segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Gabarito do exercício da 3001 e 3002

Pra quem faltou e não pegou, as respostas estão aqui:

Relação entre os seres vivos: Luta pela vida

pág 08:

1. Orquídeas e árvores: inquilinismo (epifitismo). Relação ecológica na qual um organismo vive dentro ou acima de outro, sem prejudica-lo.
Microrrizas são raízes associadas a fungos: mutualismo. Relação na qual há vantagem recíproca e obrigatoriedade.
Liquens: algas e fungos: mutualismo. Relação na qual há vantagem recíproca e obrigatoriedade.

2.
a) comensalismo (+/0)
b) mutualismo (+/+)
c) parasitismo (hemiparasitismo (+/-)
d) Inquilinismo (epífitas) (+/0)
e) competição interespecífica (-/-)
f) parasitismo (+/-)
g) predatismo carnivoria (+/-)
h) predatismo herbivoria (+/-)

3.
a) O valor K representa a capacidade limite do meio (carga biótica) que é o tamanho máximo da população a qual o ambiente é capaz de suportar.
b) As duas espécies utilizam os mesmos recursos alimentares, ocupando o mesmo nicho ecológico. Quando colocadas no mesmo frasco, ocorre competição (interespecifica), sobrevivendo a espécie que melhor explora o ambiente.

pág 09

4. Ao ser introduzida no ambiente, a espécie C manteve uma relação harmônica interespecífica A, podendo ser uma protocooperação, que trouxe benefícios a ambas. A espécie C manteve uma relação desarmônica interespecífica de competição com a espécie B, podendo também ocorrer o predatismo de C em B.

5.
a) Nesse período, ocorreu um crescimento exponencial da população em consequência da abundância de alimentos e da ausência de predadores.
b) Nesse período, ocorreu uma redução acentuada do tamanho da população em consequência da degradação do ambiente causada pelo excesso de renas.

6. A: carga biótica máxima; B: potencial biótico; C: Crescimento real; D: resistência do meio.

7.
a) V b) F c) F d) V e) F

pág 10

8. B
9. B
10. A
11. D

Alterações ambientais: Ameaças à biosfera

pág: 18

1.
a) Problemas neurológicas devido ao mercúrio presente nos peixes contaminados.
b) Intoxicação, provocando o envenenamento e a morte dos animais.
c) O processo denomina-se eutrofização; a solução é o tratamento do esgoto e a despoluição da água do rio.
d) A consequência seria o assoreamento do rio.

pág 19

2.
a) Intensificação do efeito estufa - Causa: liberação de gases (CO2 e CH4) em decorrência de queima de combustíveis fósseis, queimadas, pecuária intensiva, etc. Consequência: aumento da temperatura global, derretimento de calotas polares ou alterações climáticas.
Chuva ácida - causa: poluição da atmosfera com ácidos (nítrico ou sulfúrico) decorrentes de atividade industrial, queima de combustíveis fósseis, etc. Consequência: corrosão de monumentos, contaminação do solo e danos à biodiversidade pela acidez da água.
b) Exemplo de desequilíbrio natural - eutrofização (fezes de aves migratórias). Consequências: erupção vulcânica, terremotos ou maremotos.

3.
a) A concentração de oxigênio diminui porque as manchas de petróleo impedem que a luz do Sol penetre na água. Portanto, os organismos clorofilados marinhos não realizam fotossíntese.
b) Os poluentes marinhos podem ser tóxicos às aves que podem não conseguir voar, pois ficam com as penas encharcadas de petróleo ao mergulhar no mar. Verifica-se também a redução da disponibilidade de alimentos de origem marinha.

4. Na situação A, devido ao fenômeno da eutrofização, há uma proliferação generalizada de micro-organismos, levando a uma diminuição da entrada de luz na água e da disponibilidade de oxigênio. Esse fato provoca a morte dos organismos aeróbios e a proliferação de micro-organismo aneoróbios.
Na situação B, a menor concentração da matéria orgânica aumenta a incidência da luz favorecendo a fotossíntese e aumentando o nível de oxigênio.

5.
a) O fenômeno denomina-se magnificação trófica.
b) O chumbo não é metabolizado e, por isso, não pode ser eliminado do organismo. Assim, essa substância se acumula cada vez mais nos corpos dos últimos níveis tróficos das cadeias alimentares. Outros exemplos: mercúrio, defensivos agrícolas (DDT), etc.

6. C

Pág. 20

7. D
8. E
9. B
10. V, V, V, V, V.
11. V, V, V, V, F.

Introdução ao evolucionismo: Modificações nas espécies.

Pág 28.

1. A interpretação é lamarckista, pois sugere que o animal se modifique para adaptar-se às mudanças ambientais.

2.
a) Seleção sexual (escolha do parceiro para cópula) ocorre em determinadas espécies cuja fêmea escolhe o macho com qual deverá copular, por meio da seleção de características específicas, como porte físico, agressividade, beleza, coloração, etc. A escolha da fêmea pelo macho também pode ocorrer. A seleção sexual ocorre na intenção de selecionar o indivíduo que apresente melhores características genéticas a serem transmitidas aos descendentes.
b) Os pavões com a cauda maior e mais colorida são preferidos pelas fêmeas. Entre alguns pássaros, o feitio do ninho pode selecionar o macho mais apto. Também são preferidos por suas fêmeas os leões mais agressivos, os veados com chifres maiores, etc.

3. O predador seleciona os indivíduos menos adaptados que não poderão mais se reproduzir e não deixarão seus genes para os defeitos musculares ou de visão. Sendo assim, os novos indivíduos gerados terão menor probabilidade de apresentar os defeitos.

4.
a) Segundo a Teoria da Evolução de Darwin, seria esperado que o número de indivíduos da espécie residente com o bico mais largo aumentasse, pois eles conseguiram se alimentar das sementes maiores, consequentemente, apresentariam uma chance maior de sobrevivência e de reprodução, produzindo um maior número de descendentes. Os indivíduos com bicos menores teriam menor quantidade de sementes à disposição, pois não conseguiram se alimentar das sementes maiores e muitos morreriam de fome, o que ocasionaria um menor número de descendentes. Assim, é esperado que haja um aumento no tamanho médio do bico da população de tentilhões residentes.
b) O mecanismo evolutivo envolvido envolvido é a seleção natural.
c) Com o estabelecimento da competição por alimento, os tentilhões invasores, que possuem bico maior, teriam vantagem em relação à obtenção das sementes maiores. O número de indivíduos com bico maior, da espécie nativa, tenderá a diminuir.
d) Os indivíduos de bico menor alimentar-se-ão das sementes menores disponíveis, aumentando, assim, o seu número descendentes. Assim, o tamanho médio do bico dos tentilhões residentes tenda a diminuir.

5. D

Pág. 29

6. 01, 04
7. 01
8. B
9. A
10. E

Pág. 30

11. C
12. D
13. A
14. B

Teoria sintética da evolução: Fatores e evidências do processo evolutivo.

Pág 38

1.
a) Ocorrência de um nicho disponível, falta de competidores, predadores e parasitas.
b) Ocorre o isolamento geográfico, que, provavelmente, levou a um isolamento reprodutivo. Isso caracteriza o processo de especiação.

2.
a) O ancestral hipotético, não alado, espalhou-se pela Terra numa épca em que o ambiente era formado por uma única massa continental (Pangeia); com a deriva continental (separação dos continentes), os diferentes grupos ficaram isolados uns dos outros, originando as espécies citadas com o decorrer do tempo.
b) Especiação, que é um processo constituído das seguintes fases: isolamento geográfico; mutações e seleção natual; e isolamento reprodutivo.

