quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mesma mutação genética causa duas doenças diferentes, diz estudo

Alteração provoca esclerose lateral amiotrófica e um tipo de demência.
Trabalho foi publicado na revista científica 'Neuron'.

    Cientistas norte-americanos descobriram que mutações em um único gene no corpo humano levam ao desenvolvimento de duas doenças neurológicas diferentes. O trabalho foi publicado na edição desta semana da revista científica "Neuron".
     As alterações acontecem em um gene chamado "C9ORF72". Pessoas saudáveis podem ter até 23 cópias dele no organismo. Mas quando ocorre uma mutação, ele se descontrola e se multiplica, formando de centenas a milhares de cópias.
   Quando isso acontece, duas doenças podem surgir: a "esclerose lateral amiotrófica" e a "demência frontotemporal" .

As doenças
     A esclerose lateral amiotrófica é a doença que atinge o físico americano Stephen Hawking e é também conhecida como "mal de Lou Gehrig", um jogador de baseball dos Estados Unidos que morreu em 1941 vítima da enfermidade.
     Esse tipo de esclerose mata neurônios que se estendem do cérebro até a medula espinhal e outros que vão da medula até os músculos do corpo. Quando essas células morrem, a habilidade de controlar o movimentos é perdida. Problemas para caminhar, falar, engolir e até respirar são comuns. Ela é fatal e não há cura conhecida. Estima-se que dois a cada 100 mil indivíduos têm a doença no mundo.
    
     Já a demência frontotemporal atinge os neurônios da lateral e da frente do cérebro. Os portadores têm dificuldade para organizar atividades, interagir com as pessoas e até mesmo de se cuidar.
    A doença é de diagnótisco difícil porque em seus primeiros estágios pode causar apenas mudanças de comportamento e, às vezes, alguma dificuldade com a linguagem.
    Por isso, os cientistas acreditam que ela deve ser bem mais comum do que as estatísticas apontam. "Nos Estados Unidos, nós estimamos o número de portadores dessa doença entre 20 mil e 30 mil, mas deve haver muito mais", diz Rosa Rademakers, neurocientista da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, que fez parte do estudo genético divulgado na "Neuron".

A pesquisa

     No estudo, 23% dos pacientes com esclerose e 12% das pessoas com demência consultadas tinham o gene alterado. As duas doenças apareceram em 4% dos casos do estudo.
     De acordo com Rademakers, não está claro como o gene age para provocar as doenças. "Nós também não sabemos ainda quando uma pessoa irá desenvolver um ou outro problema ou os dois juntos", disse a médica em entrevista ao G1.
"Apesar de aparecerem nesses pacientes, nós não sabemos ainda como o gene se manifesta", explica Rademakers.
     Os especialistas esperam que o conhecimento sobre o gene possa, no futuro, gerar terapias que possam atenuar ou evitar as doenças. "Infelizmente, ainda é muito cedo para falar em algo que possa alterar esse gene", diz a médica. "Uma opção, caso os estudos confirmem, pode ser o bloqueio ou a destruição dessas sequências repetidas do gene."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

América do Sul terá seu acelerador de partículas


Laboratório subterrâneo será instalado na cordilheira dos Andes, entre Argentina e Chile
      Um grupo de cientistas vai estudar os segredos do universo em um laboratório subterrâneo de física de partículas que será instalado em um túnel na cordilheira do Andes em uma região entre a Argentina e o Chile.

Projeto Andes terá um acelerador de partículas similar ao Tevatron dos EUA, na foto acima

      O projeto Andes envolve cientistas de Argentina, Brasil, Chile e México que receberam o apoio de colegas americanos e europeus em troca da cooperação no estudo da matéria escura, os neutrinos e outras partículas subatômicas, explicou nesta terça-feira o coordenador da iniciativa, o físico franco-argentino Xavier Bertou.
       Também "há grande interesse" em usar o laboratório para estudos de impacto dos raios cósmicos sobre o envelhecimento celular, de geofísica - para criar uma rede de sismógrafos entre a Argentina e o Chile - e de meio ambiente, com base em medições de baixíssima radioatividade, explicou o cientista.
       A construção do laboratório custará US$ 15 milhões (cerca de 27 milhões de reais), o equivalente a 2%" do custo do túnel rodoviário Água Negra, que unirá a cidade de Iglesia, na província argentina San Juan, à chilena de Vicuña.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cientistas da China clonam porco que sobreviveu a terremoto

Seis filhotes idênticos foram gerados do DNA de animal que passou um mês debaixo de escombros.

   Cientistas chineses clonaram um porco que ganhou status de herói no país, em 2008, após ter sobrevivido ao terremoto que assolou a província de Sichuan quando ficou um mês debaixo dos escombros, segundo informações divulgadas na mídia chinesa.
  Seis filhotes idênticos foram gerados a partir do DNA de Zhu Jiangqiang, um animal de 150 quilos apelidado de "o porco de boa vontade".
   Zhu é castrado e tem cinco anos de idade - o que, para padrões humanos, equivaleria a 60 anos. O animal sobreviveu ao terremoto de 8 pontos de magnitude bebendo água da chuva e comendo carvão.

