domingo, 8 de maio de 2011

Universidades devem participar efetivamente do Enem só em 2012

Ao todo, 59 instituições vão elaborar itens. Edital com detalhes e mudanças da próxima edição deve ser divulgado na semana que vem. (Priscilla Borges, iG Brasília | 05/05/2011 20:06)

As universidades querem participar ativamente de todos os processos que envolvem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): elaboração, aplicação e correção. Os primeiros passos para a parceria foram dados, mas não devem refletir nas operações da próxima edição. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 59 instituições se cadastraram para elaborar questões para o Banco Nacional de Itens, que só devem ser usadas em 2012. Para este ano, os itens que já compõem o banco serão suficientes.
De acordo com Maria Lúcia Carvalho Neder, reitora da Universidade Federal de Mato Grosso e representante dos demais reitores federais nas discussões com o Inep, a ambição das universidades é emprestar a experiência dos vestibulares ao processo. “Oferecemos nossa colaboração para aplicar os testes e corrigir as redações, especialmente. A recepção do ministério é boa, mas ainda não sabemos quando e como vamos contribuir”, afirma.
A reitora, que coordena a Comissão de Desenvolvimento Acadêmico da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), conta que os reitores estão ansiosos em conferir o edital. Eles ainda não foram comunicados se a participação na logística de aplicação será feita a partir da próxima edição, cujas provas devem ser aplicadas em outubro (aposta-se nos dias 22 e 23 para não coincidir com feriados). As datas também não se chocarão com os vestibulares das estaduais paulistas, marcadas para novembro.
O edital com os detalhes do Enem 2011 deve ser divulgado na semana que vem. Algumas mudanças deverão ocorrer em relação aos anos anteriores: os estudantes terão um prazo para conferir a confecção das provas antes de começar a fazê-las (para evitar problemas de impressão, como no ano passado) e os aparelhos eletrônicos ficarão com os fiscais de provas, em saquinhos plásticos, até a saída do candidato da sala de aplicação do exame.
As medidas visam diminuir problemas ocorridos na última edição, quando faltaram questões em alguns cadernos de provas e um repórter “vazou” o tema da redação por celular. A outra reivindicação dos estudantes estudada pelo MEC – e deve ser esclarecida no edital – é a possibilidade de os candidatos conseguirem acessar as imagens dos cartões de respostas das provas e as redações para pedirem correção, se necessário. Até hoje, os editais do Enem nunca previram a possibilidade de solicitar recursos contra o gabarito ou a correção da redação.
Elaboração de itens
Entre as 59 instituições que manifestaram interesse em participar da elaboração dos itens do Enem – ação concreta de parceria com as universidades até agora – existem federais, estaduais e institutos federais. O Inep espera oferecer experiência de avaliações em larga escala para as instituições em contribuição à elaboração do banco. Todos os coordenadores dessas instituições passaram por capacitações.
Cada uma delas deverá elaborar, pelo menos, 100 questões de uma mesma área do conhecimento (matemática; linguagens e códigos; ciências humanas e ciências da natureza). Todos os itens passarão por uma revisão do Inep. Os colaboradores serão pagos por cada item incorporado ao banco nacional. As instituições receberão incentivo financeiro proporcional ao número de questões elaboradas e aprovadas, desde que elaborem no mínimo 500 questões.

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