terça-feira, 14 de agosto de 2018

'Blecaute alcoólico': casos de amnésia após consumo de bebidas preocupam cientistas


Perda de memória devido à ingestão de álcool é estudado há pouco mais de 20 anos. Pesquisadores relacionam esquecimento à velocidade do consumo.

  Uma amnésia temporária ou duradoura, um descontrole do próprio cérebro e do corpo: assim o "blecaute alcoólico" é descrito por várias pessoas que viveram esse fenômeno. Pouco tratado pela ciência até hoje, ele vem sendo cada vez mais relatado entre os consumidores – mesmo ocasionais – de bebidas alcoólicas.
A estudante de marketing Isabelle H., de 23 anos, frequentava um festival de música com amigos até que, para ela, a festa terminou repentinamente. A garota acordou no dia seguinte em uma barraca, dormindo ao lado de desconhecidos, e sem nenhuma lembrança de quando e como foi parar ali.
"Tudo o que aconteceu continua sendo um mistério até hoje", diz, em entrevista ao jornal Le Monde, ressaltando que não havia consumido uma grande quantidade de álcool: "o mesmo que os outros". Os amigos, aliás, não perceberam que nada anormal acontecia com a garota, que, apesar de não ter consciência, continuou na festa.

"O sentimento que tive era como vemos naqueles desenhos animados, quando o personagem corre até o final de um precipício e cai no vazio", afirma.

   Apesar de ainda não conhecerem todos os detalhes deste fenômeno, os pesquisadores já o definem como "blecaute alcoólico". Ele se difere do coma alcoólico, estágio atingido com o consumo excessivo de álcool, porque, no "blecaute", a pessoa não chega à inconsciência total, afirma à RFI Mickael Naassila, diretor da unidade sobre álcool e farmacodependências da Universidade da Picardia.

"No blecaute alcoólico, nosso cérebro fica incapaz de memorizar novas informações, enquanto continuamos a falar e a agir normalmente. O cérebro simplesmente para de armazenar informações, seja parcial – de determinados momentos de uma noite, por exemplo, – ou totalmente, quando esquecemos completamente tudo o que aconteceu", explica.
   Segundo Naassila, o "blecaute alcoólico" está sobretudo relacionado à rapidez com que bebidas são ingeridas e menos com a quantidade. "Como o organismo de cada um é diferente, o volume de álcool no sangue não segue uma norma para desencadear esse fenômeno. Pode ser entre 1g ou 1,5g por litro de sangue ou até 2g ou 3g por litro de sangue, dependendo da sensibilidade da pessoa", destaca.
   A repetição de bebedeiras também pode resultar em episódios de "blecautes alcoólicos" mais frequentes. O professor da Universidade da Picardie diz ter sido procurado por jovens franceses que praticaram durante um ou dois anos o "binge drinking" – prática que consiste em ingerir grandes quantidades de bebida alcoólica no menor espaço de tempo possível. Em comum entre todos esses depoimentos, a perda de memória mesmo quando o consumo era de uma pequena quantidade de álcool.

"Por isso, os pesquisadores associam o 'blecaute alcoólico' sobretudo à rapidez com que as bebidas são consumidas. Quanto mais rápido se bebe, maior é a possibilidade de desencadear esse fenômeno, afirma.


Estudos recentes sobre o 'blecaute alcoólico'


   A perda de memória relacionada ao consumo de álcool começou a ser abordada há pouco mais de 20 anos por pesquisadores. Em 1995, Donald W. Goodwin analisa a ingestão de bebidas alcoólicas por seus estudantes do primeiro semestre de Medicina e 33% deles dizem ter passado por ao menos um episódio de blecaute. Em 2016, uma pesquisa britânica mostra que 20% dos mais de 2.100 jovens interrogados relatam uma espécie de amnésia depois de ter consumido álcool.