Seis filhotes idênticos foram gerados a partir do
DNA de um animal de 150 quilos conhecido como
''o porco de boa vontade'' (Foto: AP Photo / via BBC)

    Mais de 90 mil pessoas ou foram mortas ou ficaram desaparecidas em consequência do terremoto na China, considerado o maior desastre natural já ocorrido nesta geração no país.
    Ele teria ficado traumatizado após ter ficado debaixo dos escombros por 36 dias.
   Em entrevista ao jornal Sunday Morning Post, o cientista Du Yutao, que comandou o projeto de clonagem, reservou calorosos elogios ao animal, dizendo que "este porco maravilhoso voltou a nos surpreender".
   De acordo com o diário chinês, os porquinhos possuem uma notável semelhança com o pai, como um sinal de nascença entre os olhos.
   Segundo o diário, os filhotes deverão ser dispostos em pares e enviados para um museu e um instituto genético.

Os novos caçadores de micróbios

Novas tecnologias permitem que cientistas ganhem um controle muito maior de surtos e epidemias
David Relman, de Stanford, pesquisa os micróbios que vivem dentro do corpo humano

    Era uma noite de terça-feira, 7 de junho. Um surto assustador de bactérias transmitidas por alimentos estava matando dezenas de pessoas na Alemanha e adoecendo centenas. E os cinco médicos jantando no Da Marco Cucina e Vino, um restaurante em Houston, não conseguiam parar de falar nisso.
    O que fariam se algo do gênero acontecesse em Houston? Suponha que um paciente chegasse, morrendo de uma infecção que progredia rapidamente e tivesse origem desconhecida? Como eles poderiam descobrir a causa e impedir uma epidemia? Eles conversaram durante horas, finalmente concordando com uma estratégia.
     Naquela noite, um dos médicos, James M. Musser, chefe de patologia e medicina genômica do Methodist Hospital System, teve notícias de uma residente preocupada. Um paciente havia acabado de morrer de uma possível inalação de antraz. O que ela deveria fazer? “Eu sei exatamente o que fazer”, Musser respondeu. “Acabamos de passar três horas falando disso”.
    As perguntas eram: foi antraz? Se sim, era uma cepa geneticamente modificada para o bioterrorismo ou uma que normalmente vive no solo? Qual sua periculosidade? Musser sabia que as respostas poderiam vir rapidamente com a tecnologia que permitiria aos investigadores determinarem a sequência completa do genoma do micro-organismo suspeito.
    Segundo sustentam Musser e outros, é o começo de uma era na microbiologia. E o tipo de epidemiologia molecular que ele e os colegas desejariam fazer é somente uma parte pequena dela. Novos métodos para o sequenciamento rápido de genomas microbiais completos estão revolucionando o campo.
    O primeiro genoma bacteriano foi sequenciado em 1995 – um triunfo à época, que exigiu 13 meses de trabalho. Hoje em dia, os pesquisadores podem sequenciar o DNA que compõe o genoma de um micro-organismo em poucos dias ou, usando os equipamentos mais recentes, num dia. (Já analisá-lo demora mais.) Eles podem, ao mesmo tempo, tirar sequências de todos os micróbios de um dente, da saliva ou de uma amostra de esgoto. E o custo caiu de US$ 1 milhão para cerca de US$ 1.000 por genoma.
    Numa entrevista recente, o Dr. David A. Relman, professor de medicina, microbiologia e imunologia em Stanford, escreveu que os pesquisadores haviam publicado 1.554 sequências completas de genomas bacterianos e estavam trabalhando em 4.800 mais. Eles têm sequências de 2.675 espécies de vírus e, dentro delas, sequências de dezenas de milhares de cepas – 40 mil cepas de vírus da gripe, mais de 300 mil cepas de HIV, por exemplo.
    Com o rápido sequenciamento do genoma, “somos capazes de olhar o diagrama de um micróbio”, Relman declarou durante entrevista telefônica. É “como receber o manual operacional do carro depois de se tentar resolver um problema durante um tempo”.
   Matthew K. Waldor, da Escola de Medicina de Harvard, afirmou que a nova tecnologia “está mudando todos os aspectos da microbiologia – é uma coisa transformadora”.
   Um grupo está começando a desenvolver o que chama de mapas meteorológicos de doenças. A ideia é pegar amostras de usinas de tratamento de esgoto ou lugares como metrô ou hospitais e sequenciar rapidamente os genomas de todos os micro-organismos. Isso mostrará exatamente que bactérias e vírus estão presentes e qual sua prevalência.
    Com essas ferramentas, os investigadores podem criar uma espécie de mapa meteorológico de padrões de enfermidades. E podem adotar medidas de prevenção contra as que estão começando a surgir – gripe, doenças transmitidas por alimentos ou SARS, por exemplo, ou bactérias resistentes a antibióticos num hospital.
   Outras pessoas estão sequenciando genomas para descobrir onde as doenças tiveram origem. Para estudar a peste negra, que varreu a Europa no século 14, os pesquisadores compararam genomas da bactéria de peste bubônica de hoje em dia, que variam levemente de país para país. Trabalhando de forma retroativa, eles conseguiram criar uma árvore genealógica que colocou a origem do micróbio na China, entre 2.600 e 2.800 anos atrás.
   Um terceiro grupo de pessoas, incluindo Relman, está examinando o vasto mar de micro-organismos que vivem pacificamente sobre e dentro do corpo humano.
   Ele descobriu, por exemplo, que as bactérias na saliva são diferentes das dos dentes e as de um único dente não são iguais às bactérias de um dente adjacente. Segundo os pesquisadores, as bactérias da boca oferecem pistas para a cárie dentária e doenças gengivais, duas das infecções humanas mais comuns.

