quarta-feira, 4 de julho de 2012

17 Exemplos das melhores camuflagens da Natureza



Há um subconjunto inteiro de criaturas maravilhosas que utilizam a camuflagem para escapar dos predadores. Esses profissionais da arte da dissimulação e camuflagem evoluíram com resultados fantásticos.



O Phasmatodea, também conhecido como inseto pau, é mestre na arte de se misturar ao seu entorno. É evoluído ao ponto de imitar de forma quase idêntica às plantas em que residem, estes feixes de paus andando parecem com o movimento do balanço das plantas, o que ajuda a enganar os predadores. Existem mais de 3.000 variedades desses animais e aparentemente são grandes demais para se manter como animais de estimação.



Há sapos que gostam de se misturar com seu ambiente fazem muito bem este tipo de defesa. Como pode ser visto nas imagens acima é muito difícil encontra-los misturados a vegetação.



Os insetos folhas são alguns dos maiores imitadores do reino animal. Estes insetos têm corpos que são incrivelmente detalhados, com ondulações e falsas nervuras. Sua coloração realista faz com que seja quase impossível distingui-los de sua cobertura de folhas ao redor.



Os oceanos estão cheios de perigosos e amplos espaços abertos com pouca ou nenhuma cobertura para as possíveis presas. Muitas criaturas têm evoluído para se ocultar habilmente entre a desordem no fundo do oceano. Cavalos-marinhos são capazes de imitar algas balançando suavemente, e alguns peixes parecem quase idênticos às rochas circundantes. Alguns solha evoluíram inacreditavelmente, com corpos totalmente planos e coloração perfeita.



Os seres humanos também fizeram muitas pesquisas e esforços para imitar as habilidades de camuflagem de nossas contrapartes naturais. Há poucas habilidades tão valiosas para a sobrevivência como a capacidade de misturar em seu ambiente.

Fonte: http://webecoist.com





terça-feira, 3 de julho de 2012

Os cinco ovos mais interessantes do mundo

Quando alguém menciona a palavra “ovo”, a imagem que provavelmente vem à sua mente é o ovo da galinha, não é? Mas alguns animais botam ovos em cores, formatos e aspectos tão inusitados que dão um novo conceito visual à palavra. Confira os ovos mais intrigantes do mundo animal:


1 – OVOS DE TUBARÃO


À primeira vista, parece um saquinho amarelo translúcido que envolve o corpo de um girino desconhecido. O ovo de tubarão, apelidado de “bolsa de sereia”, não tem um formato padronizado: apesar de esta foto mostrar um exemplar retangular com uma leve curva nas pontas, existem outros desenhos já observados. Mas o tamanho assusta: a maioria das espécies bota ovos que alcançam o tamanho de uma mão humana adulta e eventualmente acabam aparecendo na beira da praia em algumas regiões do mundo.
Já houve registros, no entanto, de ovos colossais com mais de 2 metros de comprimento. A mãe bota os ovos e os acompanha até descerem ao fundo do oceano, momento em que os filhotes são deixados à própria sorte. Em alguns casos, há dois ou mais bebês de tubarão dentro do mesmo ovo, e eles atacam uns aos outros até que apenas o mais forte sobreviva.


2 – OVOS DE POLVO


Quando é chegada a hora, as fêmeas de polvo botam centenas de milhares de ovos de uma só vez, geralmente sobre saliências em pedras ou corais. A partir dali, fica de guarda para evitar o ataque de predadores até que os filhotes nasçam. Mesmo depois do nascimento, ela os vigia enquanto se alimentam de plâncton até que estejam desenvolvidos o suficiente para explorar o mar por si mesmos.
Como esse processo às vezes leva muito tempo, a mãe começa a ficar faminta e acaba comendo um de seus próprios tentáculos para sobreviver. Ainda assim, ela geralmente morre nas mãos de um predador logo depois que a “missão” está completa, porque fica muito fraca para se defender de ataques.

3 – OVOS DE DINOSSAURO



É uma pena que não exista um ovo “fresco” para ser analisado, mas o material para estudos não deixa de ser muito rico: alguns ovos já encontrados contêm filhotes de dinossauro fossilizados dentro, o que deu um grande impulso tanto ao estudo dos ovos em si quanto dos dinossauros adultos. A variedade entre as espécies é enorme: existem ovos esféricos, em forma de comprimido, em forma de gota ou de concha.
O tamanho também oscila, mas nenhum encontrado até hoje é extremamente grande: os maiores apresentam 60 centímetros de comprimento por 20 de largura. Uma característica marcante é a dureza da casca: em geral, servia para suportar o peso do próprio embrião.


