terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pra que servem as linhas da palma das mãos???

   Durante o desenvolvimento do embrião, o ectoderma que mais tarde dará origem a pele, recebe “sinais químicos” que contribuem para a formação das linhas e das cristas e determina as impressões digitais e as linhas das mãos. O padrão de linhas e cristas é formado apenas uma vez na derme, esse molde é reproduzido na pele quando ela se forma e se matem por toda vida. Todo este processo não é desencadeado por características genéticas. É por isso que os gêmeos idênticos que possuem genoma igual, mesmo assim apresentam as impressões digitais diferentes.   Alguns pesquisadores não acreditam que essas marcas tenham função biológica. No entanto, essas dobras não são formadas por acaso. Sabe-se que as linhas palma das mãos assim como as digitais nos dedos servem para aumentar o atrito na nossa pele, o que facilita a aderência em objetos. Sem essas marcas, as coisas escorregariam de nossas mãos como um sabonete molhado. Pois, quando pegamos um sabonete a espuma preenche os espaços entre as linhas e digitais da mão fazendo com que nossa mão fique lisa facilitando que qualquer coisa escorregue facilmente. A mesma coisa acontece com o hidratante que deixa a mão escorregadia. As linhas nas mãos também facilitam os movimentos dos dedos. Se tivéssemos as mãos sem nenhuma ruga, a pele esticaria a qualquer estímulo, limitando os movimentos.
   Ao contrário do que diz a Quiromancia, para a ciência, não existe nenhuma razão para que as linhas da palma da mão se formem com um padrão que permita a previsão do futuro. Mas existe um padrão das linhas das mãos para os portadores de Síndrome de Down. As pessoas com este problema apresentam uma linha única na horizontal na palma da mão, mas ainda não se sabe porque as pregas palmares nessas pessoas apresentam esse desenho.

Os portadores de Síndrome de Down apresentam uma linha única na horizontal na palma da mão


FONTE: CIÊNCIA HOJE

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Hermafroditismo: manifestação de gônadas sexuais masculinas e femininas

   O hermafroditismo é uma anomalia sexual ainda pouco conhecida, configurando um distúrbio morfológico e fisiológico das gônadas sexuais de um indivíduo, que simultaneamente manifesta estrutura tecidual testicular e ovariana.   Através de estudos realizados foi descoberto que o hermafroditismo está associado a uma ocorrência de dispermia, ou seja, acontece uma fecundação normal (espermatozoide e óvulo saudáveis) e outra fecundação paralela anormal (espermatozoide e um óvulo inativo).
   Na maioria dos casos ocorre uma fusão do testículo e do ovário (que chamamos de ovotetis), ou desenvolvimento de um testículo e de um ovário posicionados lateralmente no corpo. Normalmente o hermafroditismo possui um aspecto externo da genitália masculina, nesse caso externamente o homem possui testículos e internamente possui ovários. Nas demais situações, a genitália possui aspecto feminino, pode apresentar órgãos femininos com um desenvolvimento anormal do clitóris ou dependendo do caso, apresentar duas ovotetis ou ovotetis e gônadas.
   Geralmente as pessoas com essa anomalia somente revelam o hermafroditismo durante a puberdade: onde ocorrem menstruação e crescimento das mamas em “meninos” e falha menstrual, crescimento do clitóris e surgimento de pelos em “meninas”.

Hermafrodita, famosa estátua exposta no museu do Louvre, em Paris

sábado, 7 de setembro de 2013

Em busca dos segredos do 'Homem Elefante'

Pesquisadores britânicos tentam esclarecer que doença acometeu Joseph Merrick, 123 anos após sua morte

Mesmo depois de 123 anos de sua morte, curiosidade sobre a doença do 'Homem Elefante' continua viva