Um teste prático 
Para Musser e seus colegas, o teste prático do que poderiam fazer surgiu naquela noite de junho.

   O paciente era um homem de 39 anos que morava a cerca de 120 quilômetros de Houston, numa área relativamente rural. Ele estava soldando em casa quando, repentinamente, não conseguiu mais respirar. Ele começou a tossir sangue e a vomitar. O homem sentia dor na cabeça, na parte superior do abdome e no peito.
  No pronto-socorro, a pressão sanguínea estava perigosamente baixa e o coração batia acelerado. Os médicos deram a ele antibiótico intravenoso e o levaram correndo para o Hospital Metodista, em Houston. Ele chegou na noite de sábado, 4 de junho. Apesar dos esforços heroicos, o paciente faleceu dois dias e meio depois, na manhã de terça-feira.
   Agora era terça à noite. Segundo a autópsia, todos achavam que a causa parecia ser antraz, na mesma forma incomum – a chamada inalação de antraz – que apavorou a nação em 2001. Mesmo antes da morte do homem, os pesquisadores tinham suspeitas porque os resíduos pulmonares estavam cheios de bactérias em formato de bastonete, uma característica do antraz. Os investigadores reproduziram a bactéria no laboratório, percebendo que as colônias pareciam pilhas de vidro fosco, típicas do antraz, mas também de outros micróbios do gênero Bacillus.
  “Sabíamos que tínhamos de resolver aquilo correndo. Era preciso saber com toda certeza com o que estávamos lidando. Foi nessa hora que colocamos em ação um plano para sequenciar o genoma”, contou Musser.
   Poucos dias depois encontraram a resposta. A bactéria não era antraz, mas estava intimamente relacionada. Eram de uma cepa diferente de Bacillus: cereus em vez de anthracis.
    As bactérias tinham vários genes em comum com os da toxina do antraz, mas continham somente um dos quatro vírus que habitam a bactéria do antraz e contribuem para sua toxicidade. E faltavam nelas um cromossomo miniatura – um plasmídeo – encontrado na bactéria do antraz que também conta com genes de toxina.
   A conclusão foi de que a bactéria letal estava ocorrendo de forma natural e, embora fosse intimamente relacionada ao antraz, não era igualmente perigosa.
   Então por que esse homem ficou tão doente? Segundo Musser, ele era soldador e os soldadores são singularmente suscetíveis a infecções pulmonares, talvez porque seus pulmões são cronicamente irritados por partículas metálicas finas. Assim, sua doença fatal provavelmente se devia a uma confluência de eventos: soldagem, morar numa área rural onde a bactéria vivia no solo e inspirar a toxina contendo espécies de bactéria.
    Waldor e seus colegas fizeram uma pergunta pouca coisa diferente quando o Haiti foi varrido pelo cólera depois do terremoto do ano passado. O cólera não era visto no país há mais de um século. Por que essa epidemia repentina? Rapidamente, os cientistas sequenciaram o genoma da bactéria haitiana e o compararam com cepas de cólera conhecidas do mundo inteiro. No fim das contas, a cepa haitiana era diferente da bactéria da cólera na América Latina e África, mas idêntica à do sul asiático.
    Assim os pesquisadores concluíram que o terremoto fora indiretamente responsável pela epidemia. Muitos voluntários que foram ao Haiti moravam no sul da Ásia, onde o cólera era endêmico.
  “Provavelmente, um ou mais desses indivíduos levaram o cólera para o Haiti”, disse Waldor.
     A cartografia dos mapas de doenças Um dos colaboradores de Waldor naquele estudo, Eric Schadt, quer dar um passo além com a ideia da ciência molecular forense. Schadt, chefe de genética da Escola de Medicina Mount Sinai e diretor-chefe científico da Pacific Biosciences, quer fazer mapas meteorológicos de doenças.
    Ele começou com estudos-piloto, primeiro nos escritórios de sua empresa.
   Durante vários meses, ela analisou os genomas dos micróbios nas superfícies, como escrivaninhas, computadores e no botão de descarga das privadas. À medida que a temporada de gripe começava, as superfícies passaram a conter mais e mais da cepa da gripe predominante até que, no auge da temporada de gripe, toda superfície tinha os vírus da gripe. A superfície mais contaminada? Os botões de controle dos projetores nas salas de reunião.
“Todo mundo toca neles, que nunca são limpos”, disse Schadt.
    Ele também tirou amostras da própria casa e descobriu, para seu desalento, que a alça da geladeira sempre estava contaminada com micróbios que vivem em aves e suínos. Ele percebeu que o motivo se devia ao fato de as pessoas tirarem frios da geladeira, fazerem sanduíches e depois abrirem a porta do refrigerador para guardar os frios sem antes lavar as mãos. “Tenho lavado minhas mãos muito mais agora”, Schadt afirmou.
    Segundo ele, o estudo-piloto mais interessante foi a análise do esgoto. ``Se você quiser fazer a pesquisa mais ampla possível, o esgoto é formidável.
   Todos contribuem com ele todos os dias’'.
   Para sua surpresa, ele viu não apenas micróbios causadores de doenças como também os que vivem em comidas específicas, como frango, pimenta ou tomate.
“Eu falei: 'Uau, até parece epidemiologia da saúde pública’. Poderíamos começar a avaliar a composição da dieta de uma região e correlacioná-la com a saúde”, disse Schadt.
    Relman, por sua vez, está se concentrando na vasta massa de micróbios que vivem pacificamente dentro ou sobre o corpo humano. De acordo com ele, existem muitos mais genes bacterianos que vivem sem causar problema dentro de nós do que genes humanos. Um estudo que examinou amostras de fezes de 124 europeus saudáveis encontrou uma média de 536.122 genes únicos em cada amostra, e 99,1 por cento eram de bactérias.
    Os genes bacterianos ajudam com a digestão, às vezes de formas inesperadas.
   Um estudo recente descobriu que bactérias no intestino de muitos japoneses, mas não nos norte-americanos testados como controle, têm um gene de uma enzima para quebrar um tipo de alga usada para embalar sushi. A bactéria intestinal aparentemente pegava o gene de bactérias marinhas que vivem nesta alga vermelha no mar.
    Porém, se essas vastas comunidades de micróbios são tão importantes quanto os pesquisadores pensam que são para manter a saúde, questiona Relman, o que acontece quando as pessoas tomam antibióticos? As comunidades microbianas que estavam no intestino se recuperam? Usando o sequenciamento rápido do genoma de todos os micróbios nas amostras fecais, ele constatou que elas voltavam, mas que a comunidade microbiana não era exatamente igual como antes de ser perturbada por antibióticos. E se uma pessoa toma o mesmo antibiótico uma segunda vez, até seis meses depois da primeira dose, os micróbios demoram mais para voltar e comunidade fica ainda mais avariada.
    Agora ele e os colegas estão examinando bebês, pegando amostras de pele, saliva e dentes, no nascimento e durante os dois primeiros anos de vida, uma época em que a estrutura das comunidades microbianas no corpo está sendo estabelecida.
“Nós esperamos os bebês se exporem aos antibióticos – não demora muito”, afirmou Relman.
Segundo ele, o objetivo é avaliar os efeitos dos micróbios nos bebês, principalmente quando recebem doses repetidas de antibióticos que não são verdadeiramente necessárias.
“Tudo tem um custo. O problema é encontrar o equilíbrio certo. Como clínicos, nós não temos olhado o custo à saúde de nossos ecossistemas microbianos”.