Pág 39

3. X: mutação; Y: recombinação; e Z: seleção natural.

4. AS mutações são as causas das mudanças genéticas que ocorrem com os seres vivos. Já a seleção natural atua na variação, ou seja, aquele indivíduo que possui uma variação favorável é selecionado pelo ambiente. Portanto, a seleção natural altera a frequência dos genes, reduzindo a variação.

5. A mutação em M melhora a sua relação com as exigências do meio, tornando o indivíduo mais apto à sobrevivência nesse tipo de ambiente.

6. B
7. A
8. D
9. A

Pág 40

10. A
11. D
12. D
13. 02, 08.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Exercício de revisão 2ºe 3º fase - noite (IPM)

2º Fase

Do que se trata a taxonomia: Trata da classificação dos seres vivos, procurando tornar mais fácil a sua compreensão e manipulação

Quem foi o responsável pela regra da nomenclatura zoológica? Lineu

Segundo a classificação de Withaker, os organismos se dividem em 5 grandes reinos, quais são eles? Reino monera, reino protista, reino fungi, reino plantae e reino animalia.

Reune plantas, seres eucarioticos, com nutrição heterotrófica, que podem ser unicelulares ou multicelulares: reino fungi

Quais são as 7 unidades básicas de classificação? Reino, fila,classe, ordem, família, gênero e espécie.
Cite alguma das regras conhecidas na taxonomia:
1 – Todo nome científico deve ser latino ou latinizado.
Carl Linné:Carolous Linnaeus.
2 - Todo animal deve ser descrito pela nomenclatura binomial.
3 - O gênero designado por um substantivo, o qual deve ser escrito com inicial maiúscula. A espécie é geralmente designada
por um adjetivo e deve ter a letra inicial minúscula.
4 - Entre o gênero e a espécie, o animal pode ter um terceiro nome, o subgênero, escrito com inicial maiúscula e entre parênteses.
Ex:Aedes (Stegomya) aegyptiou seja Gênero (Subgênero) espécie
5 - Deve ser usada a grafia itálica ou sublinhada quando escrito manualmente.
Ex: Cão doméstico: Canis familiaris ou Canis familiaris
Lobo:Canis lupus ou Canis lupus

Descreva:

Reino monera: organismos unicelulares, procariontes, autótrofos (quimiosintetizantes ou fotossintetizantes) ou heterótrofos

Reino protista: organismos unicelulares, eucariontes, autótrofos ou heterotrofos

Reino Fungi: organismos uni ou pluricelulares, eucariontes e heterótrofos.

Reino plantae: organismos em sua maioria, pluricelulares, eucariontes e autótrofos fotossintetizantes.

Reino Animalia: organismos pluricelulares, heterótrofos.

Dê exemple de:

Monera: bactérias e cianobactérias
Protistas: protozoários e as algas
Fungi: fungos
Plantae: plantas
Animalia: os animais

O homem e o gorila pertencem à mesma ordem. São primatas. Pertencem também, obrigatoriamente: ao mesmo reino e à mesma espécie

3º Fase
Como é constituído o sistema respiratório? Pelas fossas nasais, boca, faringe, laringe, traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos pulmonares, os três últimos localizados nos pulmões ou pelas vias respiratórias e pelos pulmões

Como se chama o movimento de entrada e saída de ar no organismo? Respiração

O movimento de entrada de ar no organismo chama-se: inspiração e o movimento de saída de ar do organismo chama-se: expiração

Explique como ocorre a respiração: Na inspiração, o ar entra nas fossas nasais e percorre as vias respiratórias, chegando aos pulmões. Aqui, o oxigénio do ar inspirado passa para o sangue. Por sua vez, o sangue deixa, nos pulmões, o dióxido de carbono e o vapor de água que trazia, os quais serão expulsos do organismo pelas vias respiratórias, na expiração

Como é constituido cada nucleotídeo? de um grupo de fosfato, ligado a uma pentose (monossacarídeo com cinco carbonos), que se encontra unida a uma base nitrogenada

Quais são os tipos de bases nitrogenadas: Adenina, guanina, citosina, timina (exclusiva do DNA) e uracila (exclusiva do RNA).

Como se chama a ligação que ocorre entre as bases nitrogenadas? Ponte de hidrogênio

O que é nutrição? é o meio pelo qual os sistemas vivos podem continuamente se reabastecer dos seus combustíveis (alimentos). Os alimentos proporcionam ao organismo a energia necessária para a execução de suas atividades

Quais são os tipos de:
Processos Físicos: Mastigação, deglutição e peristaltismo
Processos Químicos:Insalivação, quimificação
Qual a finalidade do sistema digestório? tem como finalidade capturar, transportar e digerir os alimentos, para depois absorver os nutrientes necessários

O sistema digestivo compreende duas partes:
Tubo digestivo ---> boca, faringe, esôfago, estômago e intestinos (delgado e grosso)
Glândulas Anexas ----> Glândulas salivares, fígado e pâncreas
Que órgão apresenta uma estrutura comum ao sistema respiratório e digestivo? Faringe
O diafragma e os músculos intercostais tem participação ativa:
Na respiração

A trajetória do sangue e o transporte de substâncias através do sistema circulatório, espera-se atuação mais rápida de um medicamento no cérebro se: injetado diretamente na veia

Qual o órgão mais importante na digestão? O intestino

Onde estão localizadas as pregas vocais? Na laringe

Qual a maior glândula do corpo humano? O fígado
Quais as funções do fígado? produção da bile (líquido amargo que contém bilirrubina),formação do glicogênio, produção de células sangüíneas,desintoxicante Na parte inferior do fígado encontra-se a vesícula biliar, bolsa que serve para armazenar a bile

Como o sistema circulatório é formado? sistema circulatório é formado pelo coração (que é o órgão principal) e pelos vasos sanguíneos

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Gabarito do exercício 1003 e 1004

Pág 07
1. o individuo 5 deve ser IAi e o 6, ii.
Se ambos já perderam uma criança com eritroblastose fetal, 5 é Rh negativo (rr) e 6 é Rh positivo e de genótipo Rr, pois seu pai, o individuo 3, é Rh negativo.


2. Apenas o sangue do grupo O Rh negativo, pois ele não possui em suas hemácias nenhum aglutinogênio, nem para o sistema ABO nem para o RH. Possui, no entanto, aglutininas para ambos os sistemas.


Pág 08


3. (d), 
4.( e),
5.( e),
6.( d), 
7. (04,08,16,64),
8. (01, 04),


Pág 09


9. (c),
10. (b),
11. (e),
12. (d).


Pág 13


1. (b)
2. a. Porque os genes têm efeito aditivo no fenótipo.
b. Dois pares de genes aditivos (5-1=4 poligenes)
c. O flamingo com pernas de 140cm deve ser AaBB ou AABb. Do cruzamento de duplo-heterozigotos, espera-se obter 4/16 (1/4) de flamingos com 3 genes aditivos.


Pág 14


3.a. Estão envolvidos 3 pares de genes, pois existem sete classes fenotípicas (7-1=6 poligenes )
b. aabbcc (1m) x AaBbCc (1,75m)
4. a. o cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos (AaBbxAaBb) implica 16 encontros gaméticos igualmente possíveis. 
Desses, apenas um produz indivíduos AABB com a pontuação máxima e somente um produz descendentes aabb com a pontuação mínima.
Assim, a probabilidade, para ambos os casos, é de 1/16.
b. Quanto ao número de genes aditivos, o cruzamento em questão produz indivíduos:


Número de genes aditivos              Pontuação no concurso
4 (AABB)                                     1 gato com 20 pontos (campeão)
3 (AABb e AaBB)                        4 gatos com 15 pontos (vice-campeões)
2 (AAbb, aaBB, AaBb)                6 gatos, com 10 pontos (intermediários)
1 (Aabb e aaBb)                           4 gatos com 5 pontos (penúltimos lugares)
0 (aabb)                                        1 gato com 0 ponto (último lugar)


Dessa forma, os vice-campeões obtiveram 15 pontos, enquanto os gatos classificados em penúltimo lugar obtiveram 5 pontos. 
c. são possíveis cinco classes fenotípicas (4 poligenes + 1 = 5)


5. A proporção deverá ser de 3 de cor púrpura para 1 de cor vermelha.
6. O fenótipo é o resultado da interação do genótipo com o ambiente. Os fatores ambientais referem-se à alimentação. nesse caso, existe uma relação dos genes aditivos das etnias europeias com a média das condições socioeconômicas brasileiras.
7. (c)
8. (b)


Pág 15.


