sábado, 25 de maio de 2013

Mutação faz baratas escaparem de armadilhas humanas

Algumas espécies sofreram uma mutação genética que provoca aversão ao açúcar, o que as ajuda a guardar distância de venenos


Imagem mostra cabeça de uma barata-germânica. Cada apêndice contém diversos pelos sensoriais,
alguns dos quais têm função na gustação (Ayako Wada-Katsumata e Andrew Ernst / Divulgação)
As baratas são insetos, em sua maioria, urbanos e onívoros, facilmente atraídos pelo açúcar dos alimentos. Algumas espécies, no entanto, acabaram por desenvolver uma aversão à glicose — e, assim, conseguem escapar das armadilhas montadas para atraí-las e matá-las. Mas os mecanismos por trás dessa mutação não eram conhecidos pela ciência. Agora, um estudo publicado no periódico Science conseguiu determinar como o sistema sensorial do inseto se ajusta às mudanças ambientais, provocando a aversão ao doce.
A espécie de barata usada no estudo é a chamada barata-germânica (Blatella germanica), a mais comum em casas, apartamentos e restaurantes. Embora tenham asa, elas não voam e são comumente identificadas pelo seu tamanho pequeno e por duas linhas escuras que vão da parte de trás da cabeça até as asas.
Os pesquisadores descobriram que essas baratinhas têm aversão à glicose porque o açúcar desencadeia a atividade de receptores responsáveis pelo sabor amargo, em vez do doce. Com a informação do gosto considerado ruim, elas passam a evitar alimentos com glicose – ao contrário das baratas normais, que são atraídas pelo açúcar. Essa repulsa tem base genética e é passada de geração a geração.
"Não sabemos se a glicose, de fato, tem um gosto amargo para as baratas. Mas sabemos que ela ativa os receptores desse gosto, que seriam estimulados, por exemplo, pela cafeína", diz Coby Schal, professor de entomologia da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e coautor da pesquisa. "Por isso, elas fogem desses alimentos."
A aversão ao açúcar, entretanto, tem um custo às baratas. Na ausência do nutriente, elas crescem mais devagar. "Agora, queremos entender como essa característica persiste na natureza, onde a oferta de alimentos é, provavelmente, limitada", diz Jules Silverman, coautor do estudo. "As baratas precisam se adaptar a um abastecimento pouco confiável e variável de alimentos. A repulsa à glicose coloca uma restrição extra para elas."



FONTE: VEJA

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cientistas criam células-tronco humanas por meio de clonagem

Óvulo de doadora com núcleo de célula de pele (Foto: Divulgação/OHSU)

Pesquisadores usaram técnica semelhante à da utilizada na ovelha Dolly.Linha de pesquisa buscava resultado há mais de 15 anos.

   Depois de mais de 15 anos de fracassos de cientistas de todo o mundo, além de um caso de fraude, cientistas finalmente criaram células-tronco humanas com a mesma técnica que produziu a ovelha clonada Dolly, em 1996. A equipe liderada por Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Ciência e Saúde do Oregon, nos EUA, publicou artigo a respeito na revista "Cell", nesta quarta-feira (15)
  Como informa a agência Reuters, para chegar ao resultado, os pesquisadores transplantaram material genético de células adultas em óvulos cujo DNA havia sido removido. Eles cultivaram células de seis embriões criados, em dois casos, a partir de DNA de amostras das peles de uma criança com uma doença genética, e, nos outros quatro casos, de fetos saudáveis.
  Em cada um dos casos, o DNA foi inserido em óvulos não fertilizados doados e, após a aplicação de uma sequência de técnicas, foi verificada a replicação das células.
  O procedimento, segundo a "Cell", abre uma nova frente para a medicina com células-tronco, que tem sido prejudicada por desafios técnicos, bem como questões éticas.
  Até agora, as fontes mais naturais de células-tronco humanas eram embriões humanos, cuja utilização em pesquisa cria dilemas éticos. Para determinados setores, um óvulo fecundado deve ser tratado como um ser humano e, por isso, não pode ser descartado. A técnica divulgada nesta quarta-feira usa óvulos humanos não fertilizados, e, assim, não se enquadraria nessa discussão.
  Eliminar a necessidade de embriões humanos pode aumentar as tentativas de utilização de células-tronco e suas descendentes para substituir células danificadas ou destruídas por problemas cardíacos, mal de Parkinson, esclerose múltipla, lesões na medula e outras doenças devastadoras.

                                          
Clonagem
  A técnica, no entanto, também poderia ressuscitar os temores da clonagem reprodutiva, ou produzir cópias genéticas de indivíduos vivos (ou mortos). Mesmo antes de o estudo ser publicado, um grupo britânico chamado Human Genetics Alert protestou contra a pesquisa.
"Os cientistas, finalmente, entregaram o bebê que pretensos clonadores humanos têm estado à espera: um método confiável para criar embriões humanos clonados", disse o dr. David King, diretor do grupo. "Isso torna imperativo que nós criemos uma proibição legal internacional sobre a clonagem humana, antes que mais pesquisas como essa apareçam. É irresponsável ao extremo a publicação desta pesquisa."
  Entre os cientistas, no entanto, o fato de a técnica ter funcionado está sendo saudado como um avanço, como afirmou o biólogo especializado em células-tronco George Daley, do Harvard Stem Cell Institute. "Isso representa uma conquista inigualável. Eles tiveram sucesso onde muitas outras equipes fracassaram, inclusive a minha."

