segunda-feira, 23 de maio de 2011

DST - Doenças sexualmente transmissiveis

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são gonorréia e sífilis
Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.
Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal)  é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A aids e sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da aids, também na amamentação.
O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e ao tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.
A seguir as mais comuns DST e seus agente patogênicos. Algumas dessas DST também podem ser transmitidas por outros meios como agulhas infectadas.
DST provocadas por bactérias:
* Cancro.
* Donovanose.
* Gonorréia.
* Clamídia.
* Sífilis. .
DST provocadas por fungos: .
* Candidíase.

DST provocadas por vírus: 
* Hepatitie B.
* Hepes simplex.
* HIV/AIDS.
* HPV.
* Molusco contagioso.
* Mononucleose infecciosa. 

DST provocadas por parasitas:
* Sarna
* Phthirus pubis

DST provocadas por protozoários:
* Tricomoníase

Cancro mole
O que é 
O cancro mole pode ser chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é “cavalo”. Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil.
Formas de contágio
A transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada, sendo o uso da camisinha a melhor forma de prevenção.
Sinais e sintomas
Os primeiros sintomas - dor de cabeça, febre e fraqueza - aparecem de dois a 15 dias após o contágio. Depois, surgem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam progressivamente de tamanho e profundidade. A seguir, aparecem outras lesões em volta das primeiras.
Após duas semanas do início da doença, pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que pode dificultar os movimentos da perna de andar. Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue.
Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre, a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.
Tratamento
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.

Donovan
ose 
O que é 
É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no Norte do Brasil e em pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico. 
Sinais e sintomas
Os sintomas incluem caroços e feridas vermelhas e sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais que lentamente se transforma em úlcera ou caroço vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em volta e facilitar a infecção por outras bactérias. Como as feridas não causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer tardiamente, aumentando o risco de complicações.
Tratamento
O tratamento, com uso de antibióticos, deve ser prescrito pelo profissional de saúde após avaliação cuidadosa. Deve haver retorno após término do tratamento para avaliação de cura da infecção. É necessário evitar contato sexual até que os sintomas tenham desaparecidos e o tratamento finalizado.

Clamídia e Gonorreia
 O que são?
Clamídia e gonorreia são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. 
Sinais e sintomas
Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha.
Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais.
Diagnóstico
Por meio da consulta com um profissional de saúde, exame clínico específico e coleta de secreções genitais.
Tratamento
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, com o uso de antibióticos específicos. 
Oftalmia Neonatal
É uma conjuntivite do recém-nascido após contaminação durante o nascimento, com secreções genitais da mãe infectada por clamídia e gonorréia, que não foram tratadas. Surge no primeiro mês de vida e pode levar à cegueira, se não prevenida ou tratada adequadamente.
Sinais e sintomas - Vermelhidão e inchaço das pálpebras e/ou presença de secreção (pus) nos olhos.
Prevenção - Deve ser feita a prevenção em todos os recém-nascidos com um colírio, aplicado na primeira hora após o nascimento ainda na maternidade.
Tratamento - Toda oftalmia neonatal deve receber tratamento imediato para as principais bactérias causadoras (gonococo, causador da gonorréia e clamídia), a fim de prevenir consequências graves, como a cegueira. A mãe e seu(s) parceiro(s) sexuais devem sempre ser avaliados e tratados.

Sífilis
O que é
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.
Formas de contágio
A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis.
Sinais e sintomas
Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.
Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a idéia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte. 
Diagnóstico
Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial. Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito a partir da primeira à terceira semana após o contágio.
Tratamento
Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante seguir as orientações médicas para curar a doença.