9. (01,02,16)
10. (d)
11. (c)
12. (c)


Amo todos vocês e vou sentir saudades!!!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Brasileira usa protozoário da doença de Chagas em vacina contra o câncer

Pesquisa da UFMG usa 'T. cruzi' como vetor que provoca imunização.
Teste com animais trouxe bons resultados.

    O Trypanosoma cruzi, protozoário que causa a doença de Chagas, pode ser a chave para a criação de uma vacina contra o câncer, segundo um estudo publicado por uma cientista brasileira na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (21). O trabalho é fruto da pesquisa de doutorado de Caroline Junqueira na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
    Para entender como pode existir uma vacina contra o câncer, é preciso compreender primeiro como o corpo tenta se defender da doença. As células cancerosas produzem uma proteína chamada "antígeno tumoral", que as demais células não produzem. Quando o sistema de defesa do corpo percebe a presença dessa proteína, gera uma resposta direcionada contra ela.
    “Um dos aspectos mais difíceis do combate ao câncer é induzir no sistema imunológico uma resposta eficiente e duradoura”, conta Ricardo Gazzinelli, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas. Foi ele o professor que orientou a pesquisa de Caroline Junqueira na UFMG.
     As características do Trypanosoma cruzi levaram à sua adoção na pesquisa. “O que a gente sabe é que o T. cruzi produz uma resposta imune muito forte”, diz o pesquisador. “O tipo de resposta que ele induz é exatamente o mesmo que induz tumores”.
     A equipe conseguiu desenvolver uma cepa – subtipo – bem mais fraca do protozoário, que não chega a provocar doença nem infecção, mas que induz uma resposta do corpo. Além disso, os cientistas promoveram uma alteração genética no T. cruzi.
    Eles colocaram no protozoário o gene responsável pela produção de um antígeno tumoral chamado NY-ESO-1. Assim, o T. cruzitransgênico gera uma memória no sistema imunológico, que passa a destruir tumores rapidamente.
    A técnica funciona não só na teoria, mas também nos testes com camundongos. Os animais que receberam a vacina ficaram protegidos contra o melanoma, um tipo de tumor de pele.
    “Nós acreditamos que pode funcionar com outros tipos de tumores”, afirma Gazzinelli.
   Diferentes tumores produzem diferentes tipos de antígenos. Segundo o pesquisador, uma vacina polivalente que inclua cinco antígenos deve proteger contra cerca de 90% dos cânceres.
    “Isso pode dar uma luz de como se deve desenvolver uma vacina para o câncer”, conclui Gazzinelli, com a cautela que toda descoberta merece. “Se vai ou não passar para os testes em humanos ainda precisa ser discutido”.

FONTE: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/11/protozoario-que-causa-chagas-pode-ajudar-em-vacina-contra-o-cancer.html

sábado, 19 de novembro de 2011

Camarão 'ciumento' mata rivais, afirma estudo alemão

Espécie 'Lysmata amboinensis' é monogâmica, mas por causa da comida.
Comportamento dos crustáceos foi testado em aquários em experimento

    Os camarões da espécie Lysmata amboinensis são ciumentos e capazes até de matar rivais para manter um ambiente monogâmico, segundo um estudo alemão divulgado pela publicação de livre acesso "Frontiers in Zoology" (fronteiras na zoologia, em inglês).
   Com 6 centímetros de comprimento, esses animais sobrevivem se alimentando de parasitas e tecidos mortos na superfície de peixes do Mar Vermelho, entre a Ásia e o norte da África, ou em águas dos oceanos Índico e Pacífico. Essa "limpeza de pele" gratuita garante que os camarões não sejam devorados pelos "clientes". Os crustáceos também costumam viver em casal.
    Esses crustáceos nascem como machos, mas desenvolvem também órgãos reprodutores femininos durante a vida. Apesar de hermafroditas, eles não conseguem se autofertilizar e conseguem estar aptos à reprodução como fêmeas apenas durante algumas horas após a troca de pele que sofrem regularmente.



Camarão da espécie 'Lysmata amboinensis'. (Foto: Janine Wong / Divulgação)

     Durante a pesquisa com esta espécie, uma equipe da Universidade de Tübingen, na Alemanha, separou diversos camarões em grupos com 2, 3 e até 4 indivíduos. Todos eram mais ou menos do mesmo tamanho, receberam uma alimentação ilimitada e tiveram direito ao mesmo espaço para viver na água que os demais. Cada um ainda recebeu uma espécie de "dormitório" para descansarem.
    Após 42 dias, todos os aquários com mais de 2 camarões tiveram indivíduos mortos ou atacados. Os crustáceos foram mortos durante a noite, logo após terem perdido a pele velha. Este é um momento no qual esses bichos ficam mais vulneráveis.
    Para Janine Wong, um dos pesquisadores responsáveis pelo artigo, a monogamia dos camarões pode estar muito mais ligada à luta por comida do que por "preferências" sexuais. Esse padrão de comportamento é observado apenas entre os camarões que vivem em simbiose com os peixes, trabalhando como "limpadores de pele".
    No experimento, os camarões demoravam mais para mudar de pele quando estavam em grupos de 3 ou mais indivíduos. Esse atraso atrapalha a reprodução desses animais. Segundo Wong, o tamanho dos camarões está ligado diretamente com o número de ovos gerados por cada indivíduo e comunidades mais populosas diminuem as chances de um camarão produzir descendentes.


Cientistas dos EUA afirmam ter criado o metal mais leve do mundo

Material é cerca de 100 vezes mais leve que o isopor, segundo eles.
Ele pousa sobre dente-de-leão sem provocar danos.

Imagem mostra placa de metal pousada sobre dente-de-leão sem danificá-lo. Uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine, os laboratórios HRL e o California Institute of Technology anunciaram ter desenvolvido o que seria o metal mais leve do mundo, cerca de 100 vezes mais leve que o isopor. A descoberta vai ser detalhada em estudo publicado na 'Science' nesta sexta (Foto: Reuters)

Nova estrutura metálica desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Califórnia é tão leve que quando posta em cima da frágil dente-de-leão sem danificá-la. Ela é aproximadamente 100 vezes mais leve que o isopor, é o mais leve material do mundo, de acordo com estudo publicado no periódico científico Science.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Asteroide vai passar perto da Terra na terça-feira

    Cientistas afirmam que aproximação será uma boa oportunidade de estudo e não representa risco de impacto no planeta
    Um enorme asteroide passará perto da Terra na próxima terça-feira (8), em uma aproximação rara que não representa risco de impacto para o planeta, afirmaram esta semana cientistas dos Estados Unidos, que esperam ansiosos a oportunidade de observá-lo.
    "Não é potencialmente perigoso, é apenas uma boa oportunidade para estudar um asteroide", garantiu o astrônomo da Fundação Nacional de Ciências (NSF, na sigla em inglês), Thomas Statler.
    O asteroide circular, chamado 2005 YU55, tem 400 metros de largura e ficará mais perto da Terra do que a Lua, a 325.000 km de distância, informou a agência espacial americana.
    Segundo previsões, o horário em que o asteroide estará mais próximo da Terra será às 21h28 de terça-feira, hora de Brasília.