  O "Homem Elefante", cujo nome verdadeiro era Joseph Merrick, foi objeto da curiosidade de muita gente, durante toda a sua vida na Inglaterra, inclusive de diversos médicos da era vitoriana, que fizeram vários estudos sobre sua anomalia.
   A história de Merrick foi consagrada nos anos 1980 pelo diretor David Lynch, que levou às grandes telas o drama do britânico que tinha 90% do corpo deformado pelo que se acreditava ser uma neurofibromatose múltipla - doença degenerativa óssea que hoje em dia tem tratamento. 
   Exibido como um monstro em circos, Merrick chegou a ser visto como débil mental, já que tinha dificuldades para falar. O médico Frederick Treves foi quem mais se aproximou de Merrick para tentar entender sua doença.
   Mas hoje, 123 anos depois da morte de Merrick, cientistas acreditam que seus ossos contém segredos sobre sua anomalia que podem beneficiar a ciência médica.
   Merrick começou a desenvolver a doença ainda quando criança. Apesar de ter sido bastante examinado na época por vários médicos, a causa da má formação da sua cabeça, da curvatura acentuada de sua espinha dorsal, da pele cheia de saliências, do braço direito mais crescido que o esquerdo, nunca foi totalmente esclarecida pela medicina.

Anomalias de Merrick são consideradas as mais severas já vistas até hoje;
face foi especialmente comprometida com crescimento ósseo exagerado - BBC
Dilema do esqueleto 
   Para efeito de comparação, a condição genética dos ossos do rei Ricardo III , encontrado este ano enterrado por centenas de anos debaixo de um estacionamento em Leicester, no norte da Inglaterra, é bem melhor do que os ossos de Merrick pelo fato de nunca terem sido alvejados com cloro.    As graves deformidades do Homem Elefante são facilmente notadas no esqueleto, mas restritas a apenas determinadas áreas do corpo. Seu crânio tem grandes saliências de ossos crescidos na fronte e no lado direito.
   O braço direito e bem mais longo do que o esquerdo, que parece ser do tamanho normal. Seu fêmur direito (parte de cima da perna) é bem mais longo e grosso do que o esquerdo. Sua coluna também é extremamente curvada, deixando o corpo todo torto.
   "Quando Merrick estava sendo formado na barriga de sua mãe, é bem provável que uma alteração genética tenha acontecido, não antes do espermatozoide e o óvulo terem se juntado - mas provavelmente num estágio em que existia um certo número de células, onde apenas algumas contribuíram para o desenvolvimento do problema", afirma Trembath.

Desafios
   O esqueleto do Homem Elefante é mantido trancado em um pequeno museu do Royal London Hospital (Hospital Real de Londres), onde normalmente não está em exibição. Este é o mesmo hospital onde Merrick passou seus últimos anos como amigo e paciente do famoso médico da era vitoriana, Frederick Treves, local onde ele morreria aos 27 anos de idade em abril de 1890.
   De acordo com Treves, Merrick morreu ao ter o pescoço deslocado enquanto dormia, por causa do grande peso de sua cabeça.
   O time de geneticistas que tenta extrair o DNA é liderado pelo médico Michael Simpson, do King's College. Em seu laboratório, ele tem trabalhado em segmentos de ossos para tentar desenvolver novas técnicas para extrair informação genética a partir de material severamente danificado por embranquecimento a cloro.
   Os geneticistas tiveram sucesso em obter o DNA, mas continuam trabalhando em métodos para limpar o DNA severamente danificado para obter uma sequência genética completa.
   Este passo é importante para se identificar onde o código genético de Merrick sofreu alguma mutação. Para complicar a tarefa ainda mais, Simpsom acredita que os ossos também foram encerados (impermeabilizados com cera), o que também afeta o DNA.
   Para completar essa tarefa, Simpson admite que "há alguns desafios".
   "Com algumas otimizações, eu estou confiante que teremos sucesso. Nós temos uma grande chance de obter um bom sequenciamento do genético", diz Simpson.
   A técnica envolve a perfuração de uma área para se obter uma pequena quantidade de pó do osso, tratamento com detergentes e enzimas para extrair proteína e assim remover o DNA.
  Quando o trabalho começar no esqueleto de Merrick, a intenção é fazer comparações entre o DNA em áreas danificadas dos ossos com a de áreas normais. Duas áreas principais foram identificadas para perfuração e obtenção do pó do osso: a parte de dentro do crânio e a raiz de um dos dentes.