4 – OVOS DE ESPONJAS E MEDUSAS


Assim como os peixes, também não há sexo no mundo das esponjas, corais e medusas. Em quase todos os casos, não há sequer divisão entre macho e fêmea. Os ovos, apesar disso, não deixam de ter sua particularidade e diferença de cores, tamanhos e aspectos. O modo de reprodução é que varia bastante: enquanto existem algumas espécies sexuadas, nas quais um mesmo indivíduo lança óvulos e espermas ao solo para que fecundem, outras espécies apenas soltam no ambiente algumas de suas células, e dali nasce um ovo.


5 – OVOS DE EQUIDNAS E ORNITORRINCOS


A ordem animal dos monotremados (orinitorrinco e équidnas), em geral, já causa estranheza por seus animais adultos. O próprio fato de botarem ovos já é inusitado, pois eles nada mais são do que mamíferos. Mas os ovos ficam maturando no corpo da própria mãe, que o nutre com os próprios recursos corporais. Após a eclosão, a mãe cuida dos filhotes por entre 4 e 6 meses.
O ovo em si se parece com uma batatinha: quase esférico, pequeno e amarelo. Uma curiosidade bizarra é o fato da fêmea monotremada não ter mamas: para amamentar os filhotes, ela “sua” leite, que é bebido diretamente do abdome pelos recém nascidos.




Fonte: http://listverse.com

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Você sabe qual a maior planta carnívora do mundo?


         Se você está imaginando uma planta monstruosa, capaz de engolir uma pessoa, como nos desenhos animados, pode tirar isso da cabeça: esse tipo de coisa, caro leitor, não existe. As maiores carnívoras de que se tem notícia são as trepadeiras da espécie Nephentes rajah, que dificilmente chegam a meio metro de altura e costumam devorar apenas moscas. Elas são típicas das úmidas florestas da ilha de Bornéu, na Ásia, e se alimentam por meio de um jarro pendurado na extremidade de suas folhas (veja como funciona esse mecanismo no infográfico ao lado). Mas nem todas as plantas carnívoras atacam do mesmo jeito. O modo de captura varia de espécie para espécie - algumas sugam, outras prendem, mordem ou afogam suas vítimas.
    Certas carnívoras são bem gulosas: as Drosophyllum lusitanicum, por exemplo, conseguem grudar em seus pêlos vários insetos de uma só vez. Já as do gênero Utricularia devoram, em uma única sugada, uma família inteira de microcrustáceos. Merece ainda uma menção honrosa a Dionaea muscipula, também conhecida como "papa-mosca": ela abocanha insetos distraídos em apenas três décimos de segundo, um recorde. Mas não pense que as plantas carnívoras dispensam um cardápio mais calórico. "De vez em quando, pererecas e pequenos pássaros viram prato secundário - não porque são atraídos pela planta, mas porque, ao irem atrás de insetos, eles caem e acabam devorados também", afirma o biólogo José Maurício Piliackas, da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo. Na hora do almoço, toda estratégia é válida: como as carnívoras vivem em solos geralmente pobres em nutrientes, elas não podem se dar ao luxo de dispensar comida.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

Pesquisa revela mistério de gravidez de quase 2 anos em elefantas

   Cientistas alemães afirmaram ter conseguido explicar por que a gravidez de uma elefanta chega a durar quase dois anos.
Os elefantes tem uma das gestações mais longas conhecidas do reino animal, durando até 640 dias.
Graças a avançados exames de ultrassonografia, eles identificaram detalhes do processo biológico que permite que os filhotes nasçam com um nível avançado de desenvolvimento cerebral, que os animais usam para reconhecer a estrutura social complexa do grupo onde nasceram e também para se alimentar com a ajuda da tromba.
Segundo Imke Lueders, do Instituto Liebniz de Pesquisa Zoológica e de Vida Selvagem de Berlim, a gravidez de elefantas tem esta duração 'devido a um mecanismo hormonal insólito, que ainda não foi descrito em nenhuma outra espécie animal'.
A pesquisa, publicada na revista especializada Proceedings of the Royal Society B, ajudará programas de reprodução nos zoológicos.
A ovulação em elefantas é desencadeada por dois aumentos repentinos do hormônio reprodutivo luteinizante (LH). Já a gravidez é mantida por hormônios secretados por várias estruturas do ovário, conhecidas como corpo lúteo.