Candidíase
O que é?
A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção genital. Caracteriza-se por prurido (coceira), ardor, dispareunia (dor na relação sexual) e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos brancacentos, semelhante à nata do leite. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas (inchadas) e hiperemiadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal (virilha). No homem apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio (balanopostite) e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas lesões puntiformes (em forma de pontos), avermelhadas e pruriginosas. Na maioria das vezes não é uma doença de transmissão sexual. Em geral está relacionada com a diminuição da resistência do organismo da pessoa acometida. Existem fatores que predispõe ao aparecimento da infecção : diabetes melitus, gravidez, uso de contraceptivos (anticoncepcionais) orais, uso de antibióticos e medicamentos imunosupressivos (que diminuem as defesas imunitárias do organismo), obesidade, uso de roupas justas etc. 
Formas de contágio:
Ocorre transmissão pelo contato com secreções provenientes da boca, pele, vagina e dejetos de doentes ou portadores. A transmissão da mãe para o recém-nascido (transmissão vertical) pode ocorrer durante o parto.
A infecção, em geral, é primária na mulher, isto é, desenvolve-se em razão de fatores locais ou gerais que diminuem sua resistência imunológica.  
Sinais e Sintomas
Coceira e sensação de ardência na vulva.
Corrimento vaginal branco espesso e aderente.
Inflamação vulvar com vermelhidão.
Algumas mulheres têm apenas uma leve irritação e coceira.
Grande desconforto durante a relação sexual.
Durante o ato sexual, a mulher com candidíase transmite-a ao homem, que dificilmente desenvolve os sintomas - eventualmente o parceiro sexual aparece com pequenas manchas vermelhas no órgão genital masculino, mas acaba se tornando um reservatório da doença.
Devido a isso, o homem deverá fazer também o tratamento, para que ele não retransmita a doença para a mulher que já estiver curada.
O diagnóstico é clínico, através de exames de laboratório e o papanicolau (exame preventivo de câncer).
Diagnóstico
Pesquisa do agente no material vaginal. O resuldado deve ser correlacionado com a clínica. 
Tratamento
Medicamentos locais e/ou sistêmicos.   

