quarta-feira, 25 de abril de 2012

'Perfume' emitido por plantas atrai microorganismos à raiz, diz estudo

Sinais químicos aproximariam bactérias que promovem crescimento.Técnica pode auxiliar na redução da dependência de fertilizantes.

   Estudo conduzido por cientistas britânicos afirma que as plantas emitem cheiros para atrair bactérias e micro-organismos que vivem no solo e ajudam no desenvolvimento.
  De acordo com a pesquisa, divulgada nesta terça-feira (24) na revista científica “PLoS ONE”, sinais químicos foram detectados em plantações de milho e seriam uma espécie de perfume liberado para atrair bactérias benéficas. A descoberta pode auxiliar na criação de novas técnicas de cultivo sustentáveis, sem a dependência de agrotóxicos ou fertilizantes.
  De acordo com Andrew Neal, um dos autores do estudo, evidências apontaram a forte presença da bactéria Pseudomonas putida, que, atraída pelo cheiro, leva nutrientes importantes à raiz da planta do milho e também compete com bactérias nocivas.
  Segundo os pesquisadores, as raízes de plantas jovens de milho exalam grandes quantidades de produtos químicos conhecidos como “BXS”, que auxiliam o vegetal na defesa de pragas acima do solo, no caule e nas folhas.
  Porém, esse composto também atrai as bactérias benéficas, que ajudam a desintoxicar a região da raiz. Os cientistas querem aprofundar os estudos sobre os micro-organismos e verificar como influenciam na qualidade do solo e no crescimento dos vegetais.

Lavoura de milho em Santa Rosa (RS). Cientistas britânicos descobriram que planta emite cheiros para atrair microorganismos à raiz que ajudam no desenvolvimento do milho. (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Estudo aponta avanço para tratamento de paralisia cerebral

Filhotes de coelho tratados com novo medicamento tiveram melhora na função motora

   Um novo tratamento ajudou coelhos nascidos com paralisia cerebral a recuperar uma mobilidade quase normal, fazendo surgir a esperança de um potencial avanço no tratamento de pessoas com este distúrbio atualmente incurável, afirmaram cientistas nesta quarta-feira.
 O método, parte do campo crescente da nanomedicina, funcionou liberando um medicamento antiinflamatório diretamente nas partes comprometidas do cérebro através de minúsculas moléculas em cascata conhecidas como dendrímeros.
 Filhotes de coelho tratados às seis horas de nascidos tiveram uma "melhora dramática na função motora" no quinto dia de vida, disse a autora principal do estudo, Sujatha Kannan, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e do Departamento de Pesquisa de Perinatologia e Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos.
 O estudo foi publicado no jornal científico americano Science Translational Medicine.
 Os coelhos que nasceram imóveis por causa da paralisia infantil se movimentavam em "níveis quase normais no quinto dia", destacou um artigo que acompanhou o estudo e foi publicado no mesmo periódico pelo pedriatra Sidhartha Tan, de Chicago.
 A droga usada foi uma comumente empregada para tratar pessoas com intoxicação por acetaminofeno (paracetamol), conhecida como N-acetil-L-cistina ou NAC, e foi dada em uma dose 10 vezes menor.
 No entanto, foi bem sucedida porque o método de nano-entrega permitiu que cruzasse a barreira sangue-cérebro, desativando prontamente a inflamação no cérebro.
 Kannan explicou que sua equipe usou coelhos como cobaias porque, assim como os humanos, seus cérebros se desenvolvem parte antes e parte depois do nascimento, enquanto a maioria dos outros animais nascem com suas habilidades motoras já formadas.
 "Uma vantagem disso é que podemos testar tratamentos e olhar para a melhora na função motora usando este tipo de modelo animal", explicou a médica.
  Enquanto especialistas afirmam que levará anos até que se conheça totalmente esta abordagem, a pesquisa demonstra uma prova de conceito importante que algum tipo de intervenção precoce consegue reverter o dano cerebral.
  "A importância deste trabalho é que ele indica que há uma janela no tempo, imediatamente após o nascimento, quando a neuroinflamação pode ser identificada e quando o tratamento com um nanodispositivo pode reverter os efeitos da paralisia cerebral", afirmou o co-autor do estudo, Roberto Romero, obstetra do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano.
  A paralisia cerebral afeta cerca de 750.000 crianças e adultos nos Estados Unidos e sua taxa de prevalência é de cerca de 3,3 por 1.000 nascimentos, segundo Romero.
  O distúrbio pode causar dificuldades severas em controlar os músculos, incapacidade de caminhar, se movimentar ou engolir. Alguns pacientes também podem sofrer atrasos cognitivios e anormalidades no desenvolvimento.
  Uma das principais causas da paralisia cerebral é o nascimento prematuro, fenômeno em ascensão, mas a doença não costuma ser diagnosticada antes dos 2 anos.
  "No momento em que fazemos o diagnóstico, há muito pouco que podemos fazer", disse Romero, descrevendo a paralisia cerebral como "uma doença incurável por toda a vida".