"Há 30 ou 40 anos, pensávamos que episódios de amnésia só aconteciam com os alcoólatras. Mas, recentemente, começamos a perceber que esse fenômeno não acontece somente com quem é dependente de álcool. Quando interrogamos nossos próprios estudantes de Medicina, temos até 40% de uma classe que vai nos dizer que em um período de um ano eles viveram ao menos um episódio de blecaute", afirma o especialista em dependência química.
   Na França, um estudo desenvolvido por Naassila e Olivier Pierrefiche na Universidade da Picardia sobre a questão é ainda mais preocupante. Ao contrário da ideia de que o álcool traz prejuízos à saúde a longo prazo, os pesquisadores conseguiram demonstrar que uma ou duas “bebedeiras” já podem resultar em graves danos para a memória e a aprendizagem.

"Há um mecanismo no cérebro que serve para memorizar e aprender, chama-se plasticidade sináptica. Nossos neurônios têm uma atividade de transmissão do tipo ‘plástica’, o que quer dizer que eles se adaptam – aumentam ou diminuem essas atividades – frequentemente. Percebemos que o álcool modifica esse fenômeno, perturbando esse balanço do cérebro e induzindo os blecautes e a perda de capacidade de memorização", explica.
   Naassila lembra que pesquisadores também já começam a estabelecer a relação entre a quantidade de blecautes e as consequências irreversíveis desses fenômenos para a saúde das pessoas, em termos cognitivos e até mesmo aumentando a possibilidade de desenvolver o alcoolismo mais tarde.


"Além disso, todos sabemos que o álcool, mesmo se consumido em poucas quantidades, é uma droga, que pode desencadear vários tipos de câncer e doenças. Por isso, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas é sempre positivo para a saúde, por mais que as autoridades subestimem essa questão", salienta.

15 Fatos curiosos e pouco conhecidos da ciência



1. Um iceberg contém mais calor do que um palito de fósforo acesso. A razão é o tamanho da inclinação do iceberg;

2. Respiração das cavernas. Elas inspiram e expiram uma grande quantidade de ar quando a pressão barométrica da superfície muda, e o ar avança dentro ou fora procurando equilíbrio;

3. Apesar das chances de ser atingido por um meteorito serem bem pequenas, existem de alguns casos documentados: Em 21 de junho de 1994, Jose Martin, da Espanha, estava dirigindo com sua esposa perto de Madrid, quando um meteoro de 1,4 quilogramas bateu em seu pára-brisa, inclinando a roda dianteira e parando no assento traseiro. Martin teve um dedo quebrado enquanto sua esposa saiu ilesa;

4. Quando uma nova abelha rainha aparece na colméia, ela “pia” ( cantando repetidamente um SOL sustenido ou nota LÁ) para incitar suas abelhas subordinadas a brigarem por ela, caso uma outra rainha da colméia queira matá-la;

5. Existe uma hipótese de que o sol tem uma companheira que está a 1 e 1.5 anos luz de distância. Acredita-se que tem uma órbita elíptica que, a cada 26 milhões de anos, envia matéria em direção à Terra causando extinção em massa. A estrela, se existir, é possivelmente uma anã vermelha ou marrom. Seu o nome seria Nemesis ou “Estrela da Morte”;

6. Fulgurito é o nome para um fóssil de relâmpago. Eles são tubos de vidros naturais e côncavos formados de quartzo de areia, ou sílica, e são formadas quando um relâmpago, com a temperatura de pelo menos 1.800°C, derrete instantaneamente a sílica em uma superfície condutiva e gruda os grãos entre si;

7. Quando Anders Celsius (1701 – 1744) criou a escala de Celsius, inventou de forma contrária que, o 0°C seria o ponto de ebulição da água e 100°C seria o ponto de congelamento. Isso foi revertido no ano de sua morte por Carolus Linnaeus;

8. Quando derruba-se bolas de vidro e aço em uma superfície muito dura e rígida, elas irão pular mais alto que bolas de borracha. A razão é que bolas de borracha se deformam no impacto, achatando na superfície e voltando;