Resultados para a ciência 
   Além da curiosidade científica para descobrir a real condição médica do Homem Elefante, Trembath acredita que os resultados da pesquisa poderão ajudar a ciência médica moderna a entender melhor o processo de divisão celular.
   "Este é um exemplo significativo de tecido hiper desenvolvido", explica Trembath enquanto examina áreas crescidas de osso no crânio.
   "O entendimento da regulagem do crescimento celular é um das coisas mais fundamentais que precisamos conhecer. Isto está por trás do desenvolvimento de tumores e precisamos entender melhor como os tumores se desenvolvem", explica.
   Ele aponta que o próprio Merrick era engajado em ajudar os médicos vitorianos entender sua doença. Mais de um século depois, o trabalho ainda continua.
   "Eu tenho a sensação de que ele (o Homem Elefante) é um parceiro sempre querendo nos ajudar a chegar lá. Ele representa um dos mais casos mais graves de hiper crescimento (ósseo) já vistos. Por isso, essa é uma oportunidade única para obtermos conhecimentos fundamentais sobre biologia humana, e Merrick sabia que ele continha essa informação". 
Fascínio com o 'homem elefante' 
- A história de Merrick está em livros, peças de teatro e em filme.A peça escrita por Bernard Pomerance, em 1977, com o título "O Homem Elefante", foi sucesso de montagem na Brodway, com David Bowie dentre os atores que fizeram o papel de Merrick.
- O ator John Hurt ganhou um Bafta (British Film Awards) por sua interpretação de Merrick no filme "O Homem Elefante", de David Lynnch, em 1980.
- Michael Jackson teria tentado comprar os ossos de Merrick do Royal London Hospital em 1987.
Possíveis causas da anomalia de Merrick 
- Neurofibromatose do tipo 1: condição genética que afeta um em 3 mil nascidos e que causa o crescimento de tumores ao longo do sistema nervoso. Sintomas mais leves incluem marcas de cor marrom ou saliências na pele
- Síndrome de Proteus: condição rara que causa o hiper crescimento dos ossos, tecidos e órgãos, frequentemente acompanhado por tumores - o nome deriva do deus grego 'Proteus' que podia mudar de forma.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Brasileira cria pele artificial com tecido de porco

Se for compatível, o material poderá ser uma alternativa barata para a pele usada em transplantes, tecido mais escasso em bancos de órgãos

Pele artificial: o material vai passar por estudos de compatibilidade com a pele humana e,
após a confirmação, testes clínicos poderão ser realizados (Divulgação)
   Uma brasileira especialista em aproveitamento de resíduos sólidos desenvolveu uma pesquisa inusitada para a produção de pele artificial. O material, produzido com base na pele de porcos, pode ser uma alternativa barata para a pele humana, o tecido mais escasso em bancos de órgãos. O trabalho foi realizado pela química Joana D’Arc Félix de Sousa, com seus alunos do curso técnico em curtimento (tratamento de pele de bois e porcos para a fabricação de couro) da Escola Técnica Estadual (Etec) de Franca, no interior do estado de São Paulo.
   Segundo a pesquisadora, a inspiração para este trabalho surgiu ao ver uma notícia de que estava faltando pele humana para transplantes. Na ocasião, só havia três bancos de pele funcionando no país — em Porto Alegre, São Paulo e Recife. Há alguns meses, no entanto, Curitiba também inaugurou o seu.
   A pele de porco, que tem 78% de semelhança com a humana, já é usada em enxertos temporários, mas não de modo definitivo, por causar rejeição. Para resolver este problema, a equipe utilizou derme (camada intermediária da pele, localizada abaixo da epiderme) de porcos como matriz para criar um modelo mais adequado ao ser humano. “
   Com um processo de purificação da pele, que eliminou gordura, proteínas e células suínas, todo o material genético do animal foi retirado do tecido. Com o material limpo, a etapa seguinte foi preenchê-lo com colágeno de boi, para manter as características estruturais da pele humana.

