terça-feira, 12 de julho de 2011

Descoberta do código genético da batata permitirá criar novas variedades

Pesquisadores identificaram que tubérculo tem ao menos 39 mil genes, quase o dobro do que um ser humano



Descoberta da composição do DNA do tubérculo pode ajudar a diminuir fome no mundo (foto de arquivo)

A descoberta por um consórcio de cientistas internacional do código genético da batata abre caminho à criação de novas variedades do tubérculo mais nutritivo e resistente à doenças, publica neste domingo a revista Nature.
Os pesquisadores, reunidos no consórcio do sequenciamento do genoma da batata, identificaram que a planta, o terceiro alimento básico mais importante depois do trigo e do arroz, tem ao menos 39 mil genes, quase o dobro do que um ser humano.
A descoberta da composição do DNA do tubérculo abre as portas criação de novos tipos com propriedades concretas que poderiam ser cultivadas em áreas carentes de alimentos, sugerem os especialistas.
Eles admitem que a decodificação do código da batata não foi tarefa fácil, já que o genoma tem quatro cópias de cada um de seus 12 cromossomos - em contraste com as duas cópias do ser humano -, cada uma das quais pode apresentar variações em genes correspondentes.
Para o diretor da pesquisa britânica, Glenn Bryan, do Instituto James Hutton da Escócia, "o sequenciamento do genoma é um passo importante na compreensão da biologia da batata", o que pode "acelerar a produção de novas variedades", mediante a seleção de genes com particulares características que afetem a cor, a textura e o sabor.
O avanço científico poderia contribuir para solucionar os problemas da crise de fome nos países em desenvolvimento, além de abrir portas para a criação de novas variedades de batata, que podem ser produzidas em menos tempo do que os atuais 12 anos que se leva hoje para produzir uma nova variedade.

domingo, 10 de julho de 2011

A Flor-Cadáver

Ao invés de borboletas, ela atrai besouros e moscas



Esta é, provavelmente, a maior e mais mal-cheirosa “flor” do mundo. As aspas estão destacadas porque esta espécie, na verdade, não é uma flor, e sim uma inflorescência de centenas de pequenas plantas.
A Amorphophallus titanum, cujo nome significa “falo deformado gigante”, devido ao seu formato, também é chamada de flor-cadáver por causa do seu cheiro que lembra carne em decomposição. Afinal, os agentes polinizadores desta planta não são abelhas e borboletas e sim besouros. Ocasionalmente, moscas - ambos atraídos pelo cheiro de carniça.
Além disso, o topo do espigão da planta tem aproximadamente a temperatura do corpo humano, o que ajuda a criar a ilusão de carne. Natural da Indonésia, esta flor pode atingir quase 3 m quando totalmente aberta (o maior espécime registrado tinha 2,75 m e pertencia à Universidade de Bonn, na Alemanha).
Ela só floresce por alguns dias antes de murchar, e pode levar até 5 anos para apresentar uma nova flor. Após a fertilização, frutas vermelhas do tamanho de azeitonas aparecem no cabo. Depois disso, uma única folha cresce até se tornar uma árvore que armazena energia. Aproximadamente 4 meses antes da próxima inflorescência, quando a planta tem energia suficiente, a árvore morre e o processo começa novamente.
Alguns botânicos plantam a flor-cadáver em suas casas como um ornamento. Há de se ter muito amor às plantas para suportar o cheiro.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Emoções e saúde

Os vírus do grupo Herpes são neurotrópicos, isto é, possuem uma apetência particular para se dirigir às células nervosas e aí permanecer num estado latente ou de hibernação. Um dos locais predilectos do vírus é o gânglio de Gasser - situado na base do crânio, desde a têmpora até ao queixo, passando pela região das pálpebras, nariz, bochechas, lábios e maxilares. O vírus mantém-se em "sossego" no corpo celular dos neurónios deste gânglio, mas em circunstâncias de debilidade física ou psicológica do hospedeiro, o agente pode circular através do prolongamento axonal dessas células. Isto costuma acontecer em épocas de grandes preocupações e de maior tensão psíquica. Estas preocupações apesar de constituírem matéria do pensamento, são consubstanciadas em reacções eléctricas no sistema nervoso central. Este, por sua vez, gera alterações no sistema endócrino, as quais vão condicionar uma redução do estado de imunidade do indíviduo.