Cientistas criam polímero que substitui DNA


Pesquisadores reproduziram pela primeira vez em substâncias sintéticas as mesmas funções de armazenamento e cópia de genes



Polímeros sintéticos replicaram a informação codificada no DNA



   Um estudo duvulgado nesta quinta-feira (19) mostrou que, pela primeira vez, mecanismos biologicamente importantes, como hereditariedade e evolução, puderam ser reproduzidos em laboratório usando substâncias artificiais. 
  Uma equipe de pesquisadores, incluindo um brasileiro, conseguiu criar seis polímeros sintéticos capazes de armazenar e copiar as informações genéticas presentes no ácido desoxirribonucleico, o DNA, que carrega em todas as células as informações necessárias à vida. 
  No experimento, eles também puderam mudar estas informações em um processo análogo à evolução, um passo importante para algo que recebeu o nome de genética sintética.
  “Polímeros sintéticos já existiam e também era quimicamente possível reproduzir este processo, porém, pela primeira vez conseguimos trazer informações do DNA para o polímero sintético e dele para o DNA”, disse ao iG Vitor Pinheiro do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge e autor do estudo.
  O processo de armazenamento de informações genéticas depende de dois compostos naturais, já muito conhecidos pela ciência, o DNA e o RNA. Os ácidos nucleicos DNA e RNA fornecem a base molecular para toda a vida através de sua habilidade única para armazenar e propagar informações através da combinação de quatro partes menores, chamadas de bases: guanina, citosina, adenina e timina.
  O estudo publicado nesta quinta-feira (19) no periódico científico Science um sistema sintético que permitiu a replicação da informação codificada por polímeros que receberam o nome de XNA. “A informação genética pode ir do DNA para o XNA e de volta para o DNA, o que complete o ciclo replicação. Polímeros podem sintetizar o XNA do modelo de DNA e temos outro tipo de polímero que pode usar o XNA como modelo para converter a informação desta sequência genética em DNA”, disse Philipp Holliger, também autor do estudo. 
  Mas o experimento não parou por aí. O sistema sintético também evoluiu, ou seja, as cópias do material genético apresentaram mutações, a base do processo evolutivo. A equipe de pesquisadores também submeteu um dos polímeros, conhecidos como HNA, às condições laboratoriais semelhantes à seleção natural. 
   “Num aspecto mais prático, se você pode armazenar informação e replicá-la, a evolução é apenas uma consequência individual disto. E para todos os polímeros que conseguimos fazer, abrimos o espaço de sequenciamento, que antes não poderia ser explorado. Portanto, seremos capazes de encontrar novas estruturas e fenótipos. Eu acredito que esta plataforma nos possibilitarás um amplo alcance de aplicação tecnológica”, disse Holliger.
  De acordo com os pesquisadores, a ideia do experimento não é o de criar um Frankenstein, mas sim de usar a “propriedade tão surpreendente do DNA e do RNA de armazenar informação”. “É um sistema que já isola uma molécula com melhor estabilidade biológica e química. Com isso podemos desenvolver novas drogas baseadas em ácidos ribonucleicos para o tratamento de várias doenças”, disse Pinheiro ao iG.
  Os pesquisadores estão procurando substitutos para componentes do sistema genético natural. “Não há nenhum problema com o DNA e o RNA assim que os usamos para estudar biologia. Acredito que há um interesse crescente no estudo do DNA e do RNA não só para alcançar alguma informação particular sobre este funcionamento mais também para construir, por exemplo, nanotecnologias”, disse. 