Gene de doença que impede pessoa de ter impressões digitais é revelado

Apenas 4 famílias no mundo foram diagnosticadas com o problema. Marcas nas pontas dos dedos são únicas para cada pessoa.

    Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriram um gene responsável por causar uma doença que deixa os dedos do portador sem impressões digitais. O estudo foi divulgado na publicação científica "American Journal of Human Genetics".
    Apenas 4 famílias no mundo foram diagnosticadas com a doença. Um caso que chamou a atenção da comunidade médica ocorreu quando uma suíça tentou entrar nos Estados Unidos, mas precisou de muito tempo para explicar aos oficiais da alfândega que não possuía impressões digitais.
    A doença é causada por uma alteração no gene SMARCAD 1, responsável pelo desenvolvimento das impressões digitais. Ele foi descoberto após um estudo coordenado por Eli Sprecher, da Faculdade de Medicina da universidade, que trabalhou com a família da suíça que teve problemas para entrar nos Estados Unidos. Nove parentes da moça também não apresentavam impressões digitais.


Impressões digitais são marcas exclusivas de
cada pessoa ou gêmeos idênticos. (Foto: Howard
Bartrop / Image Source / AFP Photo)
   
    As impressões digitais são formadas 24 semanas após a fertilização e não mudam durante a vida da pessoa. Elas são únicas para cada pessoa ou para cada par de gêmeos idênticos. Por serem exclusivas, são utilizadas para a detecção de crimes e para controle em viagens internacionais.
     Alterações nas impressões digitais podem indicar outras doenças mais severas. Já no caso da doença da suíça, a ausência total das marcas na ponta dos dedos não traz maiores problemas - apenas uma dificuldade para suar nas mãos. Sprecher explica que não só as pontas dos dedos detêm padrões excluvisos para cada humano. As mãos, os dedos e as solas dos pés também apresentam traços únicos conhecidos como dermatoglifos. A análise dessas marcas permitem conhecer mais sobre a característica das pessoas e tem aplicação em áreas como o esporte - o desempenho dos atletas pode ser previsto com algumas informações genéticas que podem ser desvendadas por meio das impressões.