Hepatite B
O que é?
É uma inflamação do fígado causada pelo vírus da Hepatite B (HBV).
Formas de contágio
Transfusões de sangue foram a principal via de transmissão da doença, circunstância que se tornou rara com a obrigatória testagem laboratorial dos doadores e rigoroso controle dos bancos de sangue. Atualmente, o uso compartilhado de seringas, agulhas e outros instrumentos entre usuários de drogas, assim como relações sexuais sem preservativo (camisinha) são as formas mais frequentes de contaminação na população.
O contato acidental de sangue ou secreções corporais contaminadas pelo vírus, com mucosa ou pele com lesões também transmitem a doença.
Gestantes (grávidas) portadoras do vírus podem transmitir a doença para os bebês, sendo o momento do nascimento, seja por parto normal ou por cesariana o principal momento de risco para a transmissão.
Sinais e sintomas
Assim como em outras hepatites, muitas pessoas não apresentam sintomas e descobrem que são portadoras do vírus, em atividade ou não, em exames de rotina. Quando presentes os sintomas ocorrem em fases agudas da doença e são semelhantes aos das hepatites em geral, se iniciando com:
mal-estar generalizado, dores de cabeça e no corpo, cansaço fácil, falta de apetite e náusea, febre. Após, surgem tipicamente  
coloração amarelada das mucosas e da pele (icterícia), coceira no corpo, urina escura (cor de chá escuro ou coca-cola) e  
fezes claras (cor de massa de vidraceiro). 
Ao final de 10 a 15 dias os sintomas gerais diminuem muito, mesmo na vigência da icterícia, que tende a desaparecer em 6 a 8 semanas em média. A resolução da doença ocorre em mais de 95% adultos que adquirem hepatite. Após a fase aguda, que pode passar desapercebida, 1 a 5% dos adultos não se curam da infecção e ficam com hepatite crônica. Desses, 25 a 40% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado ao longo de décadas. Em crianças o risco da doença tornar-se portador de hepatite crônica é bem maior, cerca de 90% em recém nascidos e 50% da infância.
A forma clínica mais grave, chamada de hepatite fulminante, na qual há elevado risco de morte, ocorre em menos de 1% dos pacientes que adquirem o vírus.
O risco de doença crônica com má evolução é maior em quem usa bebida alcoólica, em bebês que adquirem a doença no parto e em pessoas com baixa imunidade (pacientes com AIDS, em quimioterapia, ou submetidos a transplante de órgãos, por exemplo).
Diagnóstico
Os sintomas não permitem identificar a causa da hepatite. Hepatites em adultos, especialmente se usuários de drogas injetáveis, homossexuais ou pessoas com muitos parceiros sexuais levantam a suspeita de hepatite B.
A confirmação diagnóstica é feita por exames de sangue, onde são detectados anticorpos ou partículas do vírus da hepatite B. O exame central no diagnóstico da hepatite B crônica é o chamado antígeno de superfície do vírus B (HBsAg), que quando reagente (positivo) indica a presença do vírus e possibilidade de transmisão. A quantificação do vírus (HBV-DNA quantitativo, também chamado PCR quantitativo), realizada também por exame de sangue, é usada para confirmação da atividade do vírus e é fundamental na definição da necessidade e monitorização do tratamento.
A biópsia hepática (retirada de pequeno fragmento do fígado com uma agulha fina para análise microscópica) pode ser necessária para avaliar o grau de comprometimento do fígado e a necessidade de tratamento.
Tratamento
A hepatite B aguda não requer tratamento medicamentoso específico. Remédios para náuseas, vômitos e coceira, bem como administração endovenosa de líquidos (soro) podem ser usados ocasionalmente.
O repouso no leito não deve ser exigido uma vez que não afeta a evolução para hepatite crônica ou fulminante. A ingestão de álcool em qualquer quantidade é proibida.
O uso de qualquer medicamento deve ser avaliado pelo médico, já que muitos necessitam de um bom funcionamento do fígado para seu desempenho. A forma fulminante da hepatite aguda exige cuidados intensivos em hospital, podendo necessitar de transplante hepático de urgência.
Muitos casos de hepatite crônica B necessitam tratamento para evitar a evolução da doença e o risco de desenvolver cirrose e suas complicações. Os tratamentos podem ser divididos em dois grupos: o primeiro, formado pelo interferon e pelo interferon peguilado é injetável por via subcutânea, e o segundo, formado pelas medicações de uso oral. Os interferons, tem a vantagem de ser a única opção com prazo definido de tratamento, geralmente cerca de um ano. Entretanto, a quantidade de pacientes com resposta ao uso do interferon na hepatite B é reduzido, geralmente abaixo de 15-20%. Além disso, os efeitos adversos restringem o uso do interferon a casos selecionados com maior chance de resposta.
A maioria dos indivíduos que necessitam tratamento são candidatos ao uso por prazo indeterminado de uma medicação oral. Os agentes atualmente disponíveis são a lamivudina, o adefovir, o entecavir e o tenofovir. Devido ao menor desenvolvimento de resistência, o entecavir e o tenofovir tem sido as medicações preferenciais para novos tratamentos. Para pacientes já em tratamento com os outros agentes, o acréscimo de mais uma medicação deve ser discutido individualmente com o seu médico. O tratamento por via oral costuma ser bem tolerado, e com poucos efeitos adversos.
Herpes genital
O que é?
Infecção recorrente (vem, melhora e volta) causadas por um grupo de vírus que determinam lesões genitais vesiculares (em forma de pequenas bolhas) agrupadas que, em 4-5 dias, sofrem erosão (ferida) seguida de cicatrização espontânea do tecido afetado. As lesões com frequência são muito dolorosas e precedidas por eritema (vermelhidão) local. A primeira crise é, em geral, mais intensa e demorada que as subsequentes. O caráter recorrente da infecção é aleatório (não tem prazo certo) podendo ocorrer após semanas, meses ou até anos da crise anterior. As crises podem ser desencadeadas por fatores tais como stress emocional, exposição ao sol, febre, baixa da imunidade etc.
Formas de contágio?
Frequentemente pela relação sexual. Da mãe doente para o recém-nascido na hora do parto. 
Sinais e Sintomas
A maioria das pessoas com HSV-2 não sabe que está infectada. Porém, se os sintomas ocorrerem, a primeiras erupção pode ser bem pronunciadas. A primeira erupção geralmente acontece dentro de duas semanas depois da transmissão do vírus e as feridas tipicamente saram entre 2-4 semanas. Outros sintomas durante o primeiro episódio podem incluir um segundo florescimento de feridas e sintomas semelhantes à gripe, incluindo febre. Porém, a maioria das pessoas com infecção de HSV-2 pode nunca ter feridas, ou ter sintomas tão leves que nem nota ou confunde com picada de insetos ou outro problema de pele.
A maioria das pessoas que tiveram o primeiro episódio de erupções causadas pela herpes genital pode esperar que elas se repitam (geralmente 4 ou 5) durante o ano. Ao passar do tempo geralmente essas recorrências diminuem de freqüência.  
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). A cultura e a biópsia são raramente utilizados. 
Tratamento
Não existe ainda tratamento eficaz quanto a cura da doença. O tratamento tem por objetivo diminuir as manifestações da doença ou aumentar o intervalo entre as crises.   
HIV
O que é?
HIV é a abreviação usada para o vírus humano da imunodeficiência. HIV é o vírus que causa AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), uma doença mortal.
HIV ataca o sistema imunológico do corpo. Normalmente, o sistema imunológico produz células de sangue e anticorpos que atacam vírus e bactérias. As células que atacam a infecção são chamadas linfócitos T. Meses ou anos após a pessoa ser infectada com HIV, o vírus destrói os linfócitos T.
Quando as células T são destruídas, o sistema imunológico não pode defender por muito tempo o corpo contra doenças e tumores. Várias infecções chamadas de infecções oportunistas se desenvolvem. Elas são chamadas desta maneira porque tiram proveito do da fraqueza do sistema imunológico. Estas infecções normalmente não causariam problemas graves ou fatais.
Formas de contágio 
Sangue e líquidos grosseiramente contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e leite materno.
Pode ocorrer transmissão no sexo vaginal, oral e anal.
Os beijos sociais (beijo seco, de boca fechada) são seguros (risco zero) quanto a transmissão do vírus, mesmo que uma das pessoas seja portadora do HIV. O mesmo se pode dizer de apertos de mão e abraços.
Os beijos de boca aberta são considerados de baixo risco quanto a uma possível transmissão do HIV.
Sinais e sintomas 
São normalmente sintomas de doenças que atacam o corpo por causa do enfraquecimento do sistema imunológico:
febre que dura de dias a um mês, sem nenhuma outra doença presente e sem outra causa aparente
- períodos prolongados de calafrios e suores
- fadiga crônica e interminável 
- perda de peso e apetite, especialmente perda de mais de 10% do peso corporal, sem nenhuma doença ou condição presente
- dor crônica dos músculos e juntas sem nenhuma razão
- dor de garganta persistente sem explicação
- inchaço dos nódulos linfáticos prolongado e sem explicação
- diarréia, especialmente se durar mais que um mês e sem nenhuma outra doença presente
- infecções reincidentes, graves de fermentação na boca ou vagina mesmo com tratamento apropriado
- herpes que duram mais que 4 semanas
As doenças oportunistas que mais freqüentemente atacam alguém com AIDS incluem SARCOMA, pneumonia, tuberculose, meningite, e herpes.  
Diagnóstico: Por exames realizados no sangue do(a) paciente. 
Tratamento
Existem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS.
As doenças oportunistas são, em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle dessas manifestações.