Imagem do asteroide 2005 YU55 captada por telescópio Arecibo, em Porto RiCco
     A aproximação será a maior de um asteroide deste tamanho em mais de 30 anos e um evento similar não voltará a ocorrer até 2028.
    No entanto, quem desejar ver o corpo celeste precisará de um telescópio. "Ele não será perceptível a olho nu. Será preciso um telescópio com lente de mais de 15 cm para vê-lo. Para tornar a observação ainda mais complicada, se moverá muito rápido no céu quando passar", disse Statler.
   "Vários radiotelescópios foram instalados na América do Norte para registrar a passagem do astro", continuou Fisher.
    "O momento momento (e local) para observá-lo serão as primeiras horas da escuridão de 8 de novembro na costa leste dos Estados Unidos", emendou.
    Os astrônomos que estudam este objeto, classificado como um asteroide de classe C, dizem que é muito escuro, cor de carvão, e bastante poroso.
    O 2005 YU55 foi descoberto em 2005 por Robert McMillan, do projeto Spacewatch, grupo de cientistas que observa o sistema solar perto de Tucson, Arizona (sudoeste).
   O objeto faz parte de um conjunto de 1.262 asteroides grandes, que giram ao redor do sol e têm mais de 150 metros de largura, que a Nasa qualifica como "potencialmente perigosos".
   "Queremos estudar estes asteroides, de forma que se algum dia formos atingidos, saibamos o que fazer com ele", disse Statler.
     A passagem mais próxima que um asteroide fará da Terra será em 2094, a uma distância de 269.000 km, segundo as previsões.

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/asteroide-vai-passar-perto-da-terra-na-tercafeira/n1597352610897.html

Estudo faz o mais completo mapeamento da extinção na Era do Gelo


    A mensagem do estudo mais completo já feito sobre o sumiço da megafauna, conjunto de grandes mamíferos da Era do Gelo, é que essa extinção em massa não foi tão "em massa" quanto parece.
    As causas do desaparecimento variam de espécie para espécie e envolvem mudanças climáticas, o interesse de caçadores humanos na carne dos bichos e, no caso mais famoso, o dos mamutes, fatores ainda incertos.
    É o que conclui a equipe liderada por Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, em artigo na revista "Nature", após analisar dados de seis espécies: rinocerontes-lanosos, mamutes-lanosos, cavalos-selvagens, renas, bisões-das-estepes e bois-almiscarados.
    Entre esses bichos, renas e bois-almiscarados ainda estão por aí, mas com sua distribuição geográfica drasticamente reduzida --na Era do Gelo, havia renas até na França. Europa e Ásia tinham bois-almiscarados, hoje reduzidos ao Ártico americano.
    Willerslev e companhia são especialistas em DNA antigo --dominam técnicas de extração e análise de material genético a partir de ossos com milhares de anos. A equipe analisou mais de 800 amostras de DNA dos bichos e as datou com precisão.
     Os cientistas montaram uma espécie de filme sobre como variou a genética das populações da megafauna ao longo de milhares de anos --de 40 mil anos até 10 mil anos antes do presente.
   Os dados genéticos permitem acompanhar o comportamento da população de animais ao longo dos séculos.
    O retrato traçado pela pesquisa envolve mais duas fontes. A primeira é o mapa dos habitats de cada espécie ao longo dos milênios, levando em conta variações do clima e da vegetação (as espécies eram herbívoras).
   Com isso, dá para saber se o habitat de um animal encolheu tanto que poderia ter levado o coitado à extinção.
   A segunda fonte é a presença de caçadores humanos, denotada por sítios arqueológicos que coexistiram com a megafauna.
   Com isso em mãos, vieram algumas surpresas. Nos 10 mil anos após o primeiro contato com humanos, as populações de rinocerontes e mamutes cresceram, o que derruba a hipótese da caça intensa. Já os bois-almiscarados quase não eram caçados.
   Há indícios claros de contribuição humana para a extinção apenas de renas, bisões e cavalos. Mesmo assim, a mudança climática também seria importante.
  O trabalho não aborda a extinção na América do Sul. O Brasil tinha cavalos selvagens, lhamas, mastodontes e preguiças-gigantes.





FONTE: http://bionarede.blogspot.com/2011/11/estudo-faz-o-mais-completo-mapeamento.html

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Satélite brasileiro e americano pretende mapear com precisão inédita ecossistemas da Terra

Proposta depende de aprovação da Nasa. Se passar, missão vai ajudar a prever com mais precisão as mudanças climáticas a partir de 2016

A foz do rio Amazonas vista do espaço: satélite vai mapear com precisão ecossistemas terrestres (Nasa)

    Cientistas brasileiros e americanos estão trabalhando para lançar um satélite que vai enxergar a 'impressão digital' do planeta. A sonda ajudará cientistas a prever com muito mais precisão as mudanças climáticas em diferentes ecossistemas. A proposta, feita em conjunto pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ministério de Ciência e Tecnologia, Agência Espacial Brasileira e pelo Jet Propulsion Laboratory (JPL), o laboratório de propulsões da Nasa, foi anunciada durante a Fapesp Week em Washington.
    Se o projeto for aprovado, será a primeira vez que o Brasil constrói um satélite junto com a Nasa. A proposta foi entregue em setembro e receberá uma resposta em abril de 2012. O satélite seria lançado em setembro de 2016 a partir de um centro de lançamento russo ou indiano.
    A missão, batizada Global Terrestrial Ecosystem Observatory (GTEO), vai mapear em escala global, pela primeira vez, o ecossistema terrestre com grande precisão. A sonda vai usar um instrumento construído pelo JPL que consegue analisar o solo usando espectroscopia.
   A técnica relaciona a quantidade de luz refletida por um objeto e sua composição química. "Vamos conseguir enxergar os tipos de plantas e se existe mais ou menos água em determinada região", disse Gilberto Câmara, diretor do Inpe. De acordo com o diretor, a única vez em que um instrumento do tipo foi usado aconteceu em uma missão à Lua.
    Os dados vão avançar o entendimento e previsão do ciclo de carbono e sua influência no aquecimento do planeta e na evolução da cobertura de vegetação na Terra. Atualmente, os satélites de monitoramento do ambiente não conseguem enxergar pequenas alterações importantes nos níveis de stress na vegetação durante a variação do clima. 
    Tapete verde — Essas variações ajudariam a construir modelos de previsão para o meio ambiente com muito mais precisão. "Hoje vemos apenas um tapete verde nas imagens", disse Câmara. "O GTEO vai dizer exatamente o que está acontecendo na superfície do planeta", acrescentou Robert Green, cientista chefe da missão, engenheiro do JPL. 
    O satélite vai dar 14 voltas na Terra todos os dias a uma altitude de 626 quilômetros. De acordo com Green, o Brasil será visitado quase todos os dias e terá um mapa completo a cada 19 dias. Duas bases terrestres, uma na Noruega e outra em Cuiabá, receberão as informações. "Tudo será publicado gratuitamente na internet", de acordo com Câmara.
    Câmara explicou que o Brasil vai fornecer o corpo do satélite. "Vamos construir a caixa, o painel solar, o computador de bordo, o sistema de controle de energia e envio de informação de dados", disse. Segundo Green, os EUA vão fornecer o instrumento que vai fazer a medição das informações.
    O projeto tem custo previsto de 250 milhões de dólares. O Brasil gastaria 100 milhões no lançamento e corpo da sonda e os EUA desembolsariam o resto com o instrumento. Na próxima quinta-feira (27), o presidente da Nasa, Charles Bolden, visitará as instalações do Inpe para discutir a missão com cientistas brasileiros. 