9. A 65 milhões de anos, um meteoro colidiu em Chicxulub, no México, causando megatsunamis a milhares de metros de altura. Especula-se que este impacto seria a primeira causa da extinção de dinossauros;

10. O som viaja muito mais rápido no aço do que do ar: O som percorre em 5100 m/s direto do aço, 1480 m/s da água e 330 m/s do ar;

11. A maioria dos icerbergs é de água doce causados pelas geleiras do continente. Alguns icebergs da água do mar existem – e são verdes. Quando um iceberg pega água do mar, cria listras verdes. A água normal congela mais rápido em um iceberg podendo causar listras azuis;

12. O som do estalo de um chicote é na realidade um estrondo supersônico – é porque a ponta do chicote fica mais rápido do que a velocidade do som. O chicote foi o primeiro invento do homem capaz de ultrapassar a barreira do som;

13. Atualmente a Terra está no meio de uma ‘idade do gelo’ que começou por volta de 2,58 milhões de anos atrás. Nós estamos no período interglacial que começou entre 10,000 e 15,000 anos atrás e pode durar mais de 50,000 anos, antes da glaciação global começar novamente;

14. A companhia de software para vídeo game Nintendo começou seus negócios em 1889 como “Nintendo Koppai”. Sua primeira produção? Baralhos;

15. O primeiro reator nuclear do mundo foi construído em uma quadra de squash/tênis debaixo de um estádio de futebol em Chicago, em 2 de dezembro de 1942. Embora só gerasse força suficiente para a acender um holofote, foi provado que a energia nuclear era possível.


segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Por que o ‘cheiro’ da chuva é tão bom?

   Não é só alívio, após um longo período de seca, que faz com que o cheiro da chuva seja tão bom. Há também a química envolvida. Bactérias, plantas e até trovoadas têm influência no aroma de ar limpo e terra molhada que a gente sente após uma tempestade. 
   Conhecido como "petrichor", esse odor tem sido estudado por cientistas e até por fabricantes de perfume.

Terra molhada

     O nome "petrichor" foi cunhado por dois pesquisadores australianos em 1960. A palavra vem do grego "petros", que significa "pedra", e do termo "ichor", que quer dizer "o fluido que passa pelas veias dos deuses".
  Essa fragrância que a gente sente quanto a chuva bate no solo é produzida por uma bactéria.
 "Micróbios são abundantes no solo", explica o professor Mark Buttner, diretor do departamento de microbiologia do John Innes Centre, na Inglaterra.
 "Quando você diz que sente cheiro de terra molhada, na verdade está sentindo o cheiro de uma molécula sendo criada por um certo tipo de bactéria", disse ele à BBC News.



  Essa molécula é o "geosmin", produzido pela bactéria Streptomyces. Presente na maioria dos solos saudáveis, essa bactéria também é usada para produzir alguns tipos de antibióticos.
  Quando as gotas de água caem na terra, fazem com que o geosmin seja lançado no ar, tornando-o bem mais abundante do que antes da chuva.
"Vários animais são sensíveis a esse cheiro, mas os seres humanos são extremamente sensíveis a ele", diz Buttner.
  Os pesquisadores Isabem Bear e RG Thomas, que deram o nome de "petrichor" ao cheiro da chuva, descobriram que na década de 1960 ele já era "capturado" para ser vendido como uma essência chamada "matti ka attar", em Uttar Pradesh, na Índia.
  Agora, o geosmin está se tornando mais comum como ingrediente de perfume.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Quais são os átomos e as moléculas envolvidos nos processos de fotossíntese?



      Por que o sarampo, que já tinha praticamente sumido, está de volta? Há casos principalmente no norte do país. Segundo a vigilância de saúde, os novos casos foram trazidos por venezuelanos que chegaram ao Brasil. Já são duas mortes em Roraima e uma no Amazonas – um bebê de apenas sete meses.


    O sarampo é um vírus de fácil transmissão, explica a infectologista Rosana Richtmann. As bolinhas vermelhas só aparecem alguns dias depois e a doença começa com tosse, coriza e febre. Muitas pessoas não tomam a vacina porque acham que o sarampo é uma doença leve, mas a verdade é que ela pode até levar a complicações neurológicas nas crianças.