Montagem mostra diferentes estágios do processo
descrito pelos cientistas na 'Cell'
(Foto: Divulgação/OHSU)
Fraude
  Entre os que fracassaram na utilização da técnica está o biólogo Hwang Woo-suk, da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul.
  Em 2005, Hwang e sua equipe foram manchete em todo o mundo quando anunciaram, na revista "Science", que haviam criado células-tronco embrionárias humanas por meio de transferência nuclear, a mesma técnica que os cientistas de Oregon usaram. A alegação de Hwang acabou sendo desmentida, tornando-se um dos casos mais famosos de fraude científica na última década.
  Se o feito da equipe de Oregon se mantiver e puder ser replicado por cientistas em outros laboratórios, o método oferecerá uma terceira, e potencialmente superior, forma de se produzir células-tronco embrionárias.
  A pesquisa com células-tronco decolou em 1998, quando cientistas liderados por Jamie Thomson, da norte-americana University of Wisconsin, anunciaram que conseguiram cultivar células a partir de embriões humanos de alguns dias obtidos em clínicas de fertilização, chamadas de blastocistos.
  Como os blastocistos eram destruídos quando as células-tronco eram removidas, grupos que acreditam que a vida começa na concepção promoveram intensos protestos. Em 2001, o presidente norte-americano George W. Bush proibiu financiamento público federal nos EUA para pesquisa que criaria mais blastocistos.

FONTE:G1

segunda-feira, 13 de maio de 2013

OMS diz que novo vírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa


Coronavírus é da mesma família viral que protagonizou o surto de Sars.No entanto, não há evidência sobre transmissão generalizada.


  A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou neste domingo (12) que parece provável que o novo coronavírus, que tirou a vida de 18 pessoas no Oriente Médio e na Europa, seja transmitido entre pessoas por meio de contato próximo. O coronavírus é da mesma família viral que protagonizou o surto de síndrome respiratória aguda grave (Sars, na sigla em inglês) que varreu o mundo, partindo da Ásia no início de 2003, e que matou 775 pessoas.
  No entanto, de acordo com informações da agência de notícias Reuters, o diretor-geral assistente da OMS, Keiji Fukuda, disse a jornalistas em Riad — em pronunciamento após visita à Arábia Saudita, palco da maior série de infecções — que não há evidência de que o vírus é capaz de sustentar "transmissão generalizada em comunidades".

Imagem divulgada pela agência britânica de
proteção à saúde mostra o coronavírus (Foto: AFP)


  Contudo, ele acrescentou: "O que mais preocupa é o fato de que as diferentes manifestações vistas em vários países, cada vez mais apoiam a hipótese de que quando há contato próximo, esse novo coronavírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa".
  Um especialista em saúde pública, que recusou-se a ser identificado devido à sensibilidade do assunto, disse que "contato próximo" nesse contexto significa compartilhar um mesmo espaço pequeno e fechado com uma pessoa infectada por um período prolongado.

FONTE: G1


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mamíferos raros são apresentados ao público em parque da Austrália

Dois vombates dourados de nariz peludo foram resgatados em 2011.
Animais mudaram de cidade e passaram por período de adaptação

  Dois mamíferos raros e ameaçados de extinção foram apresentados ao público no Parque de Vida Selvagem de Cleland, no sul da Austrália. Os vombates são marsupiais – assim como cangurus, coalas, gambás e diabos-da-tasmânia – e, nesse caso, pertencem a uma espécie dourada de nariz peludo.
  Apesar de viverem em um país quente, a fêmea se chama Icy (Gelada) e o macho, Polar – por causa da tonalidade do pelo deles. Os dois foram resgatados em 2011, em um intervalo de seis meses entre um e outro, na pequena cidade de Ceduna, também no sul australiano. No fim do ano passado, porém, a dupla foi transferida para Cleland e, desde então, tem passado por um período de adaptação.

Vombate dourado de nariz peludo foi apresentado em parque da Austrália; animal foi resgatado em 2011 (Foto: Department of Environment, Water and Natural Resources/South Australian Government/Divulgação)

  A gerente do parque, Nalini Klopp, sentiu-se emocionada ao poder finalmente apresentar os mais novos moradores ao público.
  "Vombates dourados são praticamente desconhecidos na natureza, pois sua cor mais clara os torna suscetíveis a predadores, e só sabemos de um ou outro (espécime) em cativeiro", disse.
  Apesar de o tom brilhante dos animais vir de um gene raro, os funcionários do local não acreditam que Icy e Polar sejam parentes. Os dois se juntaram a mais dois vombates dourados e a outro indivíduo comum da família que vivem em Cleland.
  Segundo Nalini, os bichos são uns dos preferidos dos visitantes. E esta época é mais propícia para conhecer os animais, já que eles não gostam de temperaturas extremas – razão pela qual constroem tocas para fugir do calor durante o verão.
  "Agora que o tempo esfriou, eles ficarão mais ativos durante o dia, e, mesmo que se escondam na toca, ainda será possível vê-los", explicou a gerente.

Animal gosta de temperaturas amenas
(Foto: Department of Environment, Water and Natural
Resources/South Australian Government/Divulgação)
FONTE: G1