Exagero pode causar ganho de peso, aumento do colesterol e enxaqueca.
Se junto da satisfação de ganhar ovos de Páscoa vem a culpa por devorá-los, saiba que o chocolate é considerado um alimento saudável, mas só se consumido com moderação. Ele é fonte de vitaminas, de antioxidantes (que previnem o envelhecimento) e consegue até minimizar a tensão pré-menstrual (TPM).
Mas como todo exagero alimentar faz mal, o consumo em demasia pode também causar uma série de problemas.
Para entender o lado bom e o ruim do consumo do chocolate, o G1 consultou especialistas, que deram dicas fundamentais para comer sem culpa e sem engordar.
Todos são unânimes em dizer que a melhor opção é o chocolate amargo, rico em cacau. É no fruto que estão os principais benefícios do chocolate. Na versão ao leite a substância também aparece, só que mais tímida, enquanto no chocolate branco só lhe resta a manteiga de cacau – ou seja, apenas a gordura.
Segundo Daniel Magnoni, diretor de nutrição clínica do Hospital do Coração (HCor), a legislação brasileira afirma que um produto só pode ser considerado "chocolate" se tiver mais de 25% de cacau. Por isso, ele orienta a ler a embalagem antes de comer.
“O chocolate amargo que tem mais de 70% de cacau é benéfico para a saúde cardiovascular porque tem flavonoides que atuam diminuindo o colesterol total e o ruim. Ele ainda melhora a elasticidade arterial que ajuda no controle da hipertensão e possui uma substância semelhante à cafeína que teria ação na prevenção da aterosclerose”, afirma o nutrólogo.
Por outro lado, se ultrapassar a quantidade de 50 gramas por dia – equivalente a um bombom ou um pouco mais – pode acarretar em uma série de problemas de saúde e engordar.
“O chocolate tem em torno de seis calorias por grama, ou seja, uma barra de cem gramas vai ter 600 calorias. Pode propiciar obesidade. E no caso do chocolate ao leite, pode ter muita gordura saturada que vem do leite, ajudando a elevar o colesterol também," afirma Magnoni.
A nutricionista Michele Grilo Barone, do hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, faz a ressalva de que o chocolate amargo tende a ser menos aceito por ser menos doce e mais duro. No entanto, ela dá uma dica para quem acumular ovos de Páscoa: "já que um ovo de Páscoa tem, no mínimo, cem gramas, o ideal é dividir com a família ou comer aos poucos”.
Para a nutróloga Sylvana Braga, mesmo o chocolate ao leite tem seus benefícios, que incluem uma injeção de ânimo em pessoas deprimidas e de foco para quem tem falta de atenção -- desde que seja consumido com moderação.
Pesquisas recentes
Estudos mostram outras facetas do doce mais popular da Páscoa. O mais recente, de uma universidade norte-americana mostrou que o índice de massa corporal (IMC) de pessoas que comiam chocolate diariamente era menor do que de pessoas que não tinham o hábito.
Para Braga, o chocolate pode até ajudar a emagrecer se pessoas que costumam a comer mal, optarem por uma porção do doce no lanche, em vez de atacar um pacote de salgadinho. “Mas nessas situações é melhor que seja o amargo”, ressalta.
Para Magnoni, não dá para associar a perda de peso com o consumo de chocolate, sem alia-lo a práticas de exercícios físicos e uma alimentação saudável. “Esses trabalhos não associam outros fatores como a ingestão menor de outras fontes e ginástica. Mas o chocolate sozinho não resolve nada," afirma.
Os benefícios do chocolate no controle da pressão e de doenças cardiovasculares também foram abordados em pesquisa recente da Universidade de L`Aquila, na Itália. Ambas levam em conta a ação dos flavonoides, em argumentos semelhantes ao de Magnoni.
Na pesquisa italiana, a pesquisa liderada por Davide Grassi, concluiu que os flavonoides presentes no cacau ao serem consumidos por meio do chocolate em pacientes hipertensos e diabéticos foram capazes de reduzir a pressão arterial.