FONTE: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/09/gene-de-doenca-que-impede-pessoa-de-ter-impressoes-digitais-e-revelado.html

domingo, 18 de setembro de 2011

Memória demora a se desenvolver

Estudo mostra que capacidade de se recordar só chega à sua total capacidade na idade adulta

   As crianças possuem memória. Porém, o desenvolvimento da capacidade de recordar a origem das informações contidas na memória ocorre de forma mais lenta. Um novo estudo revela que esta capacidade se desenvolve durante a adolescência e que o desenvolvimento pleno ocorre apenas na fase adulta.
   Os pesquisadores da Universidade de Saarland, na Alemanha, relataram as descobertas na revista Child Development.
   Eles forneceram um teste de memória em duas partes para crianças, adolescentes e jovens. Na primeira, foram mostradas aos participantes imagens na tela de um computador. Eles deveriam indicar se elas eram repetidas selecionando entre os botões 'novo’ e 'velho’.
    Em seguida, eles receberam um teste semelhante, que incluía certas imagens do primeiro teste.
  Embora a capacidade de memorização melhorasse de modo geral com a idade, a capacidade de reconhecer a fonte das informações retidas na memória – avaliada no segundo teste – era particularmente fraca nas crianças. O desempenho de adolescentes e adultos foi igualmente bom, mas com uma diferença significativa.
   Os participantes usaram uma touca de eletrodos que media a atividade neural deles. Somente os adultos mostraram padrões sofisticados de atividade enquanto buscavam a fonte da memória, afirma Volker Sprondel, principal autor do estudo e psicólogo da Saarland. Apenas com o uso de medições comportamentais, os pesquisadores não teriam detectado a diferença entre adultos e adolescentes, afirma Sprondel.
   Segundo ele, a descoberta sugere que quando se pede a crianças e adolescentes para comprovarem a fonte das informações contidas em suas memórias, como por exemplo, para lembrar a primeira vez que encontraram certa pessoa e o local, eles devem ser questionados com cautela.

Penas de dinossauro conservadas em âmbar dão pistas sobre evolução

Material é o mais completo já encontrado sobre progressão das penas.

    Amostras de âmbar coletadas no oeste canadense contendo fósseis de dinossauros e pássaros podem ter revelado a mais abrangente história evolucionária das penas até hoje, segundo estudo divulgado na publicação científica Science.
    Os 11 fragmentos no depósito de âmbar de cerca de 80 milhões de anos mostram a progressão desde pequenos "filamentos" semelhantes a fios de cabelo até às penas mais complexas como as dos pássaros atuais.
    As descobertas, acompanhadas por outro estudo sobre a coloração das penas, reforça a tese, relativamente recente, de que muitos dinossauros tinham penas muito coloridas.
    Fósseis encontrados na China sugerem que dinossauros tinham penas cujos filamentos mais simples se pareciam mais com pêlos.
    Mas sua evolução até as penas modernas não havia sido documentada em registros fósseis.

Penas fossilizadas podem dar pistas sobre como
evoluíram dinossauros. (Foto: AFP Photo / via BBC)

Sorte
    O estudo do depósito encontrado nas proximidades do lago Grassy em Alberta, datando do Cretácio Superior, traz exemplos de estruturas de penas que revelam a progressão.
   "Vemos dois tipos de desenvolvimento evolucionário armazenados no mesmo depósito de âmbar", disse Ryan McKellar, da Universidade de Alberta, que liderou o estudo.
    O estudo confirma que filamentos individuais se transformaram em tufos, ou filamentos de uma origem única chamados de farpas.
    Posteriormente, algumas destas farpas podem se aglutinar em ramos únicos chamados ráquis. Com a evolução da estrutura, novos ramos são formados a partir destes ráquis.
    "Temos penas que parecem com filamentos do tipo dos pêlos, temos estes mesmos filamentos aglutinados em grupos e temos então uma série que é idêntica às das penas dos pássaros modernos", disse McKellar à BBC.
    Na época do Cretácio Superior, as penas chegaram praticamente ao fim de sua evolução e a descoberta de espécies de tipos diferentes no mesmo depósito de âmbar foi considerada simplesmente sorte.
    "Sabemos já há algum tempo que muitos dos dinossauros que não eram pássaros tinham penas e muitos possuíam penas iguais às que vemos nos pombos de hoje", disse Mark Norell, chefe da divisão de paleontologia do American Museum de história natural, que não esteve envolvido no estudo.
    "O interessante é a diversidade das penas presentes nesses dinossauros não aviários que conviveram em um intervalo de tempo próximo do desaparecimento dessas criaturas, há 65 milhões de anos", disse ele à BBC.