Economia — A substância, utilizada em cosméticos, é comercializada a preços que podem chegar a 53 reais o quilo. Para evitar esse gasto, a alternativa foi extrair a substância de resíduos de couro curtido. Dessa forma, os pesquisadores obtiveram o colágeno a um custo de apenas dois reais o quilo. Segundo Joana, 1,5 metro da pele obtida com base na derme de porco custa 83 reais, enquanto a mesma quantidade de pele artificial pode custar até 5.000 reais.
   Amostras do material estão sendo enviadas para serem analisadas pela pesquisadora Silvya Stuchi Maria-Engler, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), que também desenvolve peles artificiais. Ela vai testar a compatibilidade com a pele humana e, após a confirmação, testes clínicos poderão ser realizados.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

3 de setembro - Dia do biólogo!

Eles podem assessorar nos aspectos ecológicos, morfo-anatômicos, fisiológicos, fitogênicos e tantos outros de grande importância, para lograr um resultado impecável naquele jardim que sonhamos. Deixo minha homenagem a todos os biólogos que, inspirados por Gregor Mendel, Charles Darwin e, mais recentemente, por Ernst Mayr, procuram entender melhor a nossa relação com a natureza.


ORAÇÃO DO BIÓLOGO!!!

Credo Molecular

Creio no DNA todo poderoso
Codificador de todos os seres vivos
E no RNA, seu único filho
Que foi concebido pelo poder da RNA polimerase
Nasceu como transcrito primário
Padeceu sob RNAses
Foi processado, modificado e transportado
Desceu ao citoplasma
Foi traduzido em proteína
Subiu pelo RE ao complexo de Golgi
E está ancorado à direita de uma proteína G na
Membrana plasmática
De onde há de vir a controlar a transdução de sinais
Em células normais e apoptóticas
Creio na Biologia Molecular
Na terapia gênica e na biotecnologia
No sequenciamento do genoma humano
Na correção de mutações
Na clonagem da Dolly
Na vida eterna

Amém




Biólogo não come, degusta.
Biólogo não cheira, olfata.
Biólogo não toca, tateia.
Biólogo não respira, quebra carboidratos.
Biólogo não tem depressão, tem disfunção no hipotálamo.
Biólogo não admira a natureza, analisa o ecossistema.
Biólogo não elogia, descreve processos.
Biólogo não tem reflexos, tem mensagem neurotransmitida involuntária.
Biólogo não facilita discussões, catalisa substratos.
Biólogo não transa, copula.
Biólogo não admite algo sem resposta, diz que é hereditário.
Biólogo não fala, coordena vibrações nas cordas vocais.
Biólogo não pensa, faz sinapses.
Biólogo não toma susto, recebe resposta galvânica incoerente.
Biólogo não chora, produz secreções lacrimais.
Biólogo não espera retorno de chamadas, espera feed backs.
Biólogo não se apaixona, sofre reações químicas.
Biólogo não perde energia, gasta ATP.
Biólogo não divide, faz meioses.
Biólogo não faz mudanças, processa evoluções.
Biólogo não falece, tem morte histológica.
Biólogo não se desprende do espírito, transforma sua energia.
Biólogo não deixa filhos, apresenta sucesso reprodutivo.
Biólogo não deixa herança, deixa pool gênico.
Biólogo não tem inventário, tem hereditário.
Biólogo não deixa herdeiros ricos, pois seu valor é por peso vivo.

Feliz Dia do Biólogo a todos!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Falta de proteína pode ser a causa para a perda de memória na velhice

Em pesquisas com camundongos, cientistas estudaram diferença entre Alzheimer e perda de memória por idade

   Cientistas americanos podem ter encontrado uma pista importante para a perda de memória ao longo da vida. Experiências feitas com camundongos sugerem que os baixos níveis de proteína no cérebro são os responsáveis pelo esquecimento.