Participantes
Elefantes são animais sociais, com alto nível de inteligência, semelhante à dos golfinhos.
Até o momento, os processos biológicos responsáveis pela longa gestação dos elefantes nunca tinham sido completamente compreendidos.
Mas, os exames mais avançados de ultrassonografia deram aos veterinários e pesquisadores as ferramentas necessárias para monitorar as gestações mais detalhadamente.
O estudo examinou 17 elefantes africanos e asiáticos em zoológicos do Canadá, Estados Unidos, Austrália, Alemanha e Grã-Bretanha, incluindo dois zoológicos da Zoological Society de Londres (ZSL).
'É muito importante estudar a reprodução dos elefantes', disse Imke Lueders à BBC.
'O conhecimentos que ganhamos através desta pesquisa pode ajudar, no futuro, o gerenciamento da reprodução de elefantes, pois agora temos uma ideia de como a gestação é mantida', acrescentou.
Os pesquisadores pretendem usar estas descobertas não apenas na reprodução em cativeiro, mas também na reprodução de elefantes em seus habitats naturais.
Também poderá ajudar no controle de natalidade de populações de elefantes na África.
Algumas espécies de elefantes estão ameaçadas, mas outras cresceram, o que levou a alguns setores especializados a defenderem planos de controle de natalidade para a espécie ou até o sacrifício dos animais.
'Não apenas a longa gestação dos elefantes (22 meses) é diferente, mas o longo intervalo entre nascimentos (de quatro a cinco anos entre os filhotes), junto com um longo intervalo entre as gerações (média aproximada de 20 anos ou mais) complicam os esforços para gerenciar populações em queda de elefantes ameaçados', afirmou Dennis Schmitt, diretor de pesquisa e conservação do Centro para Conservação de Elefantes, comentando a pesquisa alemã.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gripe aviária pode se tornar pandemia

Estudo censurado pelo conselho de biossegurança dos EUA revela que apenas cinco mutações do vírus levariam à contaminação, pelo ar, de mamíferos

  Quando um periódico científico do porte da Science, uma das mais prestigiosas do mundo, faz uma teleconferência com seis cientistas espalhados pelo mundo pode-se presumir que o trabalho a ser apresentado é de impacto. Agora ao ouvir o editor-chefe da revista, Bruce Alberts, um bioquímico de respeito mundial, abrir a conferência dizendo que a revista irá publicar dois artigos científicos de forma aberta - (qualquer pessoa pode acessar os textos livremente via internet, o que é extremamente incomum no caso dela) - é bom prestar atenção.
   Quando um periódico científico do porte da Science, uma das mais prestigiosas do mundo, faz uma teleconferência com seis cientistas espalhados pelo mundo pode-se presumir que o trabalho a ser apresentado é de impacto. Agora ao ouvir o editor-chefe da revista, Bruce Alberts, um bioquímico de respeito mundial, abrir a conferência dizendo que a revista irá publicar dois artigos científicos de forma aberta - (qualquer pessoa pode acessar os textos livremente via internet, o que é extremamente incomum no caso dela) - é bom prestar atenção.