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/satelite-brasileiro-e-americano-pretende-mapear-com-precisao-inedita-ecossistemas-da-terra

domingo, 30 de outubro de 2011

Edital do Ciência sem Fronteiras para 2012 sai em novembro

     Ao iG, presidente da Capes, Jorge Guimarães, conta que pelo menos 20 mil vagas para Alemanha e Reino Unido já estão garantidas
      A grande divulgação prática do programa Ciência Sem Fronteiras, que pretende distribuir 100 mil bolsas de estudo no exterior a universitários brasileiros, deve acontecer em novembro. Apesar de o lançamento oficial do projeto ter ocorrido em julho, será no próximo mês que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgarão um edital conjunto de bolsas para o ano que vem.
    Em entrevista ao iG, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, afirmou que esse novo edital trará as condições para que os estudantes se candidatem a pelo menos 20 mil bolsas oferecidas pelo Reino Unido e pela Alemanha. Além dos dois países, há acordos sendo feitos com os Estados Unidos (mas ainda sem definição de quantas vagas), França, Itália e Canadá, que aumentarão esse número. O Canadá será visitado por Guimarães nos próximos dias.
    A maior parte das bolsas será oferecida a estudantes de graduação em uma modalidade relativamente nova nos programas de intercâmbio mantidos pela Capes: a graduação-sanduíche. Ela exige estratégias diferentes. As universidades brasileiras precisam se comprometer a aproveitar os estudos feitos pelos universitários fora do País. Ao todo, 165 instituições já aderiram ao programa.
    Além disso, alguns critérios passam a ser importantes na seleção dos candidatos. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é um deles. Os estudantes que tiveram mais de 600 pontos na prova somam pontos a seu favor, assim como aqueles que atuaram em projetos de iniciação científica e os premiados em olimpíadas científicas. Para participar, o candidato também precisa já ter cursado parte da graduação (pelos menos 40%) e deve ter concluído até 80% dos créditos do curso.
      A primeira seleção, ainda em processo, serviu como “experiência”, segundo o presidente da Capes. As inscrições para as primeiras bolsas do programa foram abertas no final se setembro e terminaram na semana passada. Guimarães conta que mais 8 mil jovens se candidataram às 1,5 mil bolsas que serão distribuídas nessa primeira leva, a partir de janeiro. A maior parte dos candidatos tem 19 anos.
     Ao longo dos próximos quatro anos, 75 mil bolsas serão oferecidas pelo governo federal, que espera o apoio de empresários para abrir outras 25 mil vagas durante esse período.

Repercussão
    Guimarães conta que, no mundo inteiro, o programa brasileiro para incentivar a formação de estudantes brasileiros e pesquisadores na área tecnológica teve grande repercussão. Para ele, os motivos vão além das crises financeiras pelas quais muitos países passam – em grande parte da Europa e Estados Unidos, as universidades são pagas. “O Brasil é bola da vez. Na Europa, há um problema de envelhecimento da população, há cidades fechando escolas primárias. É uma boa oportunidade”, diz.
     Por causa disso (e das crises econômicas), o governo brasileiro conseguiu barganhar os valores das taxas cobradas pelas instituições. No Reino Unido, por exemplo, cada aluno custará 15 mil libras ao ano. Normalmente, os custos chegariam a pelo menos 20 mil libras. Vale lembrar que, além das taxas, o governo federal vai pagar as bolsas aos selecionados para que eles se mantenham nesses países.
    Jorge Guimarães conta que instituições da Ásia têm procurado a Capes para tentar firmar parcerias. “O Ciência Sem Fronteiras provocou verdadeira euforia aqui no País e lá fora. Há muitos jovens que não teriam uma chance dessas e podem sonhar com a possibilidade de estudarem em universidades de alto padrão no mundo todo”, avalia.

Busca de talentos
     O projeto do governo federal – que, de acordo com o presidente da Capes, é acompanhado passo a passo pela presidenta Dilma Rousseff – é não só enviar estudantes brasileiros para o exterior como também trazer pesquisadores renomados para o País. Além de estrangeiros, brasileiros que estão morando longe de casa são alvo dos programas. No mês que vem, um edital de atração também será lançado.
      A proposta é trazer pesquisadores para longas e curtas temporadas. Entre os que serão convocados para ficar pouco tempo, são alvos do governo federal cientistas que já ganharam Prêmio Nobel. Espera-se convocar 2 mil pessoas nos próximos quatro anos.

Entrevista: dos telômeros à origem da vida

   Vencedor do prêmio Nobel de Medicina com o estudo de telômeros, o bioquímico Jack W. Szostak pretende descobrir a origem da vida
    Uma noite antes de ficar sabendo que havia recebido o Prêmio Nobel de medicina, em outubro de 2009, o pesquisador bioquímico Jack W. Szostak diz ter dormido como um bebê.
    ''Eu não perderia uma noite de sono por causa de um trabalho que fiz na década de 1980’', disse rindo Szostak, de 58 anos, durante uma recente entrevista de duas horas em seu laboratório, no Massachusetts General Hospital. ''Era um trabalho antigo’'.
     O ''trabalho antigo’', pelo qual ele já havia recebido o Prêmio Lasker, era ajudar a identificar a natureza e a bioquímica dos telômeros, as extremidades de cromossomos. Compreendê-los pode ser a chave para destravar os mistérios do câncer e do envelhecimento celular. Segue uma versão editada de nossa conversa.

P: A pesquisa de telômeros foi o trabalho de sua vida?
R: Era um tipo de projeto paralelo. Antes de começar a trabalhar com telômeros, eu vinha estudando a recombinação de DNA. O que as células fazem quando veem um pedaço quebrado de DNA? Células não gostam dessas quebras.
Elas fazem basicamente todo o possível para consertar as coisas. Se um cromossomo está quebrado, as células reparam essa quebra usando um cromossomo intacto. Esse processo é chamado de recombinação. E era isso que eu vinha estudando.
Agora, os telômeros: eles são as extremidades dos cromossomos, as pontas, e não recombinam. Certo dia em 1980, ouvi Liz (sua colega Elizabeth H. Blackburn) falando numa conferência sobre o comportamento dos telômeros. Foi o contraste entre o DNA que ela estava analisando e o material que eu estava estudando que me chamou a atenção. Eu queria entender o que estava acontecendo. Então escrevi para Liz logo em seguida.

Jack Szostak, bioquímico que ganhou o Nobel de Medicina em 2009, em seu laboratório em Boston

P: O que vocês descobriram juntos?
R: Descobrimos o que acontecia nas extremidades de cromossomos normais.
Desvendamos a bioquímica fundamental e mostramos que muitos organismos diferentes usam essa bioquímica. Descobrimos que havia uma enzima, a telomerase, que agrega DNA às extremidades dos cromossomos para equilibrar o DNA que é naturalmente perdido quando as células crescem.
Mais tarde, conforme as pessoas do campo começaram a enxergar a importância disso, a pesquisa de telômeros simplesmente decolou. Ficou claro que a perda de DNA nos telômeros podia ter algo a ver com o envelhecimento.
Subsequentemente, vimos que em quase todos os cânceres, a telomerase fica ativada de forma que aquelas células crescem indefinidamente. Claro, é muito bom quando um trabalho realizado há tanto tempo acaba se mostrando importante! Mas a verdade é que meu trabalho partiu em vários caminhos diferentes.

P: O que você estuda hoje?
R: As origens da vida. Em meu laboratório, estamos interessados na transição da química ao começo da biologia na Terra. Voltemos à Terra inicial – digamos que em algum momento nos primeiros 500 milhões de anos. E digamos que a química certa para criar os blocos de construção da vida aconteceu e você tem as moléculas certas para criar a fagulha da vida. Como esses elementos químicos se unem e agem como uma célula? Você quer algo que possa crescer e se dividir – e, o mais importante, exibir uma evolução darwiniana.
Estudamos isso tentando reproduzir esse processo no laboratório. Pegamos elementos químicos simples e os unimos da maneira correta. E estamos tentando construir uma célula muito simples, que possa se parecer com algo que teria se desenvolvido espontaneamente no começo da terra.