HPV
O que é? 
Infecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que determinam lesões papilares (elevações da pele) as quais, ao se fundirem, formam massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas).
Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher.
Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado com o coito anal.
Com alguma frequência a lesão é pequena, de difícil visualização à vista desarmada (sem lentes especiais), mas na grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente, sem nenhuma manifestação detectável pelo(a) paciente.
 Formas de contágio 
Contacto sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra penetração vaginal ou anal o virus pode ser transmitido.
O recém-nascido pode ser infectado pela mãe doente, durante o parto. 
Pode ocorrer também, embora mais raramente, contaminação por outras vias (fômites) que não a sexual : em banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas etc.  
Diagnóstico: é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). Eventualmente recorre-se a uma biópsia da lesão suspeita.
Tratamento
Os tratamentos disponíveis são locais (cirúrgicos, quimioterápicos, cauterizações etc) e visam somente a remoção das lesões (verrugas, condilomas e lesões do colo uterino). As recidivas (retorno das lesões) podem ocorrer e são freqüentes, mesmo com o tratamento adequado.
Eventualmente, as lesões desaparecem espontaneamente.
Não existe ainda um medicamento que erradique o virus, mas a cura da infecção pode ocorrer por ação dos mecanismos de defesa do organismo. 
Já existem vacinas para proteção contra alguns tipos específicos do HPV, estando as mesmas indicadas para pessoas não contaminadas.   