O que dizem os artigos

   O primeiro artigo científico, liderado por Ron Foulchier, do Centro Médico Erasmus, na Holanda, buscou entender como o H5N1 pode se tornar transmissível pelo ar em mamíferos. “Nossa principal conclusão é que o vírus da gripe aviária H5N1 pode adquirir a habilidade de ser transmitido via aerossol entre mamíferos; mostramos que um mínimo de 5 mutações e certamente menos de 10 delas são suficientes para torna-lo transmissível por via aérea”, explicou Foulchier durante a teleconferência.
   Para chegar a esta conclusão a equipe liderada por ele primeiro identificou as mutações que levaram à emergência das pandemias de 1918, 1957 e 1968. Em seguida, modificou geneticamente uma cepa de H5N1 para que ele contivesse essas três mutações para verificar se isto tornava o virus transmissível pelo ar via pequenas gotas (aerosol) em doninhas – um pequeno mamífero largamente utilizado como modelo para transmissão de gripe.
   O resultado foi negativo e os cientistas testaram então quantas vezes era necessário infectar e reinfectar uma doninha com o vírus modificado para que ele evoluísse e se tornasse transmissivel pelo ar. “Quando pegamos o virus após 10 passagens (dele) pelo nariz da doninha verificamos que tinha desenvolvido a habilidade de se transmitir via aerossol entre elas”, afirmou Foulcheir. E completou: “Ele não matou as doninhas que foram infectadas via aerossol.” Com este dado em mãos a equipe analisou quais mutações – além das três introduzidas por eles – haviam ocorrido no H5N1 para torna-lo transmissível via ar. O resultado foram que outras duas mutações realizavam o serviço.
   A descoberta não significa, porém, que as mesmas dez passagens são necessárias em humanos. “É difícil fazer uma relação direta entre as dez passagens em doninhas e o número de passagens em humanos... Uma cadeia limitada de transmissão em doninhas é suficiente para fazer o vírus se adaptar. Assumimos que este número também seria relativamente pequeno em humanos”, pontuou Foulchier. E continuou: “Devemos assumir que o que vimos nas doninhas é mais ou menos similar em humanos, mas não é uma correspondência direta. Há uma correspondência, mas há exceções à regra e sempre precisamos ser cuidadosos ao interpretar trabalhos com doninhas no contexto dos humanos.“
   No segundo artigo, os cientistas tentaram descobrir as possibilidades de que um H5N1 desenvolvesse as cinco mutações necessárias à transmissão via aerossol entre mamíferos. A primeira constatação foi que diversas cepas do H5N1 já possuem duas das mutações. Ou seja: seriam necessárias apenas mais três delas – obviamente três específicas - para torná-lo transmissível por ar entre mamíferos. “Estudamos matematicamente e computacionalmente a evolução do vírus em um hospedeiro e em uma cadeia de transmissão entre hospedeiros. Descobrimos que é possível para um vírus fazer três mutações dentro de um hospedeiro. Fazer quatro ou cinco é mais difícil. E realizar as cinco parece realmente difícil. Não sabemos, porem, ainda o quão difícil é”, afirmou Derek Smith, principal autor do texto, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, na teleconferência.

Preparação para a pandemia
    A constatação de que essas mutações podem, em teoria, ocorrer naturalmente no H5N1, e torna-lo transmissível entre mamíferos – possivelmente entre humanos também – levanta ainda uma outra questão importante relacionada à primeira frase de Alberts sobre disponibilizar os estudos para toda e qualquer pessoa com acesso à internet: uma pessoa tecnicamente habilitada e má intencionada não poderia pegar os dados e tentar fazer as mutações em laboratório? “Ao fazer pesquisa, você continuamente analisa o risco-benefício dela. Eu acredito que os benefícios são maiores do que o risco. Isto significa que não há risco? Claro que não. Não posso dizer de jeito nenhum isso, mas, para mim, os benefícios são maiores", afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, dos Estados Unidos, que também participou da teleconferência e fez um artigo na revista analisando as lições aprendidas com as pandemias passadas.
   O pensamento de Fauci vai na mesma direção do que acredita Alberts. “Esperamos que a publicação ajude a tornar o mundo mais seguro, em especial ao estimular mais cientistas e formuladores de políticas públicas em focar para preparar as defesas. Isto irá requerer grandes inovações e tornar estes dados disponíveis aumenta grandemente as chances de que estas inovações ocorram”, afirmou ele.
   Se uma pandemia vier, o mundo teria atualmente como se defender, segundo Rino Rappuoli, chefe global de pesquisas em vacinas da Novartis Vacinas e Diagnósticos. “Podemos em teoria estar prontos rapidamente para fazer uma vacina. Isto é possivel hoje do ponto de vista tecnológico. A questão seria apenas mudar o processo regulatório para garantir que ele pudesse ser utilizado para fabricar as vacinas que possam ser então distribuídas”, afirmou ele que também esteve presente à conferência e foi autor de um artigo na mesma edição sobre estratégias de curto e longo prazo para preparação para uma pandemia.
   Segundo a Organização Mundial da Saúde, a mortalidade de seres humanos por gripe aviária está em 60%.

