo que ela atacou principalmente aves, não pássaros migratórios.
   Uma década atrás, a H5N1 também começou na China, mas se propagou em direção ao oeste, em ziguezague, quando aves aquáticas selvagens passaram o verão compartilhando lagos da Mongólia com espécies que seguiram rumo ao sudoeste, para a Europa Oriental, o Egito e a África, e foram atingidas por tempestades que as levaram até a Grã-Bretanha.
   As origens da MERS são ainda mais intrigantes. Os cientistas entendem que ela foi transmitida por morcegos, porque ela é geneticamente mais próxima do coronavírus encontrado neles do que a SARS ou do que os quatro coronavírus humanos de que se tem notícia, responsáveis por provocar os resfriados comuns. Porém, embora morcegos que habitam o México, a Europa e a África tenham vírus semelhantes, ainda não foi encontrado nenhum caso entre morcegos, camelos, cabras árabes, nem em outros animais que pudessem vir a transmiti-lo para os seres humanos. Agora, os médicos estão procurando isolar os doentes e tratá-los com os antivirais oseltamivir e zanamivir contra H7N9, e com ribavirina e interferon, contra MERS.
   Se começar uma epidemia de um dos vírus, o próximo passo será a vacinação.
   Os Centros de Controle e Proteção de Doenças (CDC) começaram a fabricar uma vacina contra a H7N9 no início de abril.
   A primeira das várias possíveis pode estar pronta para ser encaminhada aos fabricantes até o final de maio, disse uma porta-voz. Não é possível prever quanto tempo será então necessário para produzir e embalar milhões de doses, disse ela, mas o processo deve levar pelo menos seis meses.
   A produção de uma vacina contra a MERS vai demorar muito mais tempo, afirma Mark A. Pallansch, diretor da divisão de doenças virais dos CDC. Apesar de vacinas contra a gripe serem produzidas em todo o mundo há 60 anos, a busca de uma vacina contra o coronavírus decaiu desde a epidemia de SARS.
   Até recentemente, as partes mais interessadas eram os criadores de aves, dado que o coronavírus é letal para os perus. Os coronavírus são extraordinariamente complexos, de modo que encontrar alvos potenciais para as vacinas tem sido difícil, e os extensivos testes de segurança custam caro. Além disso, apenas recentemente foi encontrado um modelo animal para a realização de testes – os macacos, nos quais o vírus provoca pneumonia.
* Por Donald G. McNeil Jr

FONTE: IG

sábado, 25 de maio de 2013

Mutação faz baratas escaparem de armadilhas humanas

Algumas espécies sofreram uma mutação genética que provoca aversão ao açúcar, o que as ajuda a guardar distância de venenos


Imagem mostra cabeça de uma barata-germânica. Cada apêndice contém diversos pelos sensoriais,
alguns dos quais têm função na gustação (Ayako Wada-Katsumata e Andrew Ernst / Divulgação)
As baratas são insetos, em sua maioria, urbanos e onívoros, facilmente atraídos pelo açúcar dos alimentos. Algumas espécies, no entanto, acabaram por desenvolver uma aversão à glicose — e, assim, conseguem escapar das armadilhas montadas para atraí-las e matá-las. Mas os mecanismos por trás dessa mutação não eram conhecidos pela ciência. Agora, um estudo publicado no periódico Science conseguiu determinar como o sistema sensorial do inseto se ajusta às mudanças ambientais, provocando a aversão ao doce.
A espécie de barata usada no estudo é a chamada barata-germânica (Blatella germanica), a mais comum em casas, apartamentos e restaurantes. Embora tenham asa, elas não voam e são comumente identificadas pelo seu tamanho pequeno e por duas linhas escuras que vão da parte de trás da cabeça até as asas.
Os pesquisadores descobriram que essas baratinhas têm aversão à glicose porque o açúcar desencadeia a atividade de receptores responsáveis pelo sabor amargo, em vez do doce. Com a informação do gosto considerado ruim, elas passam a evitar alimentos com glicose – ao contrário das baratas normais, que são atraídas pelo açúcar. Essa repulsa tem base genética e é passada de geração a geração.
"Não sabemos se a glicose, de fato, tem um gosto amargo para as baratas. Mas sabemos que ela ativa os receptores desse gosto, que seriam estimulados, por exemplo, pela cafeína", diz Coby Schal, professor de entomologia da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e coautor da pesquisa. "Por isso, elas fogem desses alimentos."
A aversão ao açúcar, entretanto, tem um custo às baratas. Na ausência do nutriente, elas crescem mais devagar. "Agora, queremos entender como essa característica persiste na natureza, onde a oferta de alimentos é, provavelmente, limitada", diz Jules Silverman, coautor do estudo. "As baratas precisam se adaptar a um abastecimento pouco confiável e variável de alimentos. A repulsa à glicose coloca uma restrição extra para elas."