domingo, 15 de abril de 2012

Doença do beijo, Mononucleose infecciosa

A mononucleose infecciosa causa manchas na pele conhecidas como rash 

   Também chamada de doença do beijo, a mononucleose infecciosa é causada pelo vírus Epstein-barr (EBV), pertencente à família Herpesviridae. É uma doença transmitida através da saliva, daí o nome popular, doença do beijo. Mas além do beijo, também pode ser transmitida através de espirros, tosse e objetos contaminados, como copos e talheres. Raramente se adquire essa doença por transfusão sanguínea ou contato sexual. O vírus da mononucleose é muito sensível às condições ambientais, por isso permanece viável por curto intervalo de tempo, o que dificulta a sua transmissão.
  Doença que acomete principalmente adolescentes e adultos jovens, apresenta sintomas como febre, cansaço, dor de garganta, aumento dos linfonodos do pescoço (ínguas), dores musculares e de cabeça, tosse, calafrios, falta de apetite e náuseas. Em crianças e adultos jovens, a doença pode passar despercebida.
   O aumento do baço (esplenomegalia) também é um sintoma característico da mononucleose infecciosa e, nesses casos, é necessário que o paciente fique de repouso em razão do risco de ruptura do órgão. São raros os casos em que o baço se rompe, mas se isso acontecer, pode levar o indivíduo a óbito, em razão do intenso sangramento. O comprometimento do fígado também pode ser notado, o que pode levar a um quadro de hepatite com icterícia e aumento do fígado em alguns casos.
   Após o contágio, o vírus fica incubado de duas a três semanas, manifestando-se principalmente com dor de garganta e febre, que pode chegar a 40°C. Em alguns casos o paciente pode apresentar manchas avermelhadas pelo corpo, chamadas de rash.
   Nas pessoas que desenvolvem os sintomas, o período desde o contato com o vírus até a manifestação dos sintomas varia de quatro a oito semanas. Há pessoas infectadas que podem manter o vírus em sua orofaringe por até 18 meses após o término dos sintomas, podendo, assim, contaminar pessoas com quem mantenham contato íntimo.
   O diagnóstico da mononucleose infecciosa é feito através da análise do quadro clínico do paciente e de exames de sangue que mostram um aumento na quantidade de linfócitos. Se houver acometimento do fígado, os exames de sangue mostrarão aumento no TGO (transaminase glutâmica oxalacética) e no TGP (transaminase glutâmica pirúvica), elementos que indicam se está ou não havendo um bom funcionamento do fígado.
   O tratamento baseia-se em repouso e uso de medicamentos para aliviar os sintomas. Geralmente, em torno de duas semanas o paciente já sente melhoras.
   Como se trata de uma doença que confere imunidade permanente, é muito raro que se tenha uma segunda infecção. Não há vacinas que previnam o contágio dessa doença.
(Por Paula Louredo Moraes)

Crocodilos albinos chegam a zoológico francês

Eles vieram dos Estados Unidos e passarão por adaptação.Os animais viverão em ambiente com outros 200 crocodilos.

Três crocodilos albinos, duas fêmeas e um macho, chegaram dos Estados Unidos ao zoológico da cidade de Beauvoir, no oeste da França. Eles passarão por um período de adaptação e depois serão levados para uma área que simula o seu habitat natural, onde viverão com outros 200 crocodilos (Foto: Charly Triballeau/AFP)

Após viagem, os três crocodilos albinos se alimentaram em zoológico da França (Foto: Charly Triballeau/AFP)

Os animais viverão em um ambiente que simula o seu habitat natural com outros 200 crocodilos (Foto: Charly Triballeau/AFP)


FONTE: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/04/crocodilos-albinos-chegam-zoologico-frances.html

Descoberta em caverna isolada bactéria resistente a antibióticos

Culturas de micróbios isolados por milhões de anos em caverna americana apresentaram resistência todos os antibióticos sintéticos


   Bactérias encontradas em uma caverna isolada no estado americano do Novo México, nos Estados Unidos, apresentaram resistência a antibióticos. A descoberta é surpreendente, pois sugere que existem muito outros antibióticos ainda desconhecidos, que podem ser encontrados na natureza e usados para tratamentos de doenças ainda sem cura.
    As bactérias encontradas na caverna Lechuguilla, isoladas do contato humano por mais de quatro milhões de anos, eram resistentes a quase todos os antibióticos sintéticos. Embora nenhuma delas fosse capaz de provocar doenças, nem nunca terem sido expostas a antibióticos, elas apresentavam alta resistência. “A maioria dos mecanismos de resistência eram similares ao que já observamos em bactérias patogênicas que infectam humanos, porém, alguns delas são novos, nem sabíamos que existiam”, disse ao iGHazel Barton, da Universidade Akron, nos Estados Unidos e uma das autoras do estudo publicado no periódico científico Plos One.
   As bactérias da caverna Lechuguilla apresentam um tipo de resistência que ainda não tinham sido observado até então. De acordo com Hazel, isto pode ajudar pesquisadores a se prepararem enquanto este tipo de resistência ainda não é um problema no mundo
Isoladas: pesquisadores encontraram na caverna Lechuguilla bactérias resistentes a antibióticos 


    Até então, ainda não estava claro quanto da resistência das bactérias a antibióticos estava relacionada com a infinidade de antibióticos sintéticos que o homem vem usando nos últimos 70 anos. Com a descoberta, pesquisadores acreditam estar mais perto do entendimento sobre a origem da resistência aos medicamentos, que atualmente tem criado um sério problema para o tratamento de doenças infecciosas.
   Antibióticos podem ser produzidos de forma sintética ou naturalmente por organismos no solo. Um sistema complexo permite que as bactérias tenham vários caminhos criar imunidade contra a ação destes antibióticos, como alterando suas características ou remover a substância antes que ela provoque a morte dos organismos unicelulares. "Muitos destes mecanismos estão codificados por um único caminho genético. Nós suspeitamos, com base no novo estudo, que estes caminhos são muito antigos”, disse. 

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/descoberta-em-caverna-isolada-bacteria-resistente-a-antibioticos/n1597740368644.html