Molusco contagioso
O que é?
Doença da pele que se caracteriza pela produção de pápulas (elevações da pele) umbelicadas (com uma depressão central), de cor que varia do branco peroláceo (translúcido) ao rosa, em geral com 2 a 6 milímetros de diâmetro e com base (local de implantação) levemente hiperemiada (avermelhada). São comumente múltiplas principalmente por serem auto-inoculáveis. As lesões são levemente pruriginosas (produzem coceira) e localizam-se em qualquer região da pele (face, tronco e áreas expostas das  extremidades) e, mais raramente, nas mucosas. Podem ocorrer em qualquer idade mas são mais comuns em crianças de 0 a 12 anos. 
Formas de contágio: Contato direto com pessoas infectadas. Também através de toalhas, vestimentas, piscinas etc. Em adolescentes e adultos a localização das lesões na região anogenital sugere transmissão sexual.
Diagnóstico: clínico. Raramente por meio de biópsia. 
Tratamento
O tratamento de escolha é a remoção das lesões por curetagem (realizada por médico). Também ocorre involução espontânea das lesões, sem deixar sequelas, após 6 meses a 2 anos do seu início.  

sábado, 21 de maio de 2011

Evolução do cérebro dos mamíferos começou pelo olfato

Cientistas reconstruíram fósseis de ancestrais desses animais e concluíram que o sentido mais aguçado iniciou a mudança

Reconstituição dos dois fósseis: anatomia do crânio mostra capacidade aguçada de olfato

Paleontólogos americanos afirmam que a reconhecida complexidade do cérebro dos mamíferos, a mais complexa máquina já criada pela natureza, é responsabilidade de um dos cinco sentidos, o olfato. A descoberta foi descrita nesta quinta-feira (19), em um estudo que detalha a reconstrução de fósseis de duas espécies ancestrais de mamíferos, que concluiu que o senso aguçado de olfato foi o que iniciou a evolução do cérebro.
O resultado da pesquisa, publicada no periódico especializado Science, surpreendeu os autores do estudo. “Muita atenção tem sido dada a dentes, mandíbulas e formas de alimentação nos primeiros mamíferos. Ver que o sistema olfativo evoluiu tão claramente foi inesperado”, afirmou ao iG Timothy Rowe, principal autor do artigo, da Universidade do Texas em Austin, Estados Unidos.
A evolução do cérebro dos mamíferos, segundo Rowe e colegas, aconteceu em três etapas, e a segunda responsável por ela é mais inesperada ainda do que a primeira: a pelagem. Segundo eles, inicialmente os pêlos não eram utilizados para aquecer, e sim como sistemas de navegação que permitiram aos ancestrais dos mamíferos navegar por entre fendas e evitar perigos, e depois levaram a formação de sentidos complexos no cérebro deles. Já o terceiro e último responsável pela evolução (não tão inesperado assim) foi a habilidade dos mamíferos de fazer movimentos complexos usando os sentidos.
Para chegar a esta conclusão Rowe e colegas reconstruíram o crânio de dois ancestrais dos mamíferos, o Morganucodon oehleri e o Hadrocodium wui, que viveram há cerca de 190 milhões de anos. Eles recriaram em três dimensões seus crânio e perceberam que a cavidade nasal e as áreas relacionadas ao olfato estavam aumentadas, juntamente com as regiões de processamento da informação relacionadas à ela – duas características que indicam um aumento na capacidade olfativa. E, ao compará-los com fósseis dos ancestrais dos répteis, verificaram que eles chegavam a ser 50% maiores. “Vamos continuar a estudar a evolução do cérebro e dos sistemas sensoriais em mamíferos e outros vertebrados. Alguns dos insights desses estudos podem possibilitar que construamos narizes eletrônicos com diferentes funções”, afirmou Rowe.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Inscrições para Enem começam no dia 23 de maio