Cores
    As penas mais desenvolvidas lembram as dos pássaros aquáticos e McKellar diz que nenhuma delas era adaptada para o voo, mas aparentemente para estratégias de ornamentação.
   Um outro estudo divulgado na Science examina outro aspecto da ornamentação, a cor.
   As cores ocorrem nas penas devido a estruturas nas células chamadas malanossomos, que contêm melanina, a mesma substância química que fornece cor para nossas peles.
   Estudos sobre remanescentes destes melanossomos já forneceram evidências, por exemplo, que um dos primeiros dinossauros com penas descobertos, o Sinosauropteryx, era vermelho.
   Mas geralmente os melanossomos nas penas, ou sua melanina, é destruída com o passar do tempo, deixando poucas pistas sobre as cores que cada dinossauro teria.
   O cientista Roy Wogelius da universidade britânica de Manchester desenvolveu um método que usa raios de luz de alta energia de um Síncrotron (acelerador de partículas) capaz de detectar pequenas quantidades de átomos metálicos remanescentes da eulamina, um dos tipos de melanina responsável por uma variação de cores do marrom ao negro.
   "Uma compreensão perfeita das cores é improvável, exceto talvez em alguns casos excepcionais", disse Wogelius.
   "Mas com os avanços tecnológicos, estamos otimistas de que poderemos determinar detalhes químicos além de padrões de claro e escuro."
   De fato, acredita-se cada vez mais que muitos dinossauros não tinham as cores que tradicionalmente associamos a répteis.
   "Se você fosse transportado para 80 milhões de anos atrás, para uma floresta na América do Norte, veria que muitos animais tinham penas", disse Norell.
   "Ganhamos cada vez mais evidência... de que esses animais também tinham cores brilhantes, como os pássaros de hoje."



FONTE:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/09/penas-de-dinossauro-conservadas-em-ambar-dao-pistas-sobre-evolucao.html

sábado, 17 de setembro de 2011

Grupo norte-americano revela novo gene ligado à doença de Parkinson

Gene regula produção de proteína que evita 'estresse' em células cerebrais.
Estudo foi divulgado no 'American Journal of Human Genetics'.

     Cientistas da Mayo Clinic, na Flórida, nos Estados Unidos revelaram a descoberta de um gene que estaria ligado ao desenvolvimento da doença da Parkinson. A novidade é tema da edição de setembro da publicação "American Journal of Human Genetics" (revista norte-americana de genética humana, em inglês).
   Chamado EIF4G1, o gene ajuda às células cerebrais a resistirem ao "estresse", uma condição que pode levá-las à morte. Esse efeito é obtido a partir da produção de uma proteína, que é regulada pelo gene. Alterações no EIF4G1 causam problemas na ação dessa substância.
   Segundo os cientistas, a descoberta do gene EIF4G1 pode servir para definir a frequência da doença em diversas populações no planeta e qual a influência desta parte do genoma no desenvolvimento de um problema que afeta até 1% de todas as pessoas acima de 50 anos no mundo.

LRRK2    No ano de 2004, pesquisadores da Mayo Clinic também participaram de um estudo que revelou um outro gene também responsável por provocar o surgimento da doença. Conhecido como LRRK2, as alterações nesse gene representam a maior parte da colaboração genética para o surgimento da doença de Parkinson.    Mutações nesse gene aparecem em até 40% dos portadores de Parkinson de etnia árabe-berbere, 10% em judeus asquenazes, 8% em bascos e até 3% em caucasianos. Esses dados estão presentes em um estudo sobre o gene LRRK2 divulgado na revista "Lancet Neurology", no final de agosto.    Agora, os cientistas querem saber qual a ligação entre os dois genes e aquilo que produzem. "É preciso estudar mais para saber se as proteínas reguladas pelos dois genes trabalham juntas ou se colaboram para o desenvolvimento do Parkinson de forma independente", diz Owen Ross, um dos autores de ambos os estudos, em entrevista ao G1.    A doença de Parkinson é causada por uma diminuição nos níveis de um neurotransmissor no cérebro chamado dopamina. A queda acontece pela morte de células em uma região conhecida como substância negra. Os sintomas mais conhecidos da doença são a rigidez e os tremores no corpo.Dopamina e terapias   O especialista não chega a dizer que a queda no nível de dopamina é causada diretamente pela ação do gene recém-descoberto. "Se uma célula não consegue lidar com o 'estresse' por causa do gene, isso eventualmente vai levá-la à morte. Se as células que morrerem forem aquelas responsáveis pela produção de dopamina, talvez este seja um mecanismo pelo qual o gene provoque a doença", diz.   A identificação dos genes pode levar a diagnósticos antecipados no futuro. "Um dos objetivos das pesquisas é saber quem tem risco de desenvolver a doença e, talvez, aplicar estratégias para proteger o cérebro do pacientes antes dos primeiros sintomas", acredita Ross.   Mesmo pacientes com uma mesma origem genética para a doença podem apresentar os sintomas em diferentes fases da vida. "É preciso lembrar que o Parkinson não causa apenas problemas de movimentos, mas também problemas não ligados à capacidade motora do paciente."    Possíveis terapias a partir desses estudos incluem a manipulação dos genes para evitar que comprometam o cérebro ou das proteínas que eles regulam. "Essas pesquisas também nos ajudam a ver quais pacientes podem se beneficiar ou não deste tipo de tratamento", afirma o médico.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Os “superpoderes” dos golfinhos