Entre as complicações estão:

  • Infecção nos ouvidos
  • Diarreia
  • Vômito
  • Hemorragia
  • Alterações neurológicas (convulsões e encefalites)
  • Pneumonia bacteriana secundária
  • Hepatite
     Todo mundo precisa tomar duas doses da vacina a partir de um ano de idade. A imunização está dentro da vacina tríplice viral (protege contra sarampo, rubéola e caxumba.




terça-feira, 25 de agosto de 2015

2º ano - Antonio Huback - Aula do dia 20/08 - DNA e RNA Transcrição e tradução

Conceitos Gerais

São as moléculas com a função de armazenamento e expressão da informação genética.
Existem basicamente dois tipos de ácidos nucléicos:
  • Ácido desoxirribonucléico – DNA
  • Ácido ribonucléico – RNA

Os ácidos nucléicos são macromoléculas formadas pela ligação tipo fosfodiéster entre 5 nucleotídeos diferentes, suas unidades fundamentais.

Os nucleotídeos
Para poder estudar os ácidos nucléicos (DNA e RNA) é preciso saber o conceito do que seja um nucleotídeo. Um nucleotídeo é formado por uma pentose (monossacarídeo - açúcar simples) que pode ser ribose ou desoxirribose + n molécula de fosfato + 1 base nitrogenada.

Quando a molécula de nucleotídeo não contém a molécula de fosfato, chamamos-a de nucleosídeo.

Bases nitrogenadas

São moléculas especiais que contém nitrogênio em sua estrutura e dão estabilidade à molécula de DNA. Pertencem a duas famílias e compostos, e são cinco no total:

• Bases Púricas, ou Purinas: Adenina e Guanina
• Bases Pirimídicas, ou Pirimidinas: Citosina, Timina e Uracila .

Tanto o DNA como o RNA possuem as mesmas bases púricas, e a citosina como base pirimídica. A timina existe apenas no DNA, e no RNA, é substituída pela uracila. Ou seja;

No DNA: A ---- T No RNA: A ----U
                  C ---- G                C---- G


A ligação entre as bases nitrogenadas é feita por pontes de hidrogênio. A base Timina (T) se liga sempre à Adenina (A) por duas pontes de hidrogênio. A base Citosina (C) se liga sempre à Guanina (G) por três pontes de hidrogênio.
DNA

O DNA é formado por milhares de nucleotídeos ligados entre si através de ligações 3’, 5’- fosfodiéster. Sua molécula é formada por uma fita dupla antiparalela, enrolada sobre si mesma formando uma dupla hélice. A ligação fosfodiéster ocorre entre o fosfato do carbono 5 da pentose de um nucleotídeo e a hidroxila do carbono 3 da pentose do nucleotídeo seguinte. Enfim, chama-se o DNA de ácido desoxirribonucléico, devido a sua natureza ácida. Ele é responsável pela transcrição e armazenamento das informações genéticas.

Replicação semi-conservativa do DNA

É controlada por várias enzimas que promovem o afastamento dos fios, unem os nucleotídeos novos e corrigem os erros de duplicação por um processo chamado sistema de reparo, substituindo o nucleotídeo “errado” pelo “certo”.
Antes da duplicação enzimas chamadas helicases desenrolam a dupla hélice, quebrando as pontes de hidrogênio. Em cada filamento exposto, novos nucleotídeos desenvolvidos no nucleoplasma começam a se encaixar, obedecendo ao emparelhamento A-T, C-G. A união entre nucleotídeos novos é feita pela DNA-polimerase. Cada fio orienta a formação de outro que lhe é complementar. Portanto, o filamento novo fica igual ao antigo que ocupava aquela posição. Consequentemente, as duas moléculas resultantes serão iguais.
Como cada molécula de DNA filha é formada por um filamento de DNA mãe, a duplicação é um processo semi-conservativo.