FONTE: VEJA

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cientistas criam células-tronco humanas por meio de clonagem

Óvulo de doadora com núcleo de célula de pele (Foto: Divulgação/OHSU)

Pesquisadores usaram técnica semelhante à da utilizada na ovelha Dolly.Linha de pesquisa buscava resultado há mais de 15 anos.

   Depois de mais de 15 anos de fracassos de cientistas de todo o mundo, além de um caso de fraude, cientistas finalmente criaram células-tronco humanas com a mesma técnica que produziu a ovelha clonada Dolly, em 1996. A equipe liderada por Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, nos EUA, publicou artigo a respeito na revista "Cell", nesta quarta-feira (15)
  Como informa a agência Reuters, para chegar ao resultado, os pesquisadores transplantaram material genético de células adultas em óvulos cujo DNA havia sido removido. Eles cultivaram células de seis embriões criados, em dois casos, a partir de DNA de amostras das peles de uma criança com uma doença genética, e, nos outros quatro casos, de fetos saudáveis.
  Em cada um dos casos, o DNA foi inserido em óvulos não fertilizados doados e, após a aplicação de uma sequência de técnicas, foi verificada a replicação das células.
  O procedimento, segundo a "Cell", abre uma nova frente para a medicina com células-tronco, que tem sido prejudicada por desafios técnicos, bem como questões éticas.
  Até agora, as fontes mais naturais de células-tronco humanas eram embriões humanos, cuja utilização em pesquisa cria dilemas éticos. Para determinados setores, um óvulo fecundado deve ser tratado como um ser humano e, por isso, não pode ser descartado. A técnica divulgada nesta quarta-feira usa óvulos humanos não fertilizados, e, assim, não se enquadraria nessa discussão.
  Eliminar a necessidade de embriões humanos pode aumentar as tentativas de utilização de células-tronco e suas descendentes para substituir células danificadas ou destruídas por problemas cardíacos, mal de Parkinson, esclerose múltipla, lesões na medula e outras doenças devastadoras.

                                          
Clonagem
  A técnica, no entanto, também poderia ressuscitar os temores da clonagem reprodutiva, ou produzir cópias genéticas de indivíduos vivos (ou mortos). Mesmo antes de o estudo ser publicado, um grupo britânico chamado Human Genetics Alert protestou contra a pesquisa.
"Os cientistas, finalmente, entregaram o bebê que pretensos clonadores humanos têm estado à espera: um método confiável para criar embriões humanos clonados", disse o dr. David King, diretor do grupo. "Isso torna imperativo que nós criemos uma proibição legal internacional sobre a clonagem humana, antes que mais pesquisas como essa apareçam. É irresponsável ao extremo a publicação desta pesquisa."
  Entre os cientistas, no entanto, o fato de a técnica ter funcionado está sendo saudado como um avanço, como afirmou o biólogo especializado em células-tronco George Daley, do Harvard Stem Cell Institute. "Isso representa uma conquista inigualável. Eles tiveram sucesso onde muitas outras equipes fracassaram, inclusive a minha."

Montagem mostra diferentes estágios do processo
descrito pelos cientistas na 'Cell'
(Foto: Divulgação/OHSU)
Fraude
  Entre os que fracassaram na utilização da técnica está o biólogo Hwang Woo-suk, da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul.
  Em 2005, Hwang e sua equipe foram manchete em todo o mundo quando anunciaram, na revista "Science", que haviam criado células-tronco embrionárias humanas por meio de transferência nuclear, a mesma técnica que os cientistas de Oregon usaram. A alegação de Hwang acabou sendo desmentida, tornando-se um dos casos mais famosos de fraude científica na última década.
  Se o feito da equipe de Oregon se mantiver e puder ser replicado por cientistas em outros laboratórios, o método oferecerá uma terceira, e potencialmente superior, forma de se produzir células-tronco embrionárias.
  A pesquisa com células-tronco decolou em 1998, quando cientistas liderados por Jamie Thomson, da norte-americana University of Wisconsin, anunciaram que conseguiram cultivar células a partir de embriões humanos de alguns dias obtidos em clínicas de fertilização, chamadas de blastocistos.
  Como os blastocistos eram destruídos quando as células-tronco eram removidas, grupos que acreditam que a vida começa na concepção promoveram intensos protestos. Em 2001, o presidente norte-americano George W. Bush proibiu financiamento público federal nos EUA para pesquisa que criaria mais blastocistos.

FONTE:G1