O estudo publicado pela revista científica Science Translational Medicine afirma que a perda de memória não tem relação com Alzheimer.A equipe do Columbia University Medical Centre começou analisando o cérebro de oito pessoas já mortas, com idades de 22 a 28 anos, que doaram seus órgãos para pesquisa médica.
Eles encontraram 17 genes cujas atividades variavam com a idade. Um deles continha instruções para fazer a proteína RbAp48, que ficou menos ativo com o tempo.
Camundongos jovens criados com baixos níveis de RbAp48 em laboratório tiveram desempenho mais fraco em testes de memória. Usando um vírus para melhorar o nível de RbAp48 em camundongos mais velhos pareceu melhorar a memória e reduzir o nível de deterioração.
"O fato de que nós fomos capazes de reverter a memória relacionada ao envelhecimento em camundongos é bastante animador", disse o professor Erica Kandel, que trabalhou na pesquisa.
"No mínimo, mostra que essa proteína é um fator importante, e faz alusão ao fato de que a perda de memória relacionada à idade acontece em função de uma mudança nos neurônios. Ao contrário do Alzheimer, não existe perda signigicativa (no número) de neurônios."
Ainda não se sabe o impacto que o ajuste no nível de RbAp48 tem no cérebro humano, que é mais complexo. Nem mesmo é sabido se seria possível manipular estes níveis com confiança.
Simon Ridley, da entidade Alzheimer Research UK, que não participou da pesquisa, disse que os resultados do estudo avança em uma área desafiadora para a ciência, que é a compreensão sobre os mecanismos que causam Alzheimer e os que provocam perda de memória em relação à idade.

Rãs minúsculas das Ilhas Seychelles 'ouvem' pela boca, revela estudo

Cavidade bucal amplifica frequências de sons emitidos por anfíbios.Animais tropicais não têm ouvido médio nem tímpano, mas não são surdos.

Rã da espécie 'Sooglossus gardneri' 'ouve' pela boca, aponta novo estudo (Foto: HO/CNRS/AFP)

   Algumas das menores rãs tropicais do mundo não têm ouvido médio nem tímpano, mas são capazes de "ouvir" pela boca, afirmaram cientistas nesta segunda-feira (2). A maioria das rãs tem ouvido médio, parte do aparelho auditivo que inclui o tímpano e pequenos ossos na parte externa da cabeça. Os tímpanos então vibram quando percebem ondas sonoras, reenviando essas vibrações ao ouvido interno e depois ao cérebro.
   Esse, porém, não é o caso das minúsculas rãs Gardiner (Sooglossus gardneri), que vivem nas florestas tropicais das Ilhas Seychelles, no Oceano Índico, e medem apenas 1 cm de comprimento, destacou o estudo, publicado na revista "Proceedings of the Natural Academy of Sciences" (PNAS), da Academia Americana de Ciências.
   Os pesquisadores pensavam que essas rãs fossem surdas, até que as expuseram a gravações do coaxar de outras espécies. Durante as experiências, os cientistas perceberam que os machos Gardiner respondiam, o que demonstrou que conseguiam ouvir.
   Radiografias também evidenciaram que nem os pulmões, nem os músculos desses anfíbios os ajudavam a transmitir sons a seus ouvidos internos. Apesar disso, os autores descobriram que a boca deles age como um "amplificador" das frequências dos sons emitidos. Esse sistema é estimulado por pequenas membranas localizadas entre a boca e o ouvido interno.
   "A combinação da cavidade bucal e a condução óssea permite que as rãs Gardiner percebam sons de forma eficaz, sem usar o tímpano do ouvido médio", explicou Renaud Boistel, da Universidade de Poitiers e do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS, na sigla em francês).
   "Demonstramos que a presença de ouvido médio não é uma condição necessária para a audição terrestre, apesar de ser a solução mais versátil para a vida na Terra", destacou o autor.