Adaptado de A educação dos genes, Luís Bigotte de Almeida

Mutação genética dá "vida eterna" a células cancerosas

Estudo, com participação da USP, agora quer achar um modo de reverter o mecanismo para provocar a morte natural de tumores

Imagem mostra a falta de ATRX (em marrom)no núcleo de células canceroras (em azul)

Um estudo internacional, que envolve duas pesquisadoras brasileiras, pode estar a um passo de descobrir uma nova forma de matar de forma natural células cancerosas. Eles descobriram que mutações nos genes, ATRX ou Daxx, estão envolvidas em um mecanismo molecular que mantém o comprimento do telômero – extremidade dos cromossomos – permitindo que as células cancerosas não envelheçam. Células tumorais não sobrevivem quando os seus telômeros são muito curtos. Agora os cientistas buscam encontrar uma maneira reversa para criar um novo método que induza o envelhecimento e a morte destas células cancerosas.

O estudo foi publicado na edição desta semana do periódico científico Science e tem a participação de Suely Nagahashi Marie e Sueli Oba-Shinjo, pesquisadoras do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP. “Temos nos dedicado à procura de novos marcadores de tumores do sistema nervoso central como novos alvos terapêuticos, especialmente para glioblastoma [tipo de câncer cerebral, comum em adultos] , por ser o mais maligno”, disse ao iG Suely Marie. Suely explica que a colaboração com o grupo, liderado pelo professor Bert Vogelstein da Universidade de Johns Hopkins, iniciou há cinco anos e está centrada na procura de marcadores para diagnóstico precoce e preventivo de câncer. Este e o terceiro artigo do grupo publicado na Science. Um quarto artigo, com os avanços da pesquisa sobre o ATRX  deve ser publicado até o fim deste ano. Uma boa contribuição das brasileiras para a pesquisa é o banco de dados de tecidos, um biorepositório de tumores do sistema nervoso central agregado a dados clínicos relevantes dos pacientes.


sábado, 25 de junho de 2011

Asteroide passará pela Terra na segunda-feira

De acordo com a Nasa, corpo celeste é pequeno e não representa risco para o planeta

Um pequeno asteroide recém-descoberto pela NASA irá se aproximar da Terra na segunda-feira (27), mas não há motivos para alarme, informa a agência espacial ameriacana.
O departamento da Nasa que cuida deste tipo deste ocorrência afirmou nesta sexta-feira (24) que a rocha espacial – identificada pela sigla 2011 MD – passará a 12.000 quilômetros acima da superfície terrestre, na altura do sul do Oceano Atlântico, a aproximadamente às 10h30 da manhã.
Embora a distância seja pequena, não é o mais perto que um asteroide já chegou da Terra. Netse ano, um pequeno asteroide chegou ainda mais perto, a 5500 quilômetros de distância do planeta.
O 2011 MD mede 10 metros de comprimento e foi descoberto esta semana por telescópios do Novo México. De acordo com os cientistas, asteróides deste tamanho passam pela Terra a cada seis anos.
Em sua passagem pela Terra, o asteroide deve ter brilho suficiente para ser obeservado com telescópios de porte médio.