RNA

O DNA não é molde direto da síntese de proteínas. Os moldes para síntese de proteínas são moléculas de RNA. Os vários tipos de RNA transcritos do DNA são responsáveis pela síntese de proteínas no citoplasma. O RNA Interpreta e executa a informação do DNA, é formado por um único filamento de polinucleotídeos. Pentose é sempre a ribose e as bases nitrogenadas são adenina, guanina, citosina e uracila. Ele fabricado no núcleo e migra para o citoplasma, é o chamado ácido ribonucléico.

Tipos de RNA

RNA mensageiro (RNAm): Leva o código genético do DNA para o citoplasma Lá, seguindo o código, determina a sequência de aminoácidos da proteína. Cada trinca (conjunto de três bases) de RNA é chamada de códon, que servirá como sinal para determinado RNAt - aminoácido.

RNA transportador (RNAt): Transporta os aminoácidos até o local da síntese de proteínas. Cada RNAt possui em sua extremidade o anti-códon que corresponderá a um determinado tipo de aminoácido e ao códon correspondente.

RNA-ribossomal (RNAr): Participa da estrutura dos ribossomos, onde ocorre a síntese de proteínas.


A transcrição

A síntese de RNA ocorre no núcleo e é denominada transcrição. Nesse processo, uma parte da molécula de DNA é tomada como molde, sendo transcrita, ou copiada, em moléculas de RNA. A molécula de DNA abre-se em determinados pontos, através da ação de uma enzima denominada RNA polimerase. Inicia-se, a seguir, o pareamento de novos nucleotídeos, complementares aos do DNA, dando origem ao RNA. Terminada sua transcrição, o RNA se solta do DNA, que volta a apresentar o aspecto inicial de dupla hélice.

A tradução: a síntese protéica

Na tradução, a sequência de bases no RNA passa para uma sequência de aminoácidos. Cada grupo de 3 bases consecutivas – códon – corresponde a um aminoácido. Desse modo, são formados os aminoácidos. Os códons UAG, UAA e UGA são códons finalizadores. O aminoácido metionina é o sinalizador do início do aminoácido.
Os códons só realizam o trabalho de identificação dos aminoácidos com o auxílio do RNA-t, que é capaz de se ligar a unidades de aminoácidos dissolvidos no citoplasma e transportá-los até o RNA-m. Cada RNA-t tem um anticódon específico. O anticódon CGA vai se ligar exclusivamente ao códon do aminoácido alanina. Este processo é feito nos ribossomos. À medida que os ribossomos deslizam pelo RNA-m, os aminoácidos se unem, formando uma proteína.
Para formação de proteínas, existem 20 tipos de aminoácidos. Cada códon possui informação para um aminoácido sendo que existem 64 combinações diferentes para as quatro bases. Então, um aminoácido pode ser sintetizado por mais de uma combinação. Há também códons de finalização (stop). A partir daí, foi criado um esquema após comprovações que indica qual aminoácido é sintetizado de acordo com a trinca. Este código é degenerado (um aminoácido pode ser codificado por mais de uma combinação), específico (um determinado códon sempre codifica um mesmo aminoácido) e universal.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cientistas conseguem criar fios de cabelo a partir de células da pele

Método pode dar origem a tratamento contra calvície no futuro.Pesquisa transformou célula humana adulta em célula-tronco epitelial.

   A tão procurada cura para a calvície pode estar um passo mais perto de ser alcançada. Um grupo de pesquisadores liderados pelo médico Xiaowei Xu, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiu criar folículos capilares e até fios de cabelo a partir de células adultas.
   O estudo foi publicado pelo periódico científico “Nature Communications” esta semana. Para chegar ao feito, os cientistas primeiro utilizaram células adultas da pele humana para criar as chamadas células-tronco pluripotentes induzidas, que são aquelas capazes de se transformar em qualquer outra célula do organismo. Isso foi possível por meio da inserção de três genes.
   Em seguida, eles tiveram sucesso em converter as células-tronco pluripotentes em células-tronco epiteliais. O processo foi bem-sucedido em 25% das células. A comparação das células "fabricadas" com as células-tronco epiteliais “originais” - encontradas diretamente nos folículos capilares - mostrou que elas tinham as mesmas características.