Exame será em 22 e 23 de outubro este ano. Em 2012, haverá duas edições

A presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Malvina Tuttman, anunciou nesta quarta-feira as datas do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas que garantem vagas em instituições públicas de ensino superior ocorrerão nos dias 22 e 23 de outubro. Malvina também detalhou regras do edital do exame, que será publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. A expectativa do Inep para 2011 é de que 6 milhões de estudantes façam a prova em 1549 municípios.

Os candidatos interessados deverão se inscrever a partir das 10h do dia 23 de maio até o dia 10 de junho, pelo site do Enem. O valor de inscrição é de R$ 35. A partir de 2012, o Enem terá duas edições. A primeira prova será nos dias 28 e 29 de abril. A segunda ainda não tem data marcada, mas possivelmente será em novembro, após as eleições, segundo Malvina.

O edital trará uma recomendação para que os aplicadores permitam que os estudantes confiram os cadernos de prova antes do início da prova. No ano passado, 33 mil provas foram impressas com erro de ordenação. A maioria dos candidatos que recebeu os cadernos com erro teria percebido e recebido um caderno substituto, mas calcula-se que 2 mil provas tenham sido preenchidas com erro. Não há nenhuma medida de segurança adicional em relação a gráfica, que será a mesma que realizou o trabalho no ano passado.

Logística e segurança
Questionada sobre os problemas do Enem nos anos anteriores, a presidente afirmou que não pode “garantir que não haverá erros” e que, apesar deles, o Enem foi bem sucedido. “Tivemos fragilidades, mas o Enem deu certo. Se não desse certo não teríamos tido quase 5 milhões de participantes”.

Neste ano, novas medidas de segurança serão tomadas. Os estudantes terão que colocar seus aparelhos celulares em envelopes lacrados antes de entrar na sala de aula. Na última prova, algunsalunos passaram mensagens pelo Twitter durante o exame, e um repórter do Jornal do Comércio que se inscreveu para a prova vazou o tema da redação durante a realização da prova. O uso de lápis e borracha, já não permitido no ano passado, segue proibido pelo edital. Alunos não poderão entrar com relógio nas provas, mas será colocado um marcador de tempo em todas as salas do exame.

“Por conta de respeito dos participantes que têm seriedade, temos que coibir o uso desses materiais cotidianos que podem ajudar os que têm intenção de fraudar”, diz a presidenta.

Inmetro fará controle de qualidade
O reforço na segurança passa também por uma parceria com o Inmetro. O Inep contratou a empresa Módulo, do Inmetro, que mede a segurança das eleições e fará também o controle de qualidade de todas as etapas do exame. O serviço dessa empresa custará 5,6 milhões. Além disso, um grupo de servidores do Inep foi destacado para participar de uma Unidade de Operações de Logística. “A função desse grupo é cuidar dos atores operacionais, ou seja, da gráfica, dos Correios, responsáveis pela distribuição, e dos aplicadores”, explica.

Revisão de provas
O edital do exame não prevê que os alunos possam pedir revisão de suas notas, mas o Inep ainda discute a questão com o Ministério Público. Segundo Malvina, o pedido de vistas poderia restringir o uso do exame como porta de entrada em universidades públicas. “Se tivermos um tempo reduzido para atender possíveis recursos, não poderemos oferecer resultados para essas instituições de ensino”, afirma.  Em 2010, a correção da redação também foi alvo de polêmicas. Quem teve nota “zero” não se conformou com as explicações dadas pelo Ministério da Educação e houve ações na justiça pedindo que os candidatos acessem as imagens das redações. Este ano, é possível que um terceiro avaliador seja incluído na leitura das redações ou que se crie mecanismos de recurso coletivo para alunos que tiverem reclamações semelhantes. 