P: Até onde vocês chegaram?
R: Talvez eu possa dizer que estamos na metade do caminho.
Achamos que uma célula primitiva precisa ter duas partes. Primeiro, ela precisa ter uma membrana celular que possa ser uma fronteira entre si mesma e o restante do mundo. E é preciso haver um material genético, para desempenhar algumas funções que sejam úteis à célula e possam se replicar para serem herdadas. A parte que pudemos entender razoavelmente bem é a da membrana. O material genético é o maior problema; a química é mais complicada. O enigma tem sido compreender como uma molécula como o RNA pôde se replicar antes de existirem enzimas e todos esses aparatos biológicos complexos, maquinário de proteínas, que temos hoje em nossas células.

P: É bastante incomum que um pesquisador com grandes descobertas numa área científica passe a estudar algo completamente diferente. Por que trocar de campos?
R: Porque em meados da década de 1980, ficou claro quais eram as dúvidas com os telômeros e que elas seriam estudadas perfeitamente bem por outras pessoas. Não sou o tipo de pessoa que aprecia muita concorrência. Não gosto da sensação de que, se eu não estivesse realizando certo tipo de trabalho, isso não faria diferença. Se algo vai ser realizado de qualquer forma, qual é o sentido, certo?
Durante cerca de um ano, frequentei cursos aqui em Harvard, buscando por algo para trabalhar. Examinei a neurociência cognitiva, que é incrivelmente fascinante, mas parecia difícil demais. A estrutura do RNA me atraiu, pois poderia ser a chave para entender o início da vida na Terra.

P: Você já trabalha nessa questão há um quarto de século. Nunca se cansa do assunto?
R: Não. Não. Pois isto não é uma questão monolítica na qual não existe nada interessante até chegar ao fim. Na verdade, o problema se divide em talvez uma dúzia de problemas menores. Cada um tem partes interessantes. Posteriormente, todos se encaixarão.
Por exemplo, fizemos progressos na questão de como criar uma membrana de célula primitiva. Outros mostraram como um mineral comum da argila, a montmorilonita, pode ter desempenhado um papel ajudando a produzir RNA.
Nosso laboratório mostrou como ela pode ajudar as membranas a formar e trazer o RNA para dentro da membrana.

P: Você tenta verdadeiramente criar vida em seu laboratório. Essencialmente, você está tentando provar a teoria evolucionária em uma placa de Petri. Como os fundamentalistas religiosos reagem ao seu trabalho?
R: Depois que o trabalho com a argila foi publicado, recebemos muitos e-mails de fundamentalistas: ''Isso é maravilhoso. Estamos muito felizes que você tenha mostrado que tudo aconteceu conforme está escrito na Bíblia ou no Corão’'. Em Gênesis, tudo começa com a argila, ou barro.

P: Crescendo no Canadá, você era uma daquelas crianças que realizavam experimentos químicos na cozinha?
R: Fizemos coisas ridiculamente perigosas. Mas elas também eram emocionantes. Lembro-me que em 1967, quando houve aquele terrível incêndio no foguete Apollo 1, da Nasa, que matou três astronautas, meu pai produziu oxigênio puro e colocamos fogo num pequeno recipiente. De repente, tínhamos um jato e um fogo inacreditáveis. Você podia ver exatamente o que havia acontecido.
Não tem como fazer isso numa casa de hoje. Imagino que muitas crianças tenham perdido olhos e membros com as coisas antigas. A preocupação é compreensível. Mesmo assim, uma criança precisa ver algo acontecer para ficar animada. Meu filho mais novo, de 11 anos, gosta de química. Encontrar algo que ele ache emocionante experimentar é um desafio.

P: O Prêmio Nobel mudou sua vida?
R: nada significativo está diferente. Mais pessoas me abordam em conferências e querem tirar uma foto comigo. Eu não diria que ficou mais fácil obter a aprovação de nossos artigos ou financiamentos de pesquisa.
O que acontece na cerimônia do Nobel é que, durante uma semana, você é tratado como uma estrela. Um motorista o leva para qualquer lugar. Você tem acompanhantes para assegurar que você sempre chegue onde está indo. E você sempre fica na parte de trás da limusine. Então ouvimos essa história, sobre um laureado do Nobel que volta para casa, abre a garagem, senta no banco traseiro de seu carro e fica esperando.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Partículas presentes em produtos químicos alteram cérebro

      Estudo mostrou que exposição à nanopartículas encontradas em tintas, cremes e protetores solares afeta funções cerebrais
     Nanopartículas de dióxido de titânio, utilizadas em vários produtos, de tintas até cremes solares, podem alterar uma barreira essencial que protege o cérebro de elementos tóxicos, segundo estudo divulgado esta quarta-feira na França.
     Os resultados do estudo em laboratório sugerem que a presença de nanopartículas de dióxido de titânio (TiO2) poderia ser a origem de uma inflamação cérebro-vascular, informou o Comissariado francês de Energia Atômica (CEA) em um comunicado.
     A exposição crônica a estas nanopartículas "poderia dar lugar a um acúmulo no cérebro, com risco de perturbações de certas funções cerebrais", alertou o CEA.
     Um estudo feito com ratos já tinha demonstrado em 2008, através de uma instilação nasal, ser possível detectar nanopartículas de dióxido de titânio no cérebro, particularmente no bulbo olfativo e no hipocampo, estrutura com papel chave na função da memória.
    Os cientistas buscaram a explicação de como estas nanopartículas apareceram no cérebro, que é protegido de substâncias tóxicas por uma estrutura particular: a barreira hematoencefálica (BHE).
      Equipes do CEA e da Universidade Joseph Fourier de Grenoble (sudeste da França) reconstituíram um modelo celular desta barreira protetora, associando células endoteliais (células da parede dos vasos sanguíneos), cultivadas em uma membrana semipermeável, e células gliais (do sistema nervoso).
     Graças a este modelo, que contém as principais características da barreira hematoencefálica presente no homem, os cientistas mostraram que uma exposição in vitro aos nano-TiO2 provoca seu acúmulo nas células endoteliais. Isto implica também a ruptura da barreira de proteção, associada a uma inflamação.
    A equipe constatou também uma redução da atividade de uma proteína (P-glicoproteína), que tem a função de bloquear toxinas suscetíveis de penetrar o sistema nervoso central, segundo os resultados deste estudo, publicados na edição online da revista Biomaterials.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Células de sangue menstrual são transformadas em embrionárias

      Com a técnica, cientistas brasileiros querem recriar células do músculo cardíaco para estudar arritmia rara Médicos do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), em parceria com o Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conseguiram transformar células do sangue menstrual em células-tronco pluripotentes induzidas (iPS, na sigla em inglês) - reprogramadas para terem as mesmas características de células embrionárias. Trata-se de um importante avanço nas terapias celulares, que prometem reparar tecidos danificados por doenças ou traumas, já que as células embrionárias são capazes de se transformar em outros tecidos
      A ideia dos pesquisadores é gerar e estudar as células do músculo cardíaco de duas pacientes que têm uma arritmia cardíaca rara, chamada síndrome do QT longo. A primeira tentativa será com mãe e filha - que já tiveram amostras do sangue menstrual colhidas. Por conta da doença, elas sofrem crises de arritmias e podem ter uma morte súbita.
    “Com as células induzidas, vamos reproduzir a doença de mãe e filha ‘in vitro’ e estudar as atividades elétricas envolvidas. Isso vai permitir entender o comportamento anormal das células e testar novas drogas”, explica o pesquisador Antonio Carlos Campos de Carvalho, coordenador de ensino e pesquisa do INC.