Pesquisadores descobriram que os cétaceos têm uma alta capacidade de cicatrização e uma espécie de sexto sentido para caçar comida

Sexto sentido e extraordinária capacidade de regeneração: é o super golfinho

         Estudos recentes mostram que os golfinhos têm características que poderiam ser comparadas a poderes de heróis de histórias em quadrinhos. Além de o animal ter uma rápida cicatrização, que pode servir de inspiração para medicamentos para humanos, cientistas descobriram que ele é capaz de detectar campos elétricos ao seu redor, o que facilita a obtenção de alimento tanto em mar aberto quanto no solo marinho.
      O pesquisador Michael Zasloff, da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, ficou impressionado quando soube há dez anos que os golfinhos eram maciçamente atacados por tubarões e mesmo assim muitos não morriam. “Para mim, parecia impossível que um mamífero pudesse sobreviver a tamanho ferimento em pleno oceano”, disse ao iG.
          Zasloff descobriu que o segredo de sobrevivência dos golfinhos está em acumular grandes quantidades de um componente químico em sua gordura corporal. Assim, os golfinhos conseguem se recuperar rapidamente de mordidas de tubarões com aparente indiferença à dor.
        Ele explica que quando o golfinho é atacado esta substância é liberada agindo como um bom antibiótico. “A ferida do golfinho não fica infeccionada, com formação de pus ou vermelhidão. Em humanos, um ferimento deste tipo ficaria infectado pelas bactérias presentes na boca do tubarão, algo muito difícil de tratar com os antibióticos que temos”, disse Zasloff que publicou os resultados do estudo no periódico científico Journal of Investigative Dermatology.
            Quando atacados por tubarões, eles não sangram até a morte. Isto porque com estes componentes na gordura corporal, o processo de cicatrização dos golfinhos é completamente diferente do de humanos. Outra diferença é que os animais usam também de uma boa estratégia para estancar o sangue. “Eles dão um mergulho profundo após serem mordidos, o que interrompe o fluxo do sangue para a periferia do corpo do animal e permite a formação de coágulos”, disse.

Sexto sentido elétrico

        Outra descoberta recente sobre os golfinhos é sobre a capacidade de uma espécie, o golfinho da Guiana, de detectar campos elétricos dos peixes ao seu redor. Pesquisadores da Universidade de Hamburgo descobriram que esses eletroreceptores estão presentes em pequenos orifícios nos seus narizesse desenvolveram a partir de pequenos bigodes. “Esta característica torna possível uma espécie de sexto sentido”, afirma o estudo.
      A capacidade de detectar campos elétricos está presente apenas em peixes, anfíbios e mamíferos monotremados, como o ornitorrinco.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vítimas de derrame são tratadas com saliva de morcego na Grã-Bretanha

Substância afina o sangue e especialistas apostam que ela pode ajudar a dissolver coágulos no cérebro

Saliva de morcego pode ser o maior avanço no tratamento de derrames nos últimos 20 anos

   Pesquisadores britânicos estão realizando testes com saliva de morcegos-vampiros para tratar vítimas de derrames. 
   Entre os pioneiros no tratamento estão especialistas do Hospital da Universidade de North Staffordshire que estão desenvolvendo um poderoso novo medicamento que utiliza uma proteína na saliva dos animais para dissolver coágulos no cérebro. 
   Os cientistas buscaram a saliva dos morcegos devido à capacidade que ela tem de tornar o sangue das vítimas dos animais fino o suficiente para que eles possam sorvê-lo. 
   O medicamento já foi testado em duas pessoas e já está sendo considerado pelos pesquisadores como o maior avanço no tratamento de derrames nos últimos 20 anos. 
   Atualmente, vítimas de derrames precisam receber injeções de drogas capazes de dissolver coágulos em no máximo quatro horas após os ataques terem ocorrido, para que o medicamento ainda surta efeito. 
   Mas a nova droga derivada da saliva do morcego, chamada desmoteplase, pode ser dada aos pacientes até nove horas após os derrames terem sido registrados. 
   De acordo com Christine Roff, pesquisadora da Universidade de North Staffordshire, o medicamento ainda está em fase de testes, mas se estes forem bem-sucedidos, a droga poderá ser usada regularmente dentro de três anos.

sábado, 3 de setembro de 2011

3 de setembro - Dia do Biólogo


Biólogo não come, degusta.
Biólogo não cheira, olfata.
Biólogo não toca, tateia.
Biólogo não respira, quebra carboidratos.
Biólogo não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.
Biólogo não admira a natureza, analisa o ecossistema.
Biólogo não elogia, descreve processos.
Biólogo não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária.
Biólogo não facilita discussões, catalisa substratos.
Biólogo não transa, copula.
Biólogo não admite algo sem resposta, diz que é hereditário.
Biólogo não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Biólogo não pensa, faz sinapses.
Biólogo não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.
Biólogo não chora, produz secreções lacrimais.
Biólogo não espera retorno de chamadas, espera feed backs.
Biólogo não se apaixona, sofre reações químicas.
Biólogo não perde energia, gasta ATP.
Biólogo não divide, faz meioses.
Biólogo não faz mudanças, processa evoluções.
Biólogo não falece, tem morte histológica.
Biólogo não se desprende do espírito, transforma sua energia.
Biólogo não deixa filhos, apresenta sucesso reprodutivo.
Biólogo não deixa herança, deixa pool gênico.
Biólogo não tem inventário, tem hereditário.
Biólogo não deixa herdeiros ricos, pois seu valor é por peso vivo.