Universidades elaboram questões a partir de 2012
A partir de 2012, as questões que integram o banco de perguntas do Enem serão elaboradas por professores de universidades federais, além dos especialistas do Inep. O Instituto fez uma chamada pública para os interessados em ajudar na elaboração e 59 universidades responderam.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Enem deve ser nos dias 22 e 23 de outubro

No ano que vem, Exame Nacional do Ensino Médio terá duas edições. Edital deve ser publicado na próxima semana

O Ministério da Educação (MEC) confirmou nesta sexta-feira (13) que deve anunciar na próxima semana as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011/2012. A edição deste ano será em outubro provavelmente nos dias 22 e 23.
Outra prova deve ser marcada para maio de 2012, nos dias 5 e 6. Os técnicos do MEC trabalham nos últimos detalhes do edital que deverá ser publicado na próxima semana. Com uma prova marcada para o primeiro semestre de 2012, confirma-se a intenção do MEC em aplicar duas edições do Enem por ano.
Em 2009 o MEC deu início a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.
A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família. Para participar do programa é necessário ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou em colégio privado com bolsa integral. Em 2010, mais de 4 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame.

Destruição de amostras de vírus da varíola segue polêmica

A varíola, uma das doenças que mais matou no mundo e que foi erradicada há três décadas, continua viva, e sob máxima segurança, em dois laboratórios - um na Rússia e outro nos Estados Unidos. No entanto, muitos países afirmam que o mundo seria mais seguro se estas amostras de vírus fossem destruídas.
A expectativa é que na reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS), que acontece na próxima semana, os países peçam mais uma vez pela extinção do vírus. E mais uma vez, parece que seus esforços serão inúteis. 
Os governos russo e americano disseram que as amostras de varíola são essenciais no caso de uma futura ameaça biológica que exija mais testes com o vírus, além de serem necessárias para a pesquisa e desenvolvimento de vacinas experimentais.

Em 1996, os países membros da OMS acordaram, pela primeira vez, que a varíola deveria ser destruída, mas a demanda tem sido adiada repetidas vezes para que cientistas possam desenvolver melhores vacinas e medicamentos contra a doença. Mas o trabalho parece já ter sido feito. Atualmente, existem dois tipos de vacina contra a doença e uma terceira está sendo desenvolvida. Além disso, há uma série de drogas experimentais para tratar a varíola. 

Escultura em vidro do vírus da varíola: doença letal

Embora a maioria dos países tenha votado pela destruição, a OMS não tem o poder de determinar a decisão. 
A comunidade científica permanece dividida sobre quando as amostras de varíolas devem ser destruídas. O periódico científico Nature publicou um editorial contra a destruição este ano argumentando que cientistas necessitariam fazer estudo futuros caso ocorresse um período de ataques biológicos. No entanto, uma das figuras mais proeminentes na erradicação desta doença se apresenta a favor de extinguir todos os vestígios da varíola.

“Seria uma excelente ideia destruir as amostras de varíola”, disse Donald A. Henderson, que liderou os esforços da OMS para a erradicação da doença na década de 1970. “Este é um organismo que deve ser temido”. Ele afirma que a posse de amostras do vírus da doença por pessoas não autorizadas poderiam ser consideradas um crime contra a humanidade e que as autoridades internacionais devem processar qualquer país onde as amostras sejam encontradas. 
Um relatório feito por pesquisadores independente e encomendado pela OMS no ano passado concluiu que não havia nenhuma razão científica para manter a doença viva e que os estoques eram necessários apenas para o desenvolvimento de tratamento avançado.

A varíola é uma das doenças mais letais da história. Durante séculos, matou cerca de um terço de todas as pessoas que foram infectadas, incluindo a rainha Mary II da Inglaterra, e deixou a maioria dos sobreviventes com cicatrizes e profundas lesões no rosto. O último caso relatado foi na Grã-Bretanha em 1978, quando um fotógrafo que trabalhava em um laboratório de manipulação de varíola morreu depois de ser acidentalmente exposto ao vírus.
As vacinas contra a varíola são feitas de vaccinia, um vírus suave. "Nós temos muitas maneiras de olhar para a varíola, incluindo o mapeamento genético, o que significa que não precisamos dos vírus (da varíola) reais", disse Henderson, que atualmente é pesquisador do Centro de Biossegurança da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Órgãos americanos e russos discordam da posição de Henderson. Nils Daulaire, diretor do Departamento Americano de Saúde e Serviços Humanos do Gabinete de Assuntos Globais, disse que os Estados Unidos vão voltar a pedir a OMS que adie a decisão de destruir as amostras. Ele afirma que cientistas americanos precisam de mais tempo para concluir as pesquisas sobre o sucesso das novas vacinas e medicamentos contra o vírus. Mas ele reconhece que funcionários dos Estados Unidos também querem as amostras para casos de ataques terroristas biológicos.