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/celulas-de-sangue-menstrual-sao-transformadas-em-embrionarias/n1597321438391.html

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cientistas sequenciam DNA de mulher que viveu até os 115 anos

Estudo sugere que idosa tinha genes protetores contra demência e doenças associadas à velhice

Mulher mais velha do mundo: variações raras no DNA
podem ter protegido idosa contra doenças
       Cientistas holandeses fizeram o sequenciamento completo do DNA de uma mulher que viveu até os 115 anos de idade. 
       Tida como a mais idosa do mundo na época de sua morte, a mulher possuía a agilidade mental de uma pessoa décadas mais jovem e nenhum sinal de demência.
       O trabalho, divulgado durante uma conferência da American Society of Human Genetics em Montreal, no Canadá, sugere que a mulher tinha genes que a protegiam contra a demência e outras doenças associadas à velhice.
        Os especialistas esperam que mais investigações como essa possam, no futuro, esclarecer as associações entre variações genéticas, saúde e longevidade.
       O primeiro esboço do código genético de um ser humano foi feito há mais de dez anos. 
       Desde então, com a melhoria e o barateamento das técnicas de "leitura" do DNA, algumas centenas de indivíduos tiveram seus genes mapeados.
          A mulher, cuja identidade está sendo mantida em segredo, conhecida apenas como W115, é a mais idosa a ter seus genes mapeados.
          Ela doou seu corpo para pesquisas médicas, permitindo que cientistas estudassem seu cérebro e outros órgãos, assim como seu código genético completo.
Variações genéticas 
        A líder do estudo, a pesquisadora Henne Holstege, do Departamento de Genética Clínica do VU University Medical Center em Amsterdã, disse que W115 parece possuir algumas variações genéticas raras em seu DNA.
           Não está claro que papel essas variações teriam cumprido, mas a equipe suspeita de que os genes da mulher a protegeram contra a demência e outras doenças.
"Sabemos que ela é especial, sabemos que seu cérebro tinha absolutamente nenhum sinal de Alzheimer", disse Holstege à BBC.
"Talvez houvesse algo no seu corpo que a protegesse contra a demência". 
"Achamos que existem genes que talvez assegurem vida longa e protejam contra Alzheimer". 
     W115 nasceu prematura e não era esperado que ela sobrevivesse. Mas ela viveu uma vida longa e saudável, sendo levada para um asilo para idosos aos 105 anos. Ela morreu por causa de um tumor no  estômago, tendo recebido tratamento para câncer de mama aos cem anos. 
       Aos 113 anos, testes de sua capacidade mental revelaram o desempenho de uma mulher com idade entre 60 e 75 anos. 
       Exames feitos após sua morte não conseguiram identificar qualquer sinal de demência ou endurecimento de artérias associado a doenças do coração
      Para o progresso da ciência, a equipe está disponibilizando a sequência do DNA de W115 para outros pesquisadores. 
     A BBC pediu ao especialista Jeffrey Barrett, que estuda fatores genéticos associados a doenças no Sanger Centre, em Cambridge, na Inglaterra, que comentasse o estudo.
"Sequenciar o genoma da mulher mais idosa do mundo é um importante ponto de partida na compreensão de como variações no DNA estão relacionadas a uma vida longa e saudável", disse Barrett.
"Mas de forma a realmente entender a biologia que sustenta uma vida longa e saudável, precisamos olhar sequências de DNA de centenas de milhares de pessoas".

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Massa cinzenta do cérebro fica transparente

Cientistas japoneses descobriram técnica de transformar tecido biológico morto em uma geleia translúcida

Clarificação da massa cinzenta pode ajudar emestudos
sobre o cérebro. Na imagem 3D, os neurônios de um camundongo
  Um grupo de neurocientistas japoneses está tentando transparecer a mente – literalmente. Eles conceberam uma forma de transformar a massa cinzenta opaca do cérebro em uma substância cristalina e transparente.
    O grupo, financiado pelo governo e sediado no Riken Brain Science Institute em Wako, Japão, criou um coquetel químico de baixo custo que transforma um tecido biológico morto, de uma massa colorida, em algo que parece uma geleia translúcida. Embeber o tecido cerebral na solução facilita que os neurocientistas vejam o que há por dentro, um passo que eles esperam que revele o princípio físico de traços da personalidade, memórias e até mesmo a consciência.
''Estou muito animado com o potencial’', disse o Dr. Atsushi Miyawaki, pesquisador da equipe, que publicou a descoberta na revista Nature Neuroscience.
    A solução química – patenteada com o nome de Scale, uma aproximação fonética da palavra japonesa para 'transparente’ – poderia ajudar neurocientistas a mapearem a arquitetura oculta do cérebro, apesar do objetivo ainda estar longe de ser alcançado. Até agora, os pesquisadores estão trabalhando para construir este mapa, chamado 'conectoma’, do cérebro de ratos, que é muito menos complexo comparado aos humanos.
    Fundamentalmente, esse mapeamento poderia ser conduzido em cérebros de diferentes idades, disse Miyawaki, oferecendo um vislumbre de como o órgão se desenvolve e até mesmo como diferenças genéticas podem afetar esse desenvolvimento.
     Miyawaki e sua equipe ainda têm que testar o Scale em cérebros humanos – seu laboratório trabalha com ratos – porém planejam fazê-lo tão logo o difícil processo para se obter um exemplar esteja concluído. Ele espera que a solução de transparência funcione tão bem quanto funciona no cérebro de ratos.
    O Dr. Jeff Lichtman, neurocientista na Universidade Harvard, que está envolvido no Projeto do Conectoma Humano – uma ação multi-institucional para mapear o cérebro de ratos e subsequentemente o de humanos – acredita que o Scale mostra potencial e possibilidade de ser usado em seu laboratório.
     Parece um bom método para ''esclarecer o cérebro’', disse ele em uma entrevista por telefone. ''Cérebros claros’', disse ele. ''Isso é o principal’'.
     Os neurônios do cérebro estão ''interconectados em uma rede de fios vasta e profundamente misteriosa, na qual há o diagrama de conexões’', disse Lichtman. Os cientistas têm de decifrar esse diagrama antes de entenderem como a informação flui nele, ele continuou. Se o cérebro fosse clarificado usando-se uma solução como o Scale os pesquisadores poderiam delinear grandes seções do diagrama ''todas em uma só seção’', disse ele, ''e isso seria fantástico’'.
     Atualmente, para ver tecidos cerebrais em um microscópio, os cientistas precisam fatiá-lo em lascas com a grossura de um fio de cabelo, de forma que a luz possa passar por elas. Para analisar o cérebro inteiro de um rato dessa forma – um processo que o laboratório de Lichtman está buscando, mas está longe de estar terminado – o órgão precisa ser fatiado em algumas centenas de fatias e cada qual deve ser analisada no microscópio, para se obter uma imagem de suas células.
    Não só é um processo trabalhoso, como as fatias do cérebro podem ficar distorcidas e pequenas porções de tecido podem acabar perdidas. Esses erros difíceis de serem evitados podem transformar as imagens em peças deformadas de um quebra cabeças que não conseguem ser facilmente agrupadas em um diagrama de conexões.
    O cérebro de um rato que foi clarificado com o Scale, por outro lado, é transparente o suficiente sem ser finamente fatiado e poderia ser exposto em três grandes pedaços, evitando esses problemas, de acordo com Miyawaki. Pelo fato de clarificar o tecido sem remover água, a solução sustenta marcas celulares geneticamente introduzidas – utilizadas para diferenciar um neurônio do outro – em um ambiente úmido que aquele em que evoluíram originalmente. As marcas são feitas de proteínas que vêm de águas vivas e corais.
     De acordo com Miyawaki, o Scale funciona muito melhor em cérebros jovens do que nos mais velhos, que estão repletos de tecidos mais rigidamente conectados que não absorvem a solução tão prontamente.
     Até agora, Miyawaki e sua equipe utilizaram a solução apenas em tecidos mortos. O próximo passo, disse ele, é inventar uma fórmula que funcione em tecidos vivos, apesar de ser um alvo distante no momento.
     O Scale não é difícil de ser feito: é uma mistura barata de ureia (encontrada na urina e em fertilizantes), glicerol e detergente. Apesar de ele e um colega deterem a patente, Miyawaki incluiu a receita inteira em um artigo recentemente publicado e espera que laboratórios ao redor do mundo comecem a usá-lo para mapear o cérebro.
     Neurocientistas não podem responder a questões importantes sobre o cérebro até que tenham um mapa do circuito neuronal, disse Miyawaki, acrescentando, ''e existem muitas, muitas questões importantes’'.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bactéria da peste negra quase não mudou em mais de 600 anos