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-06-21/gripe-aviaria-pode-se-tornar-pandemia-mundial.html

sábado, 16 de junho de 2012

Leite materno combate transmissão oral por HIV em estudo com ratos


Cientistas americanos mostram que amamentação pode anular o vírus.
Aleitamento de soropositivas é proibido no Brasil, destaca pediatra.

    Um estudo feito com ratos por cientistas da Escola de Medicina da Carolina do Norte, nos EUA, mostra que o leite materno tem um forte efeito contra o vírus da Aids, capaz de matar o HIV e proteger a criança da transmissão oral. Os resultados foram publicados esta semana na versão online da revista “PLoS Pathogens”. 
   Até então, as pesquisas sobre o tema mostravam que a amamentação pode ser um veículo de contágio do vírus, motivo pelo qual as mães soropositivas são orientadas a não dar de mamar para seus bebês.
   “A amamentação nesse caso é proibida em todo o mundo, com exceção dos países da África, pois lá, se as crianças não mamarem, acabam morrendo de fome. Então é preferível correr o risco da transmissão para salvar uma vida”, explica a pediatra Ana Escobar. Além de casos de HIV, mulheres com tuberculose ativa também não devem amamentar.
   Mais de 15% das novas infecções por HIV ocorrem em crianças. Sem tratamento, apenas 65% dos menores infectados vivem até o primeiro aniversário e menos da metade completa dois anos de idade.
   Segundo o especialista em Aids e um dos autores da pesquisa americana, J. Victor Garcia-Martinez, esse trabalho dá indícios significativos da capacidade do leite materno para destruir o HIV e prevenir o contágio oral. Além disso, fornece novas pistas para o isolamento de produtos naturais que poderiam ser usados para combater o HIV.

Ratos humanizados participaram de estudo sobre contágio do vírus da Aids pela amamentação (Foto:
Universidade da Carolina do Norte/Divulgação)

   Garcia-Martinez e seus colegas são pioneiros na utilização de roedores humanizados, que recebem medula óssea, fígado e tecidos vasculares humanos e desenvolvem um sistema imunológico semelhante ao do homem, razão pela qual podem ser infectados com o HIV e responder da mesma maneira que nós.
  Os ratos analisados tinham a cavidade oral e o trato digestivo com as mesmas células responsáveis pela transmissão oral do vírus da Aids em seres humanos. Quando os animais receberam o vírus no leite materno de mulheres HIV-negativas, o vírus não pôde ser transmitido.
  A pesquisadora Angela Wahl, principal autora do estudo, destaca que os resultados são altamente significativos, pois mostram que o leite materno é capaz de bloquear completamente a transmissão oral do HIV por duas formas: através de partículas do vírus e de células contaminadas por ele.
  “Isso refuta a hipótese de ‘cavalo de Troia’, que diz que o HIV em células é mais teimoso contra as defesas do corpo do que o HIV em partículas virais”, explica Angela.

"É importante destacar que a amamentação por mães soropositivas continua não sendo recomendada no mundo"

Ana Escobar,
pediatra

Profilaxia pré-exposição
  Os cientistas também avaliaram a eficácia da chamada profilaxia pré-exposição, com medicação antirretroviral para prevenir a transmissão oral do HIV. Em um trabalho anterior, a equipe demonstrou em camundongos humanizados que essa terapia é eficaz contra a transmissão do vírus da Aids por via intravenosa, vaginal e retal. Os animais tomaram as drogas por sete dias – três antes e quatro depois da exposição – e ficaram 100% protegidos.
  Essas mais recentes descobertas, segundo os pesquisadores, fornecem importantes pistas para tratamentos alternativos que poderiam ser usados para prevenir o contágio do HIV.
  "Nenhuma criança deve sempre ser infectada com o vírus por ser amamentada. O aleitamento materno proporciona nutrição e proteção contra outras infecções, especialmente onde a água limpa é escassa", ressalta Garcia-Martinez. De acordo com ele, esse trabalho também é importante para compreender melhor como ocorre a transmissão vertical do HIV, ou seja, da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou, nesse caso, a amamentação.
  Na opinião da pediatra Ana Escobar, esse estudo não significa que os humanos vão apresentar a mesma resposta imune e são necessários mais pesquisas sobre o assunto.
 “É importante destacar que a amamentação por mães soropositivas continua não sendo recomendada no mundo”, diz.