Feliz Dia do Biólogo! 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cientistas descobrem que cratera marciana já foi coberta de água

Sonda capta raro delta em cratera e comprova que por muito tempo, a água fluía pela superfície do planeta vermelho
Cratera Eberswalde tem raro delta, canais que alimentavam rio na cratera ainda estão preservados
   A Agência Espacial Europeia (ESA) publicou nesta sexta-feira (2) várias fotografias que apresentam uma cratera nas terras altas do sul de Marte que foi o leito de um grande lago quando a água fluía pela superfície desse planeta.
   A cratera de Eberswalde, captada pela sonda Mars Express, tem 65 quilômetros de diâmetro e se formou há mais de 3,7 milhões de anos pelo impacto de um asteroide, explicou a ESA em comunicado.
   Embora uma parte da Eberswalde tenha sido coberta posteriormente pelo impacto de outro asteroide, criando uma segunda cratera, na área visível se conservam os restos do que durante algum tempo foi "um grande delta, sulcado por múltiplos braços fluviais". O delta tinha 115 quilômetros quadrados de superfície e era alimentado pelos rios citados.
   Quando secou, grande parte dessas formações ficou oculta sob uma camada de sedimentos sobrepostos pelo vento. As estruturas analisadas - identificadas originalmente pela sonda Mars Global Surveyor da NASA - "são uma prova inequívoca de que por muito tempo, a água fluía pela superfície de Marte", informou a ESA.
   Junto a Eberswalde há outra cratera, a Holden, de 140 quilômetros de diâmetro e que quando se formou projetou rochas que cobriram grande parte da primeira.
   A duas pertencem aos quatros locais selecionados para a aterrissagem de uma missão da Nasa, a Mars Science Laboratory, que pousará no final deste ano.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Saliva ajuda na digestão, no hálito e na eliminação de bactérias da boca

Bem Estar desta quinta (1º) recebeu Ana Escobar e Caio Rosenthal.
Médicos falaram do papel do fluido na prevenção e detecção de doenças.


   A função da saliva não é só para avisar que chegou a hora de comer. Esse fluido corporal, produzido por três glândulas diferentes, ajuda na digestão, na eliminação de bactérias e na saúde bucal, prevenindo contra cáries e mau hálito.
   Para explicar por que a boca enche de água quando alguém está com fome e vê alimentos na frente ou apenas sente o cheiro deles, o Bem Estar desta quinta-feira (1º) convidou a pediatra Ana Escobar e o infectologista Caio Rosenthal.


   O aroma, a aparência e o gosto da comida provocam a liberação da saliva na boca, que chega pelo canal que sai das glândulas salivares. Isso ocorre porque o organismo se prepara antecipadamente para a digestão. Ao ver e sentir o cheiro dos alimentos, a pessoa estimula o cérebro, que por sua vez aciona as glândulas. Para ter uma produção saudável de saliva, é preciso manter uma higiene bucal adequada e frequente. Entre as principais doenças passadas pela saliva estão o resfriado, a hepatite A, a tuberculose, o citomegalovírus (um dos vírus do herpes) e a mononucleose, conhecida como "doença do beijo". O vírus da mononucleose (Epstein-Barr) não costuma ser grave e a faixa etária mais atingida vai de 12 a 17 anos, idade em que a garotada começa a beijar na boca. Os sintomas são febre, gânglios inchados, cansaço, dor de garganta e dor de cabeça. A doença não tem tratamento específico e em poucos dias a pessoa fica curada. A cor da língua também pode ser indício de algumas doenças (relacionadas ou não à saliva). A língua branca pode indicar anemia, e a língua "framboesa" (cheia de pontinhos avermelhados) pode apontar infecções. Diversos testes e exames podem ser feitos por meio da saliva. Eles são pouco usuais, mas podem detectar doenças endócrinas e até HIV, que não é transmitido pela saliva. Já existe até saliva artificial. Além de serem vendidos como produtos industrializados, os estimuladores podem ser manipulados em farmácias especializadas, sempre com a fórmula recomendada por dentistas ou médicos. A saliva artificial é vendida geralmente em forma de spray e pode ser borrifada na boca várias vezes por dia, proporcionando alívio instantâneo dos sintomas de boca seca (cujo nome científico é xerostomia). Esse problema é mais comum em idosos, pois o fluido fica mais espesso e em menor quantidade com o passar dos anos.