(Com informações da AP)

Brasil terá "Wikipedia" das plantas da Amazônia

Pesquisadores vão colocar na internet dados sobre todas as plantas conhecidas da floresta. Cidadãos também vão poder contribuir

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) estão desenvolvendo uma nova ferramenta que promete revolucionar o conhecimento sobre a biodiversidade da Amazônia. O Wikiflora ou Wikibio, uma espécie de Wikipedia florestal, está em fase embrionária e pretende ser apresentado pelos pesquisadores na Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) em junho de 2012.
Alberto Vicentini, pesquisador do Inpa e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Botânica do instituto, afirmou que a ideia do projeto surgiu em fevereiro deste ano, durante uma visita do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante à Reserva Ducke, em Manaus. Esta reserva é a área mais estudada da Amazônia brasileira, com centenas de espécies catalogadas. Na ocasião, os pesquisadores do Inpa revelaram a necessidade de fazer um levantamento mais ágil da biodiversidade local. Apenas na Reserva Ducke, que tem 10 mil hectares de floresta tropical (o equivalente a 10 mil campos de futebol), estima-se que existam, pelo menos, mil espécies de plantas ainda não registradas.
“O ministro, sensibilizado pela debilidade da ciência botânica na região norte do Brasil, gostou tanto do livro e da ideia da plataforma digital que decidiu apoiar fortemente a iniciativa fazendo dela uma proposta de ministério a ser capitaneada pelos três institutos de pesquisa do MCT na Amazônia: o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, de Manaus, o Museu Emílio Goeldi, de Belém, no Pará, e o Instituto Mamirauá de Tefé (Amazonas)”, explicou Vicentini.
“A Amazônia é a região que abriga a maior diversidade de plantas e a maior extensão de florestas tropicais do mundo. No entanto, o conhecimento dessa diversidade botânica é muito incipiente, muitas áreas nunca foram exploradas cientificamente e muitas novidades ainda são descobertas mesmo em áreas consideradas bem conhecidas”, complementou. O projeto não tem uma data especifica para ser concluído.
O pesquisador afirmou ainda que existe uma preocupação muito grande com relação à produção de conhecimento da biodiversidade da Amazônia e que o Wikiflora deve atenuar esse problema, atraindo mais pessoas para a botânica. “O número de pesquisadores que produzem esse conhecimento básico e que atuam na Amazônia é muito baixo e esse tipo de profissional, o taxonomista, é uma espécie ameaçada de extinção. , pontuou. “Wikiflora seria também um instrumento para fortalecer a botânica da região Norte, carente de pessoal especializado no assunto”, complementou.
Áreas imensas da Amazônia possuem uma quantidade inestimável de espécies ainda desconhecidas pela ciência

Parceria
Na semana passada, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) anunciou uma parceria com a IBM para o desenvolvimento da plataforma digital que vai abrigar a wikiflora. Hoje, existe até um domínio da ferramenta na internet, o wikiflora.org, mas o modelo conceitual dessa plataforma ainda está em fase de elaboração.
O que se tem é um esboço, que vem sendo abastecido por dados de alguns projetos do próprio Inpa. “Dois fundamentos guiaram a criação dessa plataforma embrião: liberdade de inovação para criar ferramentas que permitam conhecer espécies, manipular dados e disponibilizar informação e a estruturação de um repositório de dados taxonômicos brutos, que atrele informações diretamente a testemunho, seja ele uma árvore marcada em algum lugar ou uma amostra depositada num herbário”, explicou o professor.
                   Rio desconhecido no meio do Estado do Amazonas: faltam pesquisadores para descobrir novas espécies

“O Wikiflora não é apenas um catálogo ou enciclopédia das espécies de plantas da Amazônia, mas uma ferramenta que pode modernizar a maneira pela qual os botânicos reconhecem e descrevem espécies, além de também favorecer a democratização da produção desse conhecimento ao permitir que pesquisadores não botânicos e o público contribuam com informações sobre plantas”, complementou.
Albertini também pontuou que esse projeto irá ajudar em atividades de conservação e preservação ambiental já que agências ambientais e empresas de manejo florestal também serão usuárias do sistema. “É uma ferramenta importante também para promover o uso sustentável da biodiversidade e atividades de bioprospecção. Todas essas atividades dependem de espécies bem delimitadas e ferramentas adequadas de identificação”, finalizou.
FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/brasil+tera+wikipedia+das+plantas+da+amazonia/n1597043038991.html