As setas mostram os fios de cabelo que tiveram origem nas células-tronco epiteliais criadas pelos cientistas (Foto: Ruifeng Yang/Perelman School of Medicine/University of Pennsylvania/Divulgação)

   O próximo passo foi misturar as células-tronco epiteliais “fabricadas” com células de camundongos para, depois, implantar a mistura na pele dos roedores. O resultado foi que eles começaram a produzir pele humana e folículos capilares similares aos humanos, que deram origem a fios de cabelo.
  “Os resultados sugerem uma abordagem para gerar grande número de células-tronco epiteliais para engenharia de tecidos e novos tratamentos para queda de cabelo, cicatrização de feridas e outros distúrbios degenerativos da pele”, diz o estudo.
   Xu observa que a estratégia ainda não pode ser aplicada diretamente nos humanos, pois o processo ainda envolve o uso de células dérmicas de camundongos. “Quando uma pessoa perde cabelo, ela perde dois tipos de células. Resolvemos um grande problema, o componente epitelial do folículo capilar. Precisamos descobrir um jeito de também produzir novas células da papila dérmica, e por enquanto ninguém ainda encontrou essa solução”, diz Xu.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cientistas descobrem segundo código genético

Ao invés de se concentrar nas proteínas, este DNA instrui as células sobre como os genes são controlados


   Há muito tempo os cientistas acreditavam que o DNA diz às células como produzir proteínas. Mas a descoberta de um segundo código secreto de DNA, nesta quinta-feira, sugere que o corpo na verdade fala dois idiomas diferentes.
  A descoberta, publicadas na revista Science, pode ter fortes implicações em como especialistas médicos usam os genomas dos pacientes para interpretar e diagnosticar doenças, afirmaram os pesquisadores.
  O recém-descoberto código genético, encontrado no interior do ácido desoxirribonucleico, o material hereditário existente em quase todas as células do corpo, foi escrito bem acima do código de DNA que os cientistas já tinham decodificado.
  Ao invés de se concentrar nas proteínas, este DNA instrui as células sobre como os genes são controlados.
  Sua descoberta significa que o DNA muda, ou que mutações que ocorrem com a idade ou em resposta a vírus podem fazer mais do que os cientistas pensavam anteriormente.
  "Por mais de 40 anos, presumimos que as mudanças no DNA que afetam o código genético impactavam unicamente a forma como as proteínas são feitas", disse o principal autor do estudo, John Stamatoyannopoulos, professor associado de ciência do genoma e de medicina da Universidade de Washington.
  "Agora nós sabemos que esta suposição básica sobre a leitura do genoma humano está incompleta", afirmou.
  "Muitas mudanças no DNA que parecem alterar a sequência das proteínas podem na verdade causar doenças interrompendo programas de controle genético ou inclusive ambos os mecanismos simultaneamente", prosseguiu.
  Os cientistas já sabiam que o código genético usa um alfabeto de 64 letras denominado códons. Mas agora os pesquisadores descobriram que alguns desses códons têm dois significados.
  Denominados "duons", estes novos elementos da linguagem de DNA só têm um significado relacionado ao sequenciamento proteico e outro que é relacionado ao controle genético.
  As últimas instruções "parecem estabilizar certas características benéficas das proteínas e de como são feitas", destacou o estudo. A descoberta foi feita como parte de uma colaboração internacional de grupos de pesquisa conhecidos como projeto Enciclopédia do Elementos de DNA ou ENCODE.
  Ele é financiado pelo Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano com o objetivo de descobrir onde e como as direções de funções biológicas são armazenadas no genoma humano
.

FONTE: EXAME.COM ( http://exame.abril.com.br/ciencia/noticias/cientistas-descobrem-segundo-codigo-genetico)