quinta-feira, 22 de março de 2012

Saiba o que são doenças autoimunes e como tratar lúpus e psoríase

Doenças autoimunes atacam o organismo dos pacientes.
Elas trazem manifestações na pele que podem afetar a vida social.

    O lúpus e a psoríase são duas doenças autoimunes. É como se o sistema imunológico interpretasse que o paciente é a bactéria. Um ponto em comum entre essas doenças é que ambas são inflamatórias, costumam surgir principalmente na vida adulta e trazem manifestações na pele que podem afetar a vida social. Estresse emocional pode desencadear os dois problemas e não há cura para ambos, mas apenas controle. As doenças podem desaparecer, mas podem voltar. Por outro lado, enquanto o sol ajuda a combater a psoríase, piora o lúpus.
   O sistema imunológico do corpo humano produz proteínas chamadas anticorpos que servem para combater microorganismos agressores, como bactérias invasoras. No lúpus e na psoríase, porém, o sistema produz anticorpos contra células de diferentes tecidos do corpo, causando lesões na pele e, no caso do lúpus, dependendo da pessoa, lesões no sistema nervoso, coração, pulmões, rins e articulações.


     Os estudos para descobrir porque desenvolvemos anticorpos contra nós mesmos estão em andamento. Uma das teorias diz que, quando a pessoa nasce, o corpo passa por um processo de reconhecimento celular.
   Algumas células não são reconhecidas e ficam escondidas. Quando há uma queda de imunidade, por exemplo, essas células aparecem no organismo e o corpo passa a produzir anticorpos contra elas.
   Outra teoria diz que alguns vírus (não se sabe quais) têm a capacidade de modificar nossas células. Quando isso ocorre, o nosso organismo passa a não mais reconhecê-las e, então, produz anticorpos.

Lúpus

   O lúpus eritematoso sistêmico (les) pode ter um início agudo ou mais lento, com manifestações em diferentes órgãos. Essas manifestações podem ocorrer simultaneamente ou sucessivamente na pele, nas articulações, nos rins e nas membranas serosas. O diagnóstico da doença é feito pela presença de, no mínimo, quatro de onze critérios clínicos e o tratamento começa pela conscientização do paciente.
   A doença provoca uma inflamação nos vasos sanguíneos (vasculite), e como eles estão por toda parte do corpo, pode disseminar para qualquer lugar do organismo, tendo consequências mais sérias quando atinge os rins e o sistema neurológico. No caso dos rins, pode comprometer o órgão a ponto de ter de fazer transplante. No caso do sistema nervoso, pode levar a pessoa a ter derrames ou desenvolver problemas psiquiátricos ou psicomotores. Porém, o lúpus grave ou agudo atinge menos de 20% dos portadores da doença.
   Vale lembrar também que mais de 90% dos pacientes que tratam o lúpus e levam as orientações médicas a sério respondem bem ao tratamento e quase não sofrem os sintomas da doença. O tempo médio de tratamento é de cinco anos e há casos de pessoas que, após tratadas, a doença nunca mais volta a manifestar. Quem tem lúpus pode emagrecer antes de começar o tratamento, mas depois a tendência é engordar.
   É importante investigar a possibilidade de lúpus. Se você tiver alterações frequentes em exames de urina, como presença de células de defesa (leucócitos no xixi), lesões na pele, dores articulares, manchas em forma de borboleta no rosto ou emagrecimento, pode ser sinal da doença e existe um exame de sangue que pode diagnosticá-la. Alguns anticorpos são específicos do lúpus, como o anti dna e o anti sm.

Psoríase

   A psoríase pode ser confundida com outros problemas de pele, por isso é importante procurar um dermatologista para identificá-la. A doença se manifesta através de lesões que coçam bastante. Nos casos de psoríase leve, os tratamentos costumam ser com pomadas, loções, shampoos ou geis. Em casos mais severos, podem ser indicados medicamentos via oral e fototerapia.
  Na doença, as células da pele vão se multiplicando em camadas, umas em cima das outras, formando escamas. Segundo a Dra. Eliandre Pallermo, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a recomendação é que a exposição ao sol sem protetor solar seja feita nos horários com menor incidência de raios UV, ou seja, antes das 10h e após as 16h.
   Como se trata de uma exposição terapêutica e não com a finalidade de bronzear, o período de exposição varia de acordo com o tipo de pele de cada pessoa. Para pessoas com a pele branca, não é recomendado ultrapassar 20 minutos, desde que a pele não fique vermelha. Pessoas com a pele morena ou negra podem se expor um pouco mais, de 30 a 40 minutos, desde que não sintam ardência na pele. Entretanto, o ideal é analisar cada caso individualmente, por isso é extremamente importante o acompanhamento de um médico dermatologista.

Tratamento

   Há tratamento disponível no SUS com remédios que ajudam a controlar as doenças. Procure um hospital universitário ou peça encaminhamento do posto de saúde para uma dessas unidades se não obtiver o controle com a ajuda dos médicos do posto de saúde.
   No caso do lúpus, o uso de corticoides pode levar ao ganho de peso. Por isso, a alimentação saudável e os exercícios físicos são indispensáveis. Há também os imunossupressores, que agem nos linfócitos (células responsáveis pela produção de anticorpos), mas o problema é que acabam atuando nas células normais, o que pode causar anemias e diminuir a resistência. O tratamento com agentes biológicos bloqueia determinados anticorpos responsáveis pelos sintomas do lúpus.
   Controlar o estresse emocional e realizar pequenas coisas que trazem felicidade e bem-estar pode ajudar. A pessoa com lúpus ou psoríase não deve fugir do contato social e deve explicar que a doença de pele não é contagiosa. A alimentação rica em vegetais, carnes magras e sem gordura pode ajudar também no tratamento. A dieta com pouco sal e atividades físicas também são positivos. Exercícios com proteção solar, como caminhadas noturnas, musculação, natação e pilates estimulam a massa muscular e melhoram a qualidade do osso.
   Portadores de lúpus não devem tomar sol e, mesmo em ambientes fechados, devem usar fator de proteção solar porque o raio ultravioleta destrói várias células cutâneas e o organismo entende que precisa produzir mais anticorpos. Em contrapartida, o sol ajuda a controlar a psoríase, mas exige combinação de um creme hidratante que ajude a evitar o ressecamento, que pode agravar a doença. Nas duas doenças, é bom manter a casa saudável, arejada, sem mofo e pó que podem irritar mais ainda a pele.
   É importante saber que o lúpus é uma doença tratada por reumatologistas e a psoríase é tratada por dermatologistas. Porém, alguns pacientes com psoríase (cerca de 30%) desenvolvem artrite inflamatória crônica que comprometem as articulações periféricas, o que demanda tratamento também com o dermatologista, além do reumatologista.

Concorrência melhora o desempenho sexual das moscas

Machos produzem ninhadas maiores quando convivem com outros machos. Conhecimento sobre fertilidade dos insetos pode ser útil na agricultura.

    Na economia, a livre concorrência faz com que as empresas se esforcem sempre para oferecer o melhor serviço. Pelo menos na teoria, o mercado se regularia assim.
    A reprodução das moscas parte do mesmo princípio. Um estudo mostra que a convivência com seus “rivais” faz com que os machos da espécie melhorem o desempenho sexual. É como se eles fossem movidos pelo ciúme.
   Na comparação, os insetos copulam por mais tempo e produzem ninhadas maiores quando convivem com os outros machos.


Macho corteja a fêmea produzindo sons com suas asas (Foto: Divulgação)

   É difícil extrapolar de uma espécie para a outra, mas nosso estudo traz uma noção útil de como o ambiente social de um macho pode afetar seu sucesso como pai”, explicou o pesquisador Tracey Chapman, em material divulgado pela Universidade de East Anglia, na Inglaterra, onde ele trabalha.
   Segundo os autores, a descoberta, publicada pela revista científica “Proceedings of the Royal Society B”, pode ajudar em situações em que é importante manter a fertilidade masculina das moscas, como na agricultura.

Cópula entre duas moscas (Foto: Divulgação)

FONTE: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/03/concorrencia-melhora-o-desempenho-sexual-das-moscas.html

quarta-feira, 21 de março de 2012

Butantan descobre sapo que lança veneno espontaneamente

Ao contrário de outros anfíbios, o Rhaebo guttatus tem mecanismo de veneno ativado voluntariamente
Foto: Instituto Butantan/Divulgação

    Pesquisadores do Instituto Butantan descobriram um sapo que possui comportamento predatório, o que até hoje era completamente incomum nesses animais. Ao contrário de outros anfíbios, que expelem veneno somente após sofrerem um ataque, o Rhaebo guttatus, espécie encontrada na Amazônia e semelhante ao sapo Cururu, tem um mecanismo de veneno ativado voluntariamente.
   O estudo, feito na Amazônia por cerca de um ano, revelou que o animal, por meio de movimentações corporais que causam a compressão do paratóide (glândulas que armazenam o veneno), esguicha o veneno a uma altura de quase dois metros.
  Ao efetuar um ataque, o sapo libera uma substância com propriedades inflamatórias, capaz de causar complicações neurotóxicas, cardiotóxicas, edemas pulmonares, problemas no sistema digestivo ou até mesmo levar o predador a óbito.
  "Essa descoberta pode revolucionar o estudo dos anfíbios, pois jamais se imaginou um sapo com esse tipo de comportamento. Além de contribuir com nossos estudos, reacende o folclore de que esses animais só atacam seu predador voluntariamente", relata Carlos Jared, diretor do Laboratório de Biologia Celular.

FONTE: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5662263-EI8145,00-Butantan+descobre+sapo+que+lanca+veneno+espontaneamente.html

Plantas também sofrem danos devido à poluição sonora, diz estudo

    Barulho afastaria animais que realizam dispersão de sementes e pólen.
   Espécies de pinheiros seriam as principais afetadas, afirmam pesquisadores.

    Pesquisa divulgada pela revista da Academia de Ciências do Reino Unido afirma que a poluição sonora causada por humanos pode causar grave impacto na sobrevivência das plantas, já que os métodos naturais de reprodução de vegetais seriam afetados.
    De acordo com o estudo, realizado pelo Centro Nacional de Síntese Evolucionária (NESCent, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, ruídos provenientes do tráfego intenso de veículos ou mesmo de máquinas afastariam animais de seus habitats, quando esses ficam próximos a áreas urbanas.
    Essa fuga atrapalharia a distribuição de pólen entre flores, realizada por aves, e germinação de sementes de espécies como os pinheiros, feita mamíferos, como os roedores, o que pode levar à queda na população dessas plantas.

Espécies de pinheiros localizadas em locais ruidosos podem ser prejudicadas, afirma estudo. (Foto: Divulgação)


Muito barulho, pouca biodiversidade

    A análise foi feita próxima a uma reserva do México. A região contém vários poços de extração de gás natural, muitos dos quais emitem alto som constantemente devido ao processo.
   Os cientistas verificaram que nas áreas com mais barulho, algumas espécies de animais não se aproximavam, justamente aquelas que ajudavam na distribuição das sementes dessas árvores, pertencentes ao grupo das gimnospérmicas.
   Segundo Clinton Francis, um dos autores do estudo, uma menor quantidade de árvores em áreas ruidosas acarretaria em menos plantas maduras e, consequentemente, uma redução drástica de habitats.



FONTE: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/03/plantas-tambem-sofrem-danos-devido-poluicao-sonora-diz-estudo.html

Espermatozoides realizam cálculos complexos, dizem cientistas

Direção dos espermatozoides é regulada pela velocidade da variação da taxa de cálcio

         Pesquisadores descobriram que os espermatozoides são capazes de realizar cálculos complexos. Cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, determinaram que quando o óvulo libera emissores químicos que modificam a concentração de íons de cálcio no interior dos espermatozoides (o que ativa sua movimentação), eles não reagem ao aumento dos níveis dessa substância, mas às suas variações.
"O que eles medem são as taxas de mudança ao longo do tempo, a rapidez ou a lentidão da alteração da concentração de cálcio que entra nos espermatozoides de seu exterior", disse Luis Álvarez, do Instituto Max Planck.
          Assim, "em função do valor da taxa de mudança, alteram a forma como movimentam a cauda e mudam de direção. Em outras palavras, a direção dos espermatozoides é regulada pela velocidade da mudança de cálcio", explicou.

Cálculo diferencial: estudo mostrou que espermatozoides calculam a variação da taxa de íons de cálcio

"É cômico pensar que o cálculo diferencial (ramo importante da matemática que se dedica ao estudo de taxas de variação de grandezas e a acumulação de quantidades) não era realizado até o século 18, mas os espermatozoides já faziam isso há mais de 400 milhões de anos", ressaltou.
          Álvarez explicou que "os espermatozoides, como muitas outras células, fazem dezenas de cálculos". O fenômeno descoberto pela equipe foi observado por enquanto unicamente nos espermatozoides de várias espécies marítimas.
 "É por isso que ainda estamos realizando esforços para conhecer quais espécies se comportam deste modo" e se este fenômeno também ocorre nos seres humanos, explicou o cientista.
       Álvarez destacou que "o mecanismo que movimenta a cauda do espermatozoide foi conservado ao longo da evolução e se encontra em diferentes tipos de células do corpo humano".
"Estas células possuem extensões similares à parte final dos espermatozoides chamada cílios móveis, e desenvolvem diferentes funções", acrescentou.
        Neste sentido, "é provável que estes cílios possuam estratégias parecidas a do espermatozoide para ajustar seu movimento como resposta a sinais", explicou.
      Entre outras funções, eles "limpam nossas vias respiratórias empurrando a sujeira para o exterior, determinam que nosso coração fique do lado esquerdo e não do direito durante o desenvolvimento do embrião e empurram o óvulo das trompas até o útero".
         Segundo Álvarez, a pesquisa é um passo importante no "entendimento de como as células processam os sinais que recebem".
         Assim, "o cálculo da taxa de mudança é importante porque permite às células identificar e responder unicamente aos sinais que têm uma taxa de mudança adequada. Em termos técnicos, permite filtrar estímulos por frequências", afirmou.
"As repercussões globais deste descobrimento... o tempo dirá", concluiu o pesquisador.

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/espermatozoides-realizam-calculos-complexos-dizem-cientistas/n1597700130212.html

segunda-feira, 19 de março de 2012

Flor-cadáver dos EUA desabrocha e atrai visitantes em universidade

    Fenômeno raro foi acompanhado por biólogos e transmitido pela internet. Florescimento ocorre após um cultivo mínimo de dez anos.

   Floresceu no fim da tarde deste domingo (18) o exemplar de flor-cadáver (Amorphophallus titanum) mantido por biólogos em uma estufa da Universidade Cornell, dos Estados Unidos.
   Visitantes e pesquisadores acompanharam o fenômeno raro, que foi gravado e transmitido ao vivo pela internet desde o último dia 13, quando a planta começou a desabrochar.



Visitantes na estufa da Universidade Cornell, nos EUA, na noite deste domingo interessados em conhecer o mais novo exemplar de flor-cadáver. (Foto: Reprodução)

     Nativa da Indonésia, a espécie recebeu este nome devido ao forte odor que emite após a abertura de suas pétalas. Seu florescimento demora dias e é considerado um fenômeno raro. Isto porque um exemplar de flor-cadáver só passa por esse processo após um período mínimo de dez anos de cultivo.
   Na transmissão é possível ver a movimentação de pessoas curiosas com o vegetal, que pode chegar a pesar até 200 kg. Antes, apenas biólogos ficavam no local realizando anotações e regando a planta.

A mesma flor-cadáver no sábado (17), ainda em processo de florescimento. (Foto: Reprodução)

FONTE: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/03/flor-cadaver-desabrocha-e-atrai-visitantes-em-universidade-dos-eua.html

Chimpanzés demonstram habilidade em gerenciar conflitos

Pesquisa mostra que grupos de animais contam com um "mediador" para apartar brigas

De acordo com o estudo, machos influentes ou fêmeas idosas têm papel de mediadores do grupo

   Quando dois alunos do quinto ano primário brigam no pátio da escola, talvez um professor intervenha. Constatou-se que os chimpanzés também possuem mediadores semelhantes.
    Os mediadores dos chimpanzés "com frequência são machos influentes ou fêmeas idosas", afirmou Carel P. van Schaik, primatologista da Universidade de Zurique e um dos autores do estudo publicado no periódico PLoS One. "Isso parece ser uma manifestação de preocupação com a comunidade", afirmou.
    Os chimpanzés foram observados em zoológicos da Suíça, Inglaterra e Holanda.
   Surpreendentemente, o mediador realiza muito pouco, afirmou van Schaik - ele apenas caminha entre os chimpanzés e, às vezes, para por um breve momento. Geralmente, isso basta para apartar a briga.
    O mediador dos chimpanzés parece obter muito pouco desse processo, se é que obtém algo.
   "É possível afirmar que o custo é baixo", afirmou van Schaik sobre o lado negativo de ser um mediador, "mas ele pode se cansar".
   "A moralidade deve ter evoluído gradualmente a partir de algumas origens", afirmou van Schaik. "Ela não surgiu do nada", afirmou.
   Contudo, como o comportamento interveniente é raro nos chimpanzés, será preciso tempo para compreender que tipo de conflito produz mediação.
    "Primeiramente, precisamos determinar o fenômeno", afirmou van Schaik, "e depois poderemos trabalhar para compreendê-lo".

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/chimpanzes-demonstram-habilidade-em-gerenciar-conflitos/n1597700035628.html