Um cientista do laboratório russo, onde o vírus da varíola é mantido, e que prefere não ser identificado, pois ele não estava autorizado a falar à imprensa, disse que o vírus deve ser mantido e que mais estudos são necessários.

(Com informações da AP)


domingo, 8 de maio de 2011

Universidades devem participar efetivamente do Enem só em 2012

Ao todo, 59 instituições vão elaborar itens. Edital com detalhes e mudanças da próxima edição deve ser divulgado na semana que vem. (Priscilla Borges, iG Brasília | 05/05/2011 20:06)

As universidades querem participar ativamente de todos os processos que envolvem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): elaboração, aplicação e correção. Os primeiros passos para a parceria foram dados, mas não devem refletir nas operações da próxima edição. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 59 instituições se cadastraram para elaborar questões para o Banco Nacional de Itens, que só devem ser usadas em 2012. Para este ano, os itens que já compõem o banco serão suficientes.
De acordo com Maria Lúcia Carvalho Neder, reitora da Universidade Federal de Mato Grosso e representante dos demais reitores federais nas discussões com o Inep, a ambição das universidades é emprestar a experiência dos vestibulares ao processo. “Oferecemos nossa colaboração para aplicar os testes e corrigir as redações, especialmente. A recepção do ministério é boa, mas ainda não sabemos quando e como vamos contribuir”, afirma.
A reitora, que coordena a Comissão de Desenvolvimento Acadêmico da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), conta que os reitores estão ansiosos em conferir o edital. Eles ainda não foram comunicados se a participação na logística de aplicação será feita a partir da próxima edição, cujas provas devem ser aplicadas em outubro (aposta-se nos dias 22 e 23 para não coincidir com feriados). As datas também não se chocarão com os vestibulares das estaduais paulistas, marcadas para novembro.
O edital com os detalhes do Enem 2011 deve ser divulgado na semana que vem. Algumas mudanças deverão ocorrer em relação aos anos anteriores: os estudantes terão um prazo para conferir a confecção das provas antes de começar a fazê-las (para evitar problemas de impressão, como no ano passado) e os aparelhos eletrônicos ficarão com os fiscais de provas, em saquinhos plásticos, até a saída do candidato da sala de aplicação do exame.
As medidas visam diminuir problemas ocorridos na última edição, quando faltaram questões em alguns cadernos de provas e um repórter “vazou” o tema da redação por celular. A outra reivindicação dos estudantes estudada pelo MEC – e deve ser esclarecida no edital – é a possibilidade de os candidatos conseguirem acessar as imagens dos cartões de respostas das provas e as redações para pedirem correção, se necessário. Até hoje, os editais do Enem nunca previram a possibilidade de solicitar recursos contra o gabarito ou a correção da redação.
Elaboração de itens
Entre as 59 instituições que manifestaram interesse em participar da elaboração dos itens do Enem – ação concreta de parceria com as universidades até agora – existem federais, estaduais e institutos federais. O Inep espera oferecer experiência de avaliações em larga escala para as instituições em contribuição à elaboração do banco. Todos os coordenadores dessas instituições passaram por capacitações.
Cada uma delas deverá elaborar, pelo menos, 100 questões de uma mesma área do conhecimento (matemática; linguagens e códigos; ciências humanas e ciências da natureza). Todos os itens passarão por uma revisão do Inep. Os colaboradores serão pagos por cada item incorporado ao banco nacional. As instituições receberão incentivo financeiro proporcional ao número de questões elaboradas e aprovadas, desde que elaborem no mínimo 500 questões.