Estudo sequenciou código genético da bactéria por completo e constatou que ela é quase idêntica à bactéria dos dias de hoje

   Cientistas sequenciaram o código genético da peste negra e descobriram que a bactéria 
Yersinia pestis do século 14 é quase idêntica à versão moderna . Pouca coisa mudou. Há apenas uma dúzia de mudanças entre os mais de 4 milhões de blocos de construção do DNA, de acordo com um estudo publicado online na quarta-feira da revista Nature.
   O estudo mostra que a Peste Negra foi mortal por razões além de seu DNA. Tinha a ver com as circunstâncias do mundo naquela época. Com o avanço da ciência e da sociedade hoje é possível combater a peste com um antibiótico. No século XIV, ela dizimou um terço da população europeia.

Pesquisadores conseguiram reconstruir o genoma da bactéria original a partir de DNA extraído dos restos mortais de quatro vítimas da doença

    De acordo com a pesquisa, dirigida pelo professor Johannes Krause, da universidade alemã de Tübingen, Ele veio no pior momento possível - quando o clima foi ficando mais frio, o mundo estava no meio de uma longa guerra e da fome, e as pessoas estavam se mudando para bairros mais próximos, onde a doença pode infectá-las e se espalhar facilmente. E foi provavelmente a primeira vez que esta doença em particular, tinha atingido os seres humanos, atacando pessoas sem qualquer proteção inata.
   Os pesquisadores chegaram a esta conclusão após reconstruir o genoma da bactéria original a partir de DNA extraído dos restos de quatro vítimas da doença enterradas no cemitério londrino de East Smithfield, construído entre 1348 e 1349 para abrigar vítimas da peste.
   As análises indicariam que a devastadora praga do século XIV pode ser a responsável pela introdução e disseminação por todo o mundo das bactérias que ainda circulam na atualidade. 
Além disso, os pesquisadores constataram que a doença hoje em dia é influenciada por fatores ambientais e a própria suscetibilidade do portador. Acredita-se que a Peste Negra se originou em roedores na China e se propagou através das pulgas dos ratos. "É um exemplo histórico fundamental de uma infecção com rápida disseminação e alta mortandade", já que num período de cinco anos reduziu consideravelmente a população da Europa, assinala a revista Nature.
   Os pesquisadores haviam publicado recentemente outro estudo com a o sequenciamento de pequenos fragmentos do DNA bactéria. Nesta análise ela parecia mais diferente da bactéria contemporânea. O estudo publicado esta semana na Nature, que contou com técnica mais apurada e o sequenciamento completo do DNA da bactéria mostrou que elas são muito parecidas. "Elas têm menos diferença do que mãe e filha”, disse Krause.

FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/bacteria-da-peste-negra-quase-nao-mudou-em-mais-de-600-anos/n1597269653040.html

Poluição endurece as artérias, afirma estudo feito na Suécia

Problema aumenta risco de ataques do coração.
Estudo foi publicado hoje em revista especializada em meio ambiente.

   Os contaminantes químicos presentes no meio ambiente foram vinculados pela primeira vez ao endurecimento das artérias, condição que pode provocar ataques cardíacos e apoplexias, segundo um estudo sueco publicado esta terça-feira nos Estados Unidos.
   Há tempos se sabe que substâncias tóxicas cujo efeito no ambiente é de longa duração, como as dioxinas, os bifenis policlorados (PCB) e os pesticidas se acumulam no tecido adiposo do corpo e no interior das paredes dos vasos sanguíneos.
   Mas o estudo publicado na revista americana Environmental Health Perspectives é o primeiro a analisar a relação entre o tipo de exposição aos poluentes e a probabilidade de sofrer de arteriosclerose.
   O estudo mediu os níveis destes componentes químicos em 1.000 suecos residentes na cidade de Upsala (sudeste) e os níveis de arteriosclerose na artéria carótida, utilizando tecnologia de ultrassom.
   Os cientistas descobriram que aqueles com maiores níveis de contaminantes circulando no sangue eram mais propensos a sofrer um endurecimento das artérias e a ter sinais de acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos.
   "Estas descobertas indicam que os tóxicos ambientais de vida longa orgânica podem estar implicados no aparecimento de arteriosclerose e, portanto, levar no futuro à morte devido a doenças cardiovasculares", explicou Lars Lind, professor do departamento de ciências médicas da Universidade de Upsala.
   Os países industrializados tendem a ter o maior número de casos de doenças cardiovasculares, cuja causa principal é o endurecimento das artérias.
   Os fatores de risco incluem dietas ricas em gordura, tabagismo, diabetes e pressão alta.
   Apesar de muitos contaminantes atualmente serem regulamentados ou proibidos em todo o mundo, eles podem permanecer no ambiente por décadas, explicou Monica Lind, co-autora do estudo e professora associada de Medicina Ambiental do Instituto Karolinska.
   "Na Suécia e em muitos países do mundo muitas destas substâncias são proibidas hoje, mas porque sua vida é longa ainda persistem no nosso ambiente", disse Lind.
   "Nós ingerimos estas substâncias tóxicas com os alimentos que comemos e enquanto são armazenadas no nosso corpo, seus níveis aumentam à medida que envelhecemos", acrescentou.
   A equipe planeja analisar em breve a existência de algum vínculo entre a presença dos contaminantes no sangue e a incidência de apoplexias e ataques cardíacos.

FONTE: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/10/poluicao-endurece-arterias-afirma-estudo-feito-na-suecia.html

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Estudo cria embrião clonado humano com DNA "a mais"


    Depois de anos de tentativas frustradas e até fraudes, cientistas conseguiram criar células-tronco derivadas de embriões humanos clonados --mas, para isso, tiveram de deixá-las com DNA sobrando, mostra estudo na revista científica "Nature".
   A pesquisa liderada por Dieter Egli e Scott Noggle, do Laboratório da Fundação de Células-Tronco de Nova York, mostrou que era muito difícil obter um embrião humano clonado pelo método tradicional.
  Quando o núcleo do óvulo usado no experimento era totalmente removido e substituído pelo DNA de uma célula da pele, a formação do embrião parava nos estágios iniciais.
   Para contornar o problema, os cientistas deixaram que o óvulo ficasse com seu DNA normal e apenas o fundiram com as células da pele.

   Depois disso, a formação do embrião continuou, com células que tinham três cópias de cada conjunto do DNA, em vez de duas, como é o normal.
   Essas células não poderão ser usadas em terapias, mas facilitarão estudos futuros.


FONTE:http://bionarede.blogspot.com/2011/10/estudo-cria-embriao-clonado-humano-com.html