sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Após recordes de calor, frente fria derruba temperaturas pelo país

   A chegada de uma frente fria às regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil já derrubou as temperaturas de algumas cidades brasileiras que vinham registrando recordes de calor até esta quarta-feira (31).
   De acordo com meteorologistas, em determinadas localidades haverá queda de até 10 ºC -- caso de São Paulo -- e chuvas intensas, principalmente na área litorânea que segue do norte de Santa Catarina até o sul da Bahia.
   As chuvas poderão refrescar regiões que enfrentam estiagem há pelo menos quatro meses. Segundo meteorologistas, essa seca pode ter influenciado a elevação recorde das temperaturas na primavera.
   Nesta quarta-feira (31), Belo Horizonte (MG) teve a maior máxima dos últimos cem anos, com termômetros marcando 37,1ºC. No mesmo dia, a cidade de São Paulo registrou 36,6 ºC, recorde em 2012 e o maior registro para a primavera desde 1940, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
“A seca que acontece no Brasil desde o inverno influenciou no regime de chuvas, que ameniza as temperaturas. No entanto, na região Sudeste não chove de forma intensa há pelo menos quatro meses. No Nordeste, há relatos de estiagem de dez meses. A não normalização das chuvas impede que a atmosfera fique mais fria e provoca uma elevação gradual da temperatura a cada dia”, explica Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
    De acordo com Ludmila Pochmann, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a ocorrência de temperaturas altas é comum na primavera, já que a atmosfera fica mais limpa, livre de nebulosidade. “Por isso há incidência maior de raios solares e aquecimento de uma área que vai desde a superfície terrestre até 15 km de altura, na primeira camada da atmosfera (tropopausa)”, disse.



 
Excesso de urbanização pode influenciar calor extremo
 

   Segundo Oliveira, é difícil explicar o motivo de temperaturas recordes em períodos longos, como no caso de Belo Horizonte, mas ele levanta a hipótese sobre o impacto do desenvolvimento das cidades e sua influência no calor extremo. “É possível entrar na questão do crescimento das cidades e na formação de um fenômeno chamado de ilhas de calor”, explicou.
   Típicas das grandes cidades e responsáveis pela sensação de abafamento, as ilhas de calor resultam do processo de urbanização e impermeabilização do solo. Materiais como asfalto, concreto armado, cimento e o excesso de prédios dificultam a circulação do ar, o que faz com que o calor fique mais concentrado em determinados pontos.
   Oliveira explica que em São Paulo, por exemplo, já houve a comprovação de diferenças de até 10 ºC entre áreas do centro – recheadas de prédios – e bairros distantes, na periferia, onde há maior movimentação do ar e áreas com vegetação que dispersam o calor. “As ilhas de calor alteram o microclima das cidades. São Paulo, que ficou conhecida por ser a terra da garoa, agora vivencia temporais nos finais de tarde. O aumento da urbanização pode ter influenciado o clima, isso sem contar a poluição concentrada. Uma área densamente povoada pode ter um aumento da poluição”, explica o meteorologista.


